A nova configuração da liderança do prefeito José Sarto (PDT) na Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor) tem um objetivo, segundo um dos vereadores que a compõem: tornar “Sarto quatro vezes mais forte”.
Em alusão ao slogan de campanha do hoje governador Elmano de Freitas (PT) - "Ceará três vezes mais forte" -, a definição foi dada por, Carlos Mesquita (PDT) em entrevista ao O POVO nessa terça-feira, 5. Ele agora compartilha a vice-liderança do governo com Didi Mangueira (PDT) e PP Cell (PSD), enquanto o líder de Sarto é o vereador Iraguassú Filho (PDT).
“O foco é Sarto quatro vezes mais forte, com Didi, Carlos Mesquita, PP Cell e Iraguassú. Esse quarteto aí vai fazer um trabalho que eu e o Didi sozinho fazíamos com grande sucesso. Vou continuar no grupo até onde der e como a gente puder”, afirmou Mesquita.
Para ele, a nova formação se trata, na verdade, de uma equipe de líderes. “Agradeço demais ao Sarto por mais essa confiança, por me deixar no grupo de líderes, porque não digo que tem um líder e três vices, não. Tem uma equipe que lidera e tem um responsável por esse grupo, que vai ser o Iraguassú. Então, nós vamos atuar em conjunto, um ajudando o outro, para que, na realidade, o prefeito tenha uma liderança de quatro [pessoas] e ele fique quatro vezes mais forte”.
Enquanto isso, Mangueira avalia as mudanças como uma oportunidade de unir a experiência com a juventude, tendo em vista o tempo de atuação de cada colega no Legislativo Municipal. “Mesquita com oito mandatos e eu com seis. Iraguassú com dois e PP Cell com um. Quando se pega esses quatro nomes com esse tempo de Casa, você vê que o prefeito tem uma mesclada legal com experiência e juventude”.
A mudança na gestão ocorreu após Mesquita protagonizar fala polêmica ao dizer que a Prefeitura de Fortaleza teria cortado repasses para o tratamento de câncer propositalmente com o objetivo de pressionar o governo de Elmano de Freitas (PT). O comentário repercutiu mal entre os colegas e causou mudança nas cadeiras da CMFor. Ao O POVO, o parlamentar disse ter absorvido um “desgaste” por conta da situação.
"Para mim não tem nenhum problema de ser qualquer coisa. Acho que eu absorvi um desgaste com o problema do Crio, onde, se eu pequei, foi por excesso de zelo, para proteger o meu prefeito, a quem eu defendi aqui com unhas e dentes e continuarei defendendo, porque ele é um entusiasta dessa cidade, de como ela será até o final do próximo ano. Estou consciente do dever cumprido".
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As eleições de 2024 são destaque na fala dos vice-líderes. De acordo com Mangueira, “a liderança precisa entender que, querendo ou não, 2024 é direto dentro do Plenário”. Na ocasião, ele usou como exemplo colocações da vice-governadora, Jade Romero (MDB), e do ex-presidenciável Ciro Gomes (PDT).
“A fala da vice-governadora Jade foi olhando para 2024, quando ela sugere que Roberto Cláudio vai puxar o tapete do Sarto. Quando o Ciro fala da Luizianne, é 2024. Quando nós estamos no debate aqui, é 2024. Então, a liderança tem que estar atenta a isso, porque esse debate vem à tona a qualquer momento”, ressalta.
Já Mesquita entende que quem assume liderança acaba dedicando menos tempo aos eleitores. Por isso, espera apoio do prefeito para candidatura do ano que vem.
“Só tem uma coisa que preocupa a gente na liderança, porque os dois últimos líderes, o Evaldo Lima e o Wesley Feitosa, não foram eleitos. Por quê? Porque a gente trabalha muito e esquece do nosso eleitor, esquece do gabinete. O Didi se afastou e eu fiquei só, fazendo tudo sozinho, então, esses meses que eu passei como líder, eu praticamente abandonei meus eleitores. Tenho que recuperar isso agora e tenho certeza que Sarto vai me ajudar na minha eleição para compensar esse período que eu me dediquei exclusivamente a ele”.