Ao falar sobre as mudanças realizadas no Ceará, Tasso Jereissati (PSDB) repete algumas vezes que não foi apenas ele, que havia um grupo e pessoas que deram continuidade. Dos aliados, nenhum alcançou tanta importância política quanto Ciro Gomes (PDT).
Nas eleições de 2010, os dois se distanciaram politicamente. Voltaram a se aliar para a eleição de 2020 em Fortaleza, em torno da candidatura de José Sarto (PDT).
"Do Ciro não chegou nem a haver rompimento. Foi nessa mesma época (2010) em que ele fez uma opção clara entre o PT ou ficar comigo. Como a opção dele naquele momento foi o PT por causa da política nacional, houve um afastamento daí por diante, porque nós não seríamos mais companheiros de caminhada aqui no Ceará. Ele tinha tomado outro rumo, que era diferente do nosso", conta o senador. "Mas eu nunca cheguei a brigar com ele, nem discutir, nem bater boca, nem nada", acrescenta.
A relação entre os dois começou antes da primeira candidatura, em 1986. Tasso foi convidado a um debate na Assembleia Legislativa, como representante do Centro Industrial do Ceará (CIC), e se impressionou com o jovem parlamentar. "Lá no debate, ele acabou sendo meu grande debatedor, porque ele era muito preparado. E me surpreendeu, porque era um garoto".
Após a eleição, Ciro virou líder do governo numa Assembleia hostil. "Ele se notabilizou por causa disso, porque como ele é até hoje um orador privilegiado, podia até perder a votação, mas o discurso ele ganhava. A discussão ele ganhava".
Dali foi escolhido para ser candidato a prefeito de Fortaleza e, mais tarde, governador.