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H2V: Iniciativa privada, academia e Estado investempara atender demanda por mão de obra
Reportagem

H2V: Iniciativa privada, academia e Estado investempara atender demanda por mão de obra

| Capacitação | Estimativa é de que o Ceará precise de 80 mil profissionais da área de energia. Treinamentos necessários contemplam várias áreas
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Projetos de novas usinas eólicas e solares demandam mão de obra e ancoram a produção de H2V (Foto: FÁBIO LIMA)
Foto: FÁBIO LIMA Projetos de novas usinas eólicas e solares demandam mão de obra e ancoram a produção de H2V

O hub de hidrogênio verde (H2V) promete aquecer ainda mais o setor de energias renováveis no Ceará dentro de quatro anos - período no qual é esperada a produção de parte dos projetos em curso - com a necessidade de 80 mil profissionais atuando diretamente na área.

Para atender essa demanda, o governo cearense, a iniciativa privada e a academia empreendem esforços na criação de novos cursos para atender essa demanda e evitar a importação de mão de obra.

LEIA TAMBÉM: Ceará tem mais da metade dos projetos de hidrogênio do Brasil

A geração de emprego para esse pessoal é dada como certa, seja para manutenção ou construção das usinas.

Afinal, atualmente, dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) indicam que, além dos 22 projetos de energia eólica offshore (no mar) planejados para o litoral cearense, o Estado conta com operação de 132 usinas, entre eólicas e solares, e mais 394 aprovadas.

Isso projeta um impacto para quase todo o Estado, uma vez que, atualmente, 45 municípios cearenses contam com parques funcionando.

"Estamos em cima de uma mina de ouro, hoje. Esse negócio não é só para o grande empresário, é a mudança de vida para as pessoas mais pobres. Essa é a grande pegada", ressalta Ricardo Cavalcante, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), sobre o impacto que a demanda por hidrogênio verde vai resultar.

O industrial relembra a projeção de mais que duplicar o Produto Interno Bruto (PIB) cearense a partir da geração de H2V e, por isso, empenhou esforços no treinamento de pessoal pelo Sistema S, via o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).

Parcerias para o hub de hidrogênio

Mas não foi o único. A Universidade Federal do Ceará (UFC), parceira na formação do hub de hidrogênio verde juntamente com a Fiec e o governo estadual, desenvolve no Parque Tecnológico da UFC (Partec) um projeto de implantação de um centro de pesquisa em Hidrogênio Verde no formato Open Lab.

As pesquisas de H2V em curso na UFC envolvem diretamente os departamentos de Engenharia Química, Engenharia Mecânica e Engenharia Elétrica, que formam profissionais aptos a atuar na área de renováveis todo semestre.

Da mesma forma, O Instituto Federal do Ceará (IFCE) tem, além dos cursos técnicos na área de energia e ambiental, o Campus de Maracanaú com "uma verticalização nesse sentido das energias renováveis, começando com o curso técnico em Meio Ambiente, o bacharelado em Engenharia Ambiental e Sanitária e, por fim, o mestrado em Energias Renováveis".

"Nós estamos trabalhando também em um curso de especialização em hidrogênio verde. Estamos bem avançados. A expectativa é que já para o segundo semestre, em meados de setembro, iniciamos a turma, que deve ter seleção em agosto", ressalta o professor Bruno César Barroso Salgado, coordenador do Mestrado Acadêmico em Energias Renováveis, apontando o envolvimento de diferentes campus do IFCE, inclusive, o do Pecém.

Governo mira em escolas de tempo integral para ganhar escala

Já o governo cearense tem na estratégia de escolas em tempo integral - metodologia que já chega a 70% das escolas de ensino médio da rede pública do Estado - a principal aposta para sanar a carência de mão de obra futura na área de energias e também nas demais.

Segundo a Secretaria da Educação do Ceará (Seduc), "a jornada ampliada é ofertada em 472 unidades de ensino, das quais 341 são Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral (EEMTIs) e 131 são Escolas Estaduais de Educação Profissional (EEEPs), que conta com cursos técnicos, contemplando mais de 140 mil estudantes em 165 municípios".

São Gonçalo, Tianguá, Sobral, Aracati e Mauriti contam com EEEPs nas quais são ofertados cursos de energias renováveis.

Iniciativas no ensino superior também são empregadas pelo governo cearense. A UFC conta com experiências e estudos em curso no Laboratórios Associados de Inovação e Sustentabilidade (Lais), que envolvem pesquisadores das áreas de Física, Química, Computação, Engenharia, Administração e Ciências de Materiais. 

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SENAI CEARÁ

Mais informações sobre os cursos oferecidos pelo Senai, valores e horários podem ser consultados no https://www.senai-ce.org.br/para-voce

Panorama do setor de energia

Geração de energia no Ceará

Usinas

Em Operação

Eólica - 100
Solar - 32
Térmica - 30
Potência -5.397.846,10kW

Em construção
Eólica - 3
Solar - 8
Térmica - 0
Potência - 380.328kW

Construção não iniciada
Eólica - 69

Solar - 325

Térmica - 1

Potência - 16. 921.584 kW

Municípios com usinas funcionando ou projetos:

  • Abaiara
  • Acaraú
  • Amontada
  • Aquiraz
  • Aracati
  • Beberibe
  • Camocim
  • Carnaubal
  • Caucaia
  • Eusébio
  • Fortaleza
  • Fortim
  • Guaraciaba do Norte
  • Horizonte
  • Ibaretama
  • Ibiapina
  • Icapuí
  • Icó
  • Itapipoca
  • Itarema
  • Jaguaretama
  • Jaguaruana
  • Juazeiro do Norte
  • Lavras da Mangabeira
  • Limoeiro do Norte
  • Maracanaú
  • Marco
  • Mauriti
  • Milagres
  • Morada Nova
  • Pacatuba
  • Paracuru
  • Pindoretama
  • Quixadá
  • Quixeré
  • Russas
  • São Gonçalo do Amarante
  • Sobral
  • Tabuleiro do Norte
  • Tauá
  • Tianguá
  • Trairi
  • Ubajara
  • Umari
  • Uruburetama
  • Viçosa do Ceará

    Geração distribuída
    Solar - 62.634
    Eólica - 32

    Conexões por ano
    Ano / Quantidade
    2023 - 13.370
    2022 - 24.377
    2021 - 14.758
    2020 - 5.952
    2019 - 2.496
    2018 - 1.016
    2017 - 363
    2016 - 191
    2015 - 101
    2014 - 35
    2013 - 10

    Fonte: Aneel










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