Heitor Freire (PSL) diz que continuará apoiando Jair Bolsonaro enquanto o presidente da República for um defensor dos princípios de direita. A afirmação foi dada ontem durante uma das sabatinas realizadas pela Rádio O POVO CBN com os candidatos à Prefeitura de Fortaleza.
Todavia, o deputado federal confessa estar decepcionado com a menção elogiosa manifestada pelo chefe do executivo a outro candidato. Durante live realizada no último dia 8, Bolsonaro anunciou a colaboração a algumas candidaturas municipais pelo Brasil e disse: "em Fortaleza tem um capitão lá. Se Deus quiser vai dar certo, já tá na frente", em referência a Capitão Wagner (Pros). Já sobre Freire, Bolsonaro o classificou como "cara de pau" e afirmou que os dois "racharam" politicamente.
Mesmo com o rompimento e as críticas manifestadas, Freire diz que as falas de Bolsonaro foram motivadas por picuinhas e reafirma-se como base mais sólida no Ceará do presidente. "Acredito que ele está fazendo um excelente governo, sou o deputado federal mais fiel a ele", disse.
Além dos conflitos com o presidente, Freire ainda tem que dar conta de desentendimentos locais com o ex-correligionário André Fernandes (Republicanos) e o colega de partido Delegado Cavalcante, ambos deputados estaduais. Fernandes, inclusive, disse ao O POVO ser o responsável pela aproximação entre Jair e Wagner.
Sobre o relacionamento com os dois, Freire diz ter sido vítima de "tentativas de rasteiras" mas pede "que Deus abençoe o caminho deles", pois sua preocupação agora é enfrentar os problemas de Fortaleza.
Para dar conta dessas questões, direciona o foco de eventual gestão a geração de renda e empregos por meio dos projetos "Renda Fortaleza" e "Fortaleza Agora Vai". O primeiro propõe um complemento mensal para famílias mais vulneráveis, enquanto o segundo seria um fomento, também em dinheiro, para pequenos negócios.
Recursos para executar tais medidas não faltam, garante o candidato. De acordo com ele, a capital cearense é uma das cinco mais ricas do país e está investindo, atualmente, cerca de R$ 1 bilhão em obras concentradas em poucos bairros.
"Eu sou um gestor, tanto pela formação acadêmica quanto pelo meu currículo profissional", garante o candidato do PSL que ainda afirma ter uma equipe técnica a postos para colocar os projetos em prática.
Outro obstáculo que o candidato do PSL ainda terá de encarar é quanto ao uso do próprio nome. Pois, além da disputa eleitoral, ele foi alvo de ação de Heitor Férrer (SD) pelo direito de uso do primeiro nome. A decisão foi desfavorável a Freire, que está sujeito à multa no valor de R$ 100 mil para cada vez que omitir nome completo em peças de campanha. Sobre isso, respondeu na noite de ontem, via assessoria de imprensa que "não há que se discutir aplicação de multa ou suspensão de veiculação de propaganda eleitoral" e que "a medida está sendo cumprida desde o dia cinco de outubro".
Entrevista
As sabatinas com candidatos ao Paço Municipal continuam hoje com Paula Colares (UP). A entrevista está marcada para as 9 horas e tem transmissão da Rádio O POVO CBN e das mídias sociais do O POVO Online