O União Brasil fechou a data para o evento de filiação em bloco no Ceará: próxima terça-feira, 22, a partir das 9 horas, na Assembleia Legislativa do Estado (AL-CE).
Sob comando do deputado federal licenciado Capitão Wagner, o novo partido deve filiar grupos de parlamentares oriundos do PSDB e do Pros na reta final da janela partidária, como os deputados federais Danilo Forte e Vaidon Oliveira, os estaduais Soldado Noélio, Fernanda Pessoa e Heitor Férrer e os vereadores Sargento Reginauro e Inspetor Alberto.
De acordo com Wagner, “95% se filia na terça-feira”, referindo-se aos novos ingressantes da legenda, que é resultado da fusão entre DEM e PSL e cuja presidência foi disputada entre o deputado e o empresário Chiquinho Feitosa, de mudança para o PSDB.
Do partido social-democrata, migra também para o União o prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa, deputado federal que assumiu a gestão da cidade na região metropolitana depois de vencer o pleito de 2020, cedendo a vaga para Forte.
Ao O POVO, o parlamentar tucano havia citado a possibilidade de presença do presidente nacional da sigla, deputado Luciano Bivar, que estaria avaliando agenda para participar do evento de filiação.
Capitão Wagner, porém, afirmou neste sábado (19) que Bivar “está muito ocupado com as articulações dos estados e só virá em abril” ao Ceará, depois do período da janela, que se estende até dia 2/4.
A cerimônia de filiação está prevista para menos de uma semana depois de encontro no qual Wagner anunciou formalmente que está assumindo a presidência do União, megapartido que vai lhe assegurar condições mais sólidas de concorrer ao Governo do Estado neste ano.
Pré-candidato ao Abolição, o deputado já postulou cargo de prefeito de Fortaleza em duas ocasiões, mas sempre como membro de legenda bem menos expressiva, caso do Pros.
Agora, porém, chega com retaguarda de um grande partido e detendo controle local, compartilhado com o também deputado federal Heitor Freire, ex-presidente do PSL e hoje vice-presidente do União.
A peleja para garantir o mando da sigla recém-criada foi longa, mas, ao final, o grupo da oposição ao governador Camilo Santana (PT) acabou saindo vencedor.
Chiquinho Feitosa, presidente do DEM no Ceará até antes da fusão, mobilizou aliados de peso, como o senador Tasso Jereissati, na tentativa de ocupar a executiva estadual do União, mas não obteve sucesso.
Entre dezembro e fevereiro, o democrata exerceu mandato de senador – ele é suplente de Tasso –, condição na qual passou a negociar principalmente com ACM Neto, uma das lideranças da legenda. O comando, porém, ficou com Wagner, e Feitosa decidiu filiar-se ao PSDB, cujo diretório estadual ele irá presidir.
À reportagem, o deputado federal chegou a dizer que o bloco governista “tentou nos tomar o União Brasil e ainda está tentando”, além de pretender inviabilizá-lo “como pré-candidato ao Governo”.
“Queriam que acontecesse o que aconteceu em 2018, mas não vai acontecer, não. Vai ter disputa no Ceará, se Deus me der vida até 2 de outubro. E, da minha parte, vai ser a disputa mais técnica possível”, declarou Wagner.