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Luizianne segue rumo à candidatura. Ala do PT ainda tenta acordo com o PDT
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Luizianne segue rumo à candidatura. Ala do PT ainda tenta acordo com o PDT

Convenção petista foi adiada em meio a conversas por aliança. Nelson Martins não demonstra vontade de disputar, segundo aliados
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 DEPUTADA LUIZIANNE Lins, pré-candidata à Prefeitura de Fortaleza pelo PT (Foto: Rodrigo Carvalho, em 16/03/2015)
Foto: Rodrigo Carvalho, em 16/03/2015 DEPUTADA LUIZIANNE Lins, pré-candidata à Prefeitura de Fortaleza pelo PT

O PT adiou para o último dia previsto no calendário eleitoral, 16 de setembro, a convenção que pode oficializar Luizianne Lins candidata à Prefeitura de Fortaleza pela quarta vez. O presidente da legenda no município, vereador Guilherme Sampaio, explicou que a partir do dia 14 será permitido o modelo híbrido de convenções, ou seja, com participações presenciais e remotas.

O Ministério Público Eleitoral (MPE) recomendou que só a partir da data estes eventos possam receber até 100 pessoas, seguindo protocolos de distanciamento e higienização. Contudo, a nova agenda se justifica principalmente pelo cenário interno no petismo e no outro principal partido da base do governador do Estado, Camilo Santana, o PDT.

Ex-secretário de Relações Institucionais do Palácio da Abolição, Nelson Martins é a investida do governador em prol da união das duas legendas já no primeiro turno. Luizianne não lideraria frente de centro-esquerda com a presença do PDT por ser opositora da agremiação comandada pelo prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio e pelos irmãos Ciro e Cid Gomes.

De acordo com relatos colhidos por O POVO, porém, segue improvável a possibilidade de um aperto de mão entre petistas e pedetistas mesmo com o adiamento da convenção. Três petistas, dois deles da executiva municipal, disseram reservadamente que Nelson não demonstra disposição de enfrentar a campanha ao Executivo.

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Uma das razões seria o desgaste emocional com a morte do pai Vicente Ferreira de Sousa, em maio. Procurado, Nelson não atendeu ligações, nem respondeu mensagens de texto ao ser procurado pela reportagem.

Encorajador da tese de aliança, o deputado estadual Acrísio Sena (PT) afirmou não serem pessoais as razões que inviabilizam o fechamento entre os partidos.

O projeto nacional para 2022 de PT e PDT, argumentou, indicam Fortaleza como cidade estratégica, importante de ser conquistada. "É aí que eu acho onde está o erro dos dois partidos", ele criticou.

Ainda segundo avaliação do parlamentar, "o fundamental de todo esse debate é que teremos uma relação pacífica, harmoniosa, um debate qualificado entre PT e PDT", de modo a não prejudicar formação de aliança contra Capitão Wagner (Pros), caso o policial da reserva avance ao segundo turno contra uma das duas legendas.

Indagado sobre Nelson Martins e o adiamento da convenção, Guilherme Sampaio reafirmou não existirem "fatos novos". Isso significa que o "PT segue construindo seu programa e a pré-candidatura de Luizianne para homologação."

O PDT, por sua vez, segue com a convenção marcada para o dia 12, disse o dirigente estadual da legenda André Figueiredo. Na edição do O POVO de ontem, o presidente nacional da sigla trabalhista, Carlos Lupi, afirmou que o grupo governista apresenta o candidato ao eleitor até amanhã, 11.

É comum que Camilo Santana fique neutro quando os interesses de PT e PDT entram em rota de colisão. No primeiro turno da campanha 2016, ele não direcionou apoio nem a Roberto Cláudio nem a Luzianne Lins. Assim como em 2018, quando Fernando Haddad (PT) e Ciro Gomes (PDT) mediram forças nas urnas na disputa pela Presidência da República.

 

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