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Tancagem aumentará oferta de combustível e barateará preços no Ceará, diz secretário
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Tancagem aumentará oferta de combustível e barateará preços no Ceará, diz secretário

A ideia é que o Ceará seja 100% abastecido de combustível localmente. Hoje 40% dos produtos vêm pelo modal rodoviário
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Projeção do projeto do parque de tancagem: investimento total declarado é de R$ 430 milhões. Destes, R$ 343 milhões financiados pelo Banco do Nordeste (BNB)
 (Foto: REPRODUÇÃO)
Foto: REPRODUÇÃO Projeção do projeto do parque de tancagem: investimento total declarado é de R$ 430 milhões. Destes, R$ 343 milhões financiados pelo Banco do Nordeste (BNB)

A obra do parque de tancagem no Pecém para armazenar combustíveis trará o aumento da oferta e o barateamento dos produtos para os consumidores cearenses, segundo prospecta Max Quintino, presidente da Companhia do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp S/A).

A análise sobre os impactos do equipamento foi realizada nesta quarta-feira, 19 de fevereiro, no lançamento do início das intervenções para a tancagem no Complexo, que substituirá o atual parque localizado no Porto do Mucuripe (gestão federal), em Fortaleza.

Sobre o quanto deve baratear os preços dos combustíveis no Ceará, Quintino frisa que a responsável pelo projeto, a Dislub, ainda está em negociação com os fornecedores, e a resposta para isso depende do quanto essas empresas vão agregar à oferta do mercado cearense.

Dentre os projetos que vão se interligar com a tancagem, o presidente da Cipp S/A elenca o terminal de gás da Supergasbras, com previsão dele de começar a ser implantado ainda neste ano.

Além disso, cita a ferrovia Transnordestina, que terá ligação desde Eliseu Martins (Piauí) até o Porto do Pecém, com 1.206 quilômetros de extensão.

"O início das obras do terminal logístico (da Dislub) fará a ponte entre o porto e a Transnordestina, impulsionando a movimentação do porto e a economia", complementa.

Em relação à transferência da tancagem do Mucuripe para o Pecém, Quintino diz que a DislubDislub conversa com todas as seis empresas instaladas em Fortaleza e que as negociações estão adiantadas.

"Tem um TAC (termo de ajustamento de conduta) assinado, que determina a saída da tancagem de lá. Então não sei até que ponto seria viável essa manutenção", diz, referindo-se ao desejo de Lúcio Gomes, presidente da Companhia Docas, que administra o porto federal em Fortaleza, de manter o terminal onde está, fazendo interligação com o novo a ser construído no Pecém.

Sobre ampliação do Porto, o processo de licitação aberto em outubro do ano passado para escolher uma empresa a operar a obra, Quintino explica que a fase atual é de avaliação das propostas recebidas das empresas.

O prazo para avaliar é até segunda quinzena de março, mas ele tem a expectativa de finalização no começo do próximo mês, com "início das obras o mais rápido possível". Acrescenta que há consórcios de empresas estrangeiras e nacionais concorrendo, sem revelar nomes. "Março agora o processo deve retornar para PGE (Procuradoria Geral do Estado) para iniciar as obras."

Outro ponto é a atração de indústrias que a ampliação pode fomentar. O gestor cita que a Cipp S/A mira na infraestrutura necessária para a instalação de novas empresas, incluindo um modelo de condomínio para compartilhamento de água, com reúso do esgoto que vem da Região Metropolitana de Fortaleza, além da partilha de energia e da estrutura de armazenamento de amônia, com dutos interligados aos píeres para exportação.

Ele detalha que há o foco na captação de empresas que possam utilizar a energia produzida a partir de fontes renováveis, como o hidrogênio verde. O objetivo é fomentar uma nova industrialização no Estado, aproveitando a transição energética em curso.

Para se ter ideia, os projetos de hidrogênio verde hoje representam US$ 24 bilhões em pré-contratos assinados para instalação na Zona de Processamento de Exportação do Ceará (ZPE-CE), que fica no complexo. 

Entenda a obra do parque de tancagem no Pecém

Com investimento declarado de R$ 430 milhões, sendo destes R$ 343 milhões financiados pelo Banco do Nordeste (BNB), o novo parque de tancagem do Ceará terá capacidade inicial de armazenamento de 130 mil metros cúbicos (m³) com previsão de expansão para 220 mil m³.

No local, o armazenamento vai contemplar os combustíveis gasolina, diesel, etanol, biocombustíveis, querosene de aviação e petróleo bruto, caso haja demanda.

Durante a fase de construção, são estimados 500 empregos diretos, além de 100 vagas permanentes na operação do parque.

A ideia é que o cenário atual, em que hoje 40% dos produtos consumidos no Ceará chegam por outros modais, principalmente o rodoviário, seja transformado em abastecimento integral por meio do novo empreendimento, por navios de grande escala, com potencial ainda de atender os estados vizinhos pelo modal ferroviário, em ligação com a Transnordestina.

A previsão é de que as obras sejam concluídas em agosto de 2027 e nesse período está determinada a transferência das empresas que atuam no Porto do Mucuripe para o Pecém. (Com informações do jornalista Armando de Oliveira Lima)

Saiba mais sobre o Pacto pelo Pecém

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