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Wagner explica pré-candidatura ao Governo: "oposição precisa de mais tempo"
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Wagner explica pré-candidatura ao Governo: "oposição precisa de mais tempo"

| Bastidores | Deputado afirmou que não tem medo de ficar sem mandato. "Eu não entrei na política para fazer carreira, ficar sem mandato de deputado é uma coisa muito natural, até porque eu vou para ganhar, não vou para perder"
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Capitão Wagner prepara migração para o União Brasil (Foto: Aurelio Alves)
Foto: Aurelio Alves Capitão Wagner prepara migração para o União Brasil

O deputado federal Capitão Wagner (Pros) explicou ao O POVO que o anúncio da pré-candidatura dele ao Governo do Ceará se deu em razão de a oposição não possuir o controle de máquinas públicas como o Executivo e o Legislativo estaduais e, assim, necessitar de mais tempo para se organizar.

Possíveis apoios de prefeitos do Interior também fizeram com que Wagner anunciasse seu nome como pré-candidato na sucessão de Camilo Santana (PT). "A oposição sempre tem mais dificuldade, precisa de tempo para essa construção, não temos máquina, recursos, estrutura para essa montagem, então é natural que a oposição se posicione de modo antecipado", justificou.

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Se presidenciáveis têm suas campanhas facilitadas com a montagem de palanques nos estados, com a presença de candidatos aos governos, também os postulantes aos executivos estaduais costuram apoio de prefeitos para que, na campanha, possam conferir mais peso às suas passagens pelos municípios.

“Muitas pessoas no Interior do Estado querem aderir à oposição, mas precisam ter a definição de quais rumos devem ser tomados, de quem deve seguir”, afirma Wagner, que tentou sem sucesso a Prefeitura de Fortaleza em 2016 e 2020.

O saldo para a oposição nos pleitos municipais foi positivo. Além da quase vitória de Wagner sobre o atual prefeito da Capital José Sarto (PDT) - 51,69% a 48,31% -, o grupo de políticos contrário à coalizão que o governa o Ceará, liderada pelos pedetistas Ciro e Cid Gomes, venceu disputas em Caucaia, Maracanaú, São Gonçalo do Amarante e Juazeiro do Norte.

A pré-candidatura de Wagner foi incentivada até por nomes do PSDB, como o deputado federal Danilo Forte e o prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa. O “bolsonarismo raiz”, aquele mais visível nos deputados estaduais André Fernandes (Republicanos) e Delegado Cavalcante (PSL), simpatiza com a ideia.

“Na verdade é consenso na oposição o nome do Capitão. Quanto antes começar, melhor para fortalecer as bases”, disse Fernandes ao O POVO. Ele também adiantou que no próximo ano buscará mandato de deputado federal.

O tom de Wagner é de quem pode abrir mão do projeto se outro membro da oposição se provar mais viável. A maneira mais tradicional de se mostrar em melhores condições eleitorais é por meio de pesquisas internas que são encomendadas. Na prática, é pouco provável que outro opositor pontue melhor do que o capitão da reserva da Polícia Militar.

O senador Eduardo Girão (Podemos) vem imediatamente atrás na lista de nomes disponíveis para a disputa. Ele foi coordenador e maior doador da campanha de Wagner em 2020, com cifras que estão na casa do milhão.

“Ele (Wagner) já provou que está credenciado para cumprir qualquer missão, inclusive a de liderar o estado do Ceará que há décadas vem sendo governado por uma oligarquia. É inteligente, tem capacidade política e principalmente valores morais e éticos”, disse Girão, segundo quem o momento de pandemia da Covid-19 não é propício à discussão de assuntos eleitorais.

FORTALEZA, CE, BRASIL, 29.11.2020:  Capitão Wagner (PROS) e Eduardo Girão no comite do PSC para coletiva do 2 turno de Fortaleza. (Aurelio Alves/O POVO)
Foto: Aurelio Alves
FORTALEZA, CE, BRASIL, 29.11.2020: Capitão Wagner (PROS) e Eduardo Girão no comite do PSC para coletiva do 2 turno de Fortaleza. (Aurelio Alves/O POVO)

Se perder eventual disputa ao Palácio da Abolição, no entanto, Wagner ficará sem mandato. É uma cartada que envolve trocar uma reeleição à Câmara dos Deputados, tida como fácil, por uma empreitada considerada arriscada, por envolver uma única vaga e ser contra um grupo instalado no Poder há uma década e meia.

Eu não entrei na política para fazer carreira, ficar sem mandato de deputado é uma coisa muito natural, até porque eu vou para ganhar, não vou para perder. Se a gente for pensando que vai perder a eleição e vai ficar sem mandato, realmente a gente nem entra na empreitada”, responde Wagner.

PSL

O deputado federal Heitor Freire (PSL) disse ao O POVO sobre Wagner no PSL: "O convite foi feito e creio que na próxima janela partidária ele virá." Ainda não há questão fechada entre as partes. 

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