Em entrevista ao programa Jogo Político ontem, o presidente da Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE), Evandro Leitão (PDT), defendeu a manutenção da aliança entre PT e PDT no estado para as eleições de 2022.
"O PT é um aliado do PDT já há alguns anos. É um projeto exitoso, iniciou lá atrás em Sobral, em 2004. Temos resultados importantes na área da Educação e na Saúde. Por isso é importante que estejamos juntos. Precisamos dar continuidade a esse projeto com ambos os partidos, tanto PT quanto PDT", respondeu o deputado estadual aos jornalistas Italo Coriolano e Carlos Mazza.
Questionado sobre como avalia esse cenário de chapa única composta pelas duas maiores forças políticas locais na sucessão do governador Camilo Santana (PT), que deve concorrer a vaga no Senado, Evandro afirmou que "o importante disso tudo é o projeto instalado no estado" e que ele "tenha continuidade".
"Faço coro ao governador do Estado da importância que tem o PT estar junto do PDT", reiterou o chefe do Legislativo estadual, em referência à entrevista concedida por Camilo ao O POVO e publicada na edição do último sábado, 10.
Nela, o petista descarta qualquer possibilidade de que as duas siglas estejam separadas nas eleições de 2022 no estado. "Não tenho nenhuma dúvida de que PT e PDT continuarão juntos aqui no Ceará, porque temos um projeto sólido, que tem feito nosso estado avançar em todas as áreas", justificou o governador.
Na mesma conversa, tratando do que chama de "polêmicas criadas nos últimos dias", Camilo sustentou ainda que, "como em toda relação, há divergências e discussões, mas o objetivo maior deve prevalecer sempre, que é o de ajudar a melhorar a vida de cada irmão e irmã cearense".
Ao Jogo Político, Evandro se mostrou afinado com esse discurso. Para o parlamentar, o partido de Camilo "deu contribuição enorme a esse projeto". O pedetista frisou que o atual governador é do PT", mas que apenas "bem mais na frente vamos discutir nomes".
Provocado a falar sobre como a disputa nacional pode alterar o xadrez eleitoral no Ceará, com Lula e Ciro Gomes na corrida ao Planalto, o deputado desconversou: "Tudo é uma incógnita".
"É difícil falar em torno de especulações. Não sabemos o que acontecerá na esfera nacional. É obvio que teremos repercussões no estado (do quadro nacional), mas sou um dos que defendem que essa aliança entre PT e PDT não pode acabar", enfatizou.
Ainda conforme o parlamentar trabalhista, "temos de saber separar aquilo que é a possível candidatura do Lula" de uma "aliança com o PT no estado do Ceará", o que, postula Evandro, são "situações completamente distintas".
"O PT é aliado histórico. Temos que torcer para que não haja qualquer tipo de ruptura", acrescentou, ponderando em seguida: "A pré-candidatura do Ciro é algo concreto".
Antes de Camilo e Evandro, porém, o prefeito de Sobral Ivo Gomes, irmão de Ciro, havia dirigido críticas duras ao ex-presidente Lula, o que, para petistas ouvidos pelo O POVO, cria dificuldades para assegurar a permanência da relação entre as legendas.
No centro do tabuleiro do Jogo Político, Ivo afirmou que, "para se diferenciar do Lula, basta ser honesto". E complementou: "Vamos começar a rever nossos conceitos de esquerda. Esquerda na política chama-se Ciro Ferreira Gomes. Ponto final".
No programa de ontem, contudo, Evandro adotou linha mais conciliadora ao tratar do ex-presidente petista. "Eu acho que Lula deu sua contribuição enquanto presidente, teve muitos acertos, mas claro que tem outras críticas", ressaltou.
O pedetista concluiu: "No primeiro turno, se PT e PDT tiverem candidatos, podemos nos unir no segundo turno. Isso tudo vai depender das tratativas e de uma série de fatores que permeiam a política do Ceará. Torcerei para que aliança possa perdurar".