Coordenador da campanha de Capitão Wagner (Pros) à Prefeitura de Fortaleza, o senador Eduardo Girão (Podemos) saiu em defesa do postulante republicano em coletiva de imprensa na manhã de ontem. Segundo o parlamentar, os apoios já manifestados por partidos de esquerda a José Sarto (PDT) neste segundo turno têm de ser relativizados, já que as legendas também anunciaram que seriam oposição caso o pedetista vença a disputa.
"Psol, PT e PCdoB declararam apoio, e nós respeitamos. Embora já disseram ontem na coletiva que vão ser oposição. Quer dizer que não acreditam no Sarto?", questionou.
Sobre declaração da executiva municipal petista de voto no adversário, o senador falou que "os dirigentes do PT não representam o pensamento das pessoas na rua". E voltou a mencionar a deputada federal Luizianne Lins (PT), terceira colocada no primeiro turno.
"A oligarquia desrespeitou a Luizianne, que merece respeito. Discordo de muitas das ideias dela, mas ela tem idealismo e defende com unhas e dentes", avaliou.
Questionado sobre eventuais adesões à candidatura do Pros, Girão declarou que "o principal aliado de Wagner não sou eu, não é ninguém que está aqui, é o povo de Fortaleza, que, na última eleição, por pouco, sem apoio no segundo turno de 2016, não ganha a eleição".
O coordenador traçou então paralelo entre a campanha de 2020 e a de quatro anos atrás, quando Wagner também foi ao segundo turno. "Em 2016 foi a mesma coisa, não teve apoio, mas por muito pouco não virou naquele momento, com apoio do povo e desejo de mudança muito maior hoje", projetou.
De acordo com ele, "é plenamente possível uma virada histórica, ainda mais agora com os debates, se o candidato Sarto não fugir".
Sobre a associação entre Wagner e Bolsonaro feita pelo governador Camilo Santana (PT) na última segunda-feira, 16, quando manifestou publicamente apoio ao Sarto, Girão respondeu: "Se tem uma coisa que Capitão Wagner representa como parlamentar é independência, mas, por responsabilidade", precisa ter um "bom relacionamento" com os governos Estadual e Federal.
"A independência que estou tendo no Senado, Wagner está tendo na Câmara", continuou o senador, "as votações de Capitão Wagner são de independência ao governo Bolsonaro".
Já em relação à posição de Camilo e às críticas que o governador tem feito ao candidato de oposição, Girão foi mais duro. "O governador do Ceará não está obedecendo à liturgia do cargo, não está se prestando ao papel de estadista que ele pinta ser. Mas a máscara está caindo, a verdade está começando a aparecer", afirmou.
Em seguida, acrescentou: "O governador está atuando como militante na campanha. É muito claro o jogo que o militante governador Camilo Santana está fazendo, nacionalizando a campanha para não olhar os problemas que estão aqui".
Reiterando o que já havia dito ao O POVO, Girão também destacou importância dos debates neste segundo turno da disputa eleitoral, que se encerra daqui a 10 dias.
"Quero fazer um clamor aos cidadãos de bem de Fortaleza, independente se estão à esquerda ou direita, peçam ao seu candidato que não fuja do debate. Temos informações de bastidores que o poder político e econômico do outro lado está trabalhando para não ter debates. O candidato da situação precisa encarar os debates", concluiu.