O cearense reduziu de 12 para três vezes as idas mensais aos supermercados, mas continua gastando mais ao fazer a feira. O valor do ticket médio a cada vez que foi às compras subiu 10% em 2025 - saiu de R$ 143,40 para R$ 157,51 -, segundo levantamento da gestora de crédito para o varejo DM.
A explicação está nos preços. A empresa cita a cesta básica da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), que alcançou a marca de R$ 686,78 e se manteve como a mais cara do Nordeste em outubro. O valor chega a 40% da renda de um trabalhador cujos vencimentos somam um salário mínimo, recorda a DM sobre o estudo conduzido pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Soma-se a isso o peso da inflação em itens básicos. A desaceleração do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) desacelerando na RMF em outubro teve como principal influência a queda nos valores de passagens aéras e energia. Ou, seja, a primeira não interfere na dinâmica da manutenção de uma residência enquanto a segunda, apesar da retração, mantém-se em patamar elevado de custo.
Ao mesmo tempo, os grupos de consumo de maior peso no cotidiano, como alimentação e bebidas, despesas pessoais, vestuário e saúde e cuidados pessoais continuaram em ritmo crescente.
“O que observamos é um consumidor mais cauteloso, que vai menos vezes ao supermercado, mas mantém — e às vezes até amplia — o valor gasto em cada visita, o que não significa que está levando mais produtos, e sim pagando mais caro pelos mesmos itens”, explica Ariane Bete, diretora comercial da DM.
Dados compilados pela empresa indicam que, após a mudança de comportamento observada em 2025, os cearenses costumam ir mais aos supermercados logo no inicio do mês e entre os dia 15 e 20.
Responsável pela administração de um cartão de compras, a DM associa o uso dele "a um ticket médio superior, indicando que quem utiliza o meio de pagamento próprio das redes tende a realizar compras de maior valor e concentrar mais consumo no parceiro".
Os dias de maior fluxo de clientes indicam as datas de recebimento dos salários, sejam pagos mensalmente ou quinzenalmente, e também sinalizam dicas para que os supermercados possam posicionar promoções e ações de vendas nestes momentos, segundo indica a especialista.
“É hora de pensar em soluções que tornem a experiência de compra mais vantajosa. Não apenas diversificar os meios de pagamento, mas também ampliar o acesso ao crédito, com opções como parcelamentos e cartões private label", diz Ariane, referindo-se às marcas próprias dos supermercados, as quais são fabricadas de forma terceirizada.
Para a diretora comercial, "essas estratégias podem ser uma saída para manter o consumidor ativo e fidelizado, mesmo em tempos de incerteza econômica."
"Além disso, investir em marcas próprias e ofertas personalizadas são eficazes para fortalecer a relação com o cliente e aumentar a recorrência de compra”, finaliza”.
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Pesquisa indica que os cearenses costumam ir mais aos supermercados logo no início do mês e entre os dias 15 e 20