O início das obras do Trecho 8 da Ferrovia Transnordestina, com 46 quilômetros (km) de extensão, será autorizado nesta quinta-feira, 5 de junho. O investimento aproximado é de R$ 1 bilhão.
As intervenções passarão pelos municípios de Quixadá (10,5 km), Itapiúna (21 km), Capistrano (12 km) e Baturité (2,5 km).
O projeto prevê a construção de três pontes, dois viadutos e quatro passagens de nível, com previsão de início das obras em até 45 dias após a assinatura do contrato. A expectativa é que sejam gerados de 800 a mil empregos diretos e até 3 mil indiretos. Vale lembrar que a iniciativa integra o Novo PAC.
Na cerimônia, o Governo do Ceará e a Transnordestina Logística S/A (TLSA) irão assinar a ordem de serviço. O evento terá a presença do governador do Estado, Elmano de Feitas (PT), do ministro dos Transportes, Renan Filho, e do presidente da TLSA, Tufi Daher Filho.
Para o Governo Federal, além de reduzir os custos logísticos, a ferrovia oferece uma "alternativa eficiente para o escoamento de grãos, combustíveis, fertilizantes e minérios, fortalecendo a competitividade do agronegócio nordestino no mercado global". A previsão é que as primeiras operações de carga se iniciem ainda em 2025, a partir do Terminal Intermodal de Bela Vista do Piauí.
Com 1.206 quilômetros de extensão, a Transnordestina atravessa 53 cidades dos estados do Piauí, Pernambuco e Ceará. No total, 676 km de ferrovia estão concluídos. Além disso, cinco trechos, com 235 km, já estão com as obras iniciadas.
Para relembrar, a Transnordestina foi lançada no primeiro mandato de Lula (PT), em 6 de junho de 2006. Ela começou do meio, em Missão Velha, no Cariri cearense.
À época, o custo era de R$ 4,5 bilhões e o prazo de entrega 2010. A ferrovia foi desenhada como um T invertido, com 1.753 quilômetros (km), passando por 81 cidades do Ceará.
Começava em Eliseu Martins, no cerrado do Piauí, chegando ao Porto de Suape (PE) e subia ao do Pecém (CE), recuperando ao longo do caminho cerca de 1.100 km de trilhos e construindo do zero 600 km. A ideia era escoar a produção agrícola, minérios e combustíveis pelos portos.
Em duas décadas, o projeto esbarrou em processos, e o Tribunal de Contas da União (TCU) chegou a barrá-lo por cinco anos. Devido aos imbróglios, a obra foi até retomada em 5 de abril de 2024, mas menor e mais cara, com entrega total em 2029 e a chegada ao Pecém em 2027.
Com Armando De Oliveira Lima e Samuel Pimentel