A convenção partidária que definirá candidatura do PT em Fortaleza foi confirmada para o dia 13 de setembro. A data do encontro, que será realizado de forma não presencial pela Internet, foi aprovada na tarde de ontem em reunião da Executiva municipal do PT na Capital.
"Esses indicativos agora vão ser remetidos ao Grupo de Trabalho Eleitoral, para a definição de todas as decisões depois disso, como o formato", explica Renan Ridley, secretário de Organização do PT Fortaleza. Segundo ele, o evento de ontem se focou na questão da convenção em si e não discutiu qualquer assunto relativo à candidatura do partido.
Com a decisão, a definição da postura do PT na eleição deste ano deverá ocorrer após a do PDT de Cid e Ciro Gomes, com convenção marcada para 12 de setembro. Principal sigla de oposição no Ceará, o Pros deverá fazer seu evento partidário antes, já no dia 7, e deve confirmar candidatura do deputado federal Capitão Wagner.
O PT chega às vésperas da convenção ainda sem resolver impasse entre grupos que defendem a candidatura da deputada federal Luizianne Lins, colocada desde o início do processo, e lideranças que pregam uma aliança com a base do prefeito Roberto Cláudio (PDT). Entre os defensores da segunda tese, está o principal nome do partido no Estado, o governador Camilo Santana.
Na semana passada, grupo liderado no PT pelo deputado estadual Acrísio Sena e pelo secretário do Meio Ambiente do Estado, Artur Bruno, chegou a lançar manifesto em defesa da aproximação entre petistas e pedetistas. Eles destacam que, no contexto atual, a união de forças opositoras a Jair Bolsonaro seria prioridade maior na eleição da Capital.
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O grupo tenta unir ao PDT inclusive outros partidos da chamada "ala progressista" que ainda possuem candidaturas próprias. Até agora, no entanto, siglas como o PCdoB, PSB, PV, o Psol e a UP ainda seguem com nomes na disputa.
Já Luizianne, por outro lado, tem dito que só abriria mão da candidatura caso pedetistas apoiassem outro nome petista. Na última quinta-feira, 27, ela se reuniu com Camilo e outras lideranças do partido no Palácio da Abolição e reafirmou seguir na disputa, destacando orientação do PT Nacional para que o partido tenha candidatura própria na Capital.
As raízes do racha são claras: em 2012, Luizianne tentou eleger o hoje deputado Elmano de Freitas (PT) como seu sucessor, mas acabou derrotada por Roberto Cláudio. A disputa foi das mais acirradas, com direito a acusações da ex-prefeita contra o adversário por compra de votos na reta final da campanha. Desde então, vereadores ligados a Luizianne fazem oposição ao prefeito na Câmara Municipal.
Na busca por uma composição entre PT e PDT, Camilo chegou inclusive a exonerar o assessor especial de articulação política do Estado, o ex-deputado Nelson Martins (PT), no limite da data estipulada pela Justiça Eleitoral. A indicação dele, no entanto, enfrenta resistência entre pedetistas, que já realizam debates entre cinco pré-candidatos desde o fim de julho.
Em meio ao racha, Luizianne tem tocado agenda da pré-campanha. Na noite de ontem, a ex-prefeita realizou uma plenária para a elaboração do programa de governo da candidatura, específica para o setor da Saúde e com tema "defendendo o SUS". O evento contou com participação do vereador e presidente do partido em Fortaleza, Guilherme Sampaio.
Segundo Renan Ridley, reunião do Grupo de Trabalho Eleitoral que definirá detalhes da convenção do dia 13 deve acontecer até esta quinta-feira, 3.
Unidade Popular
A UP anunciou para este sábado, 5, a realização da convenção da legenda. A professora Paula Virgínia Colares será a candidata a prefeita com o bancário Serley Leal como vice da chapa. A convenção será realizada de forma remota