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Os próximos 4 anos: entenda as dinâmicas do poder em Fortaleza e no Brasil
Reportagem Seriada

Os próximos 4 anos: entenda as dinâmicas do poder em Fortaleza e no Brasil

Com uma vitória expressiva dos partidos de centro e centro-direita, os partidos mais tradicionais devem se mexer para burlar a polarização e garantirem sua hegemonia
Episódio 34

Os próximos 4 anos: entenda as dinâmicas do poder em Fortaleza e no Brasil

Com uma vitória expressiva dos partidos de centro e centro-direita, os partidos mais tradicionais devem se mexer para burlar a polarização e garantirem sua hegemonia
Episódio 34
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Uma eleição marcada pelo acirramento, polarização e alianças inesperadas. Os números das pesquisas no segundo turno alimentaram a ansiedade de eleitores e candidatos. Evocando padrinhos políticos, torcidas de futebol e até a intercessão divina, a campanha feita nos últimos três meses revelou novas tendências e estratégias, ao passo que também expôs as fragilidades e limitações do modelo mais tradicional de propaganda.

Semanas depois, o resultado é incontestável: Evandro Leitão foi eleito prefeito de Fortaleza para governar de 2025 a 2028.

A composição de alianças para os próximos anos deve envolver acordos nacionais, reconciliações de antigos aliados e o novo poder de barganha do Centrão.

 

 

A vitória de Evandro Leitão

Com uma trajetória política consolidada e conhecida, o ex-presidente da Assembleia Legislativa do Ceará venceu as eleições com uma plataforma que equilibra o desenvolvimento social e econômico, alinhada com os valores progressistas e de centro-esquerda. Leitão assume com o compromisso de uma gestão focada na ampliação de políticas sociais, melhorias no transporte e na mobilidade urbana, além de um foco contínuo em saúde e educação.

Durante a campanha, Leitão defendeu a ampliação dos programas de transferência de renda e de apoio social em Fortaleza, priorizando projetos voltados para a inclusão e o combate à desigualdade.

Ele enfatizou a importância da construção de moradias populares e a regularização fundiária, visando assegurar dignidade habitacional para a população de baixa renda. Além disso, ele pretende ampliar o acesso a serviços de saúde pública e melhorar a estrutura dos hospitais e postos de saúde da cidade.

Prefeito eleito de Fortaleza, Evandro Leitão contou com uma base ampla de apoio e a contou com a influência do presidente Lula e do ministro Camilo Santana(Foto: FERNANDA BARROS)
Foto: FERNANDA BARROS Prefeito eleito de Fortaleza, Evandro Leitão contou com uma base ampla de apoio e a contou com a influência do presidente Lula e do ministro Camilo Santana

A vitória do petista representa um ponto fora da curva no resultado final das eleições municipais. O cenário atual confirmou o resultado das principais pesquisas de intenção de voto divulgadas nas últimas semanas: há um crescimento significativo no número de prefeituras que serão comandadas por legendas do chamado Centrão e da direita a partir de 2025.

 

 

Hegemonia do Centrão

Já consolidado, o resultado das eleições municipais deste ano antecipa alianças e engodos nacionais. O PSD, comandado nacionalmente por Gilberto Kassab e no Ceará por Domingos Filho, foi o partido que mais elegeu prefeitos no primeiro turno das eleições municipais deste ano. Ao todo, foram 888 eleitos, 35% a mais do que na eleição passada.

Com o crescimento expressivo, pela primeira vez em duas décadas o tradicional MDB saiu da liderança do ranking, elegendo 861 chefes do executivo municipal. O Partido Progressistas vem em terceiro lugar, com setecentas e cinquenta e duas prefeituras conquistadas.

No Ceará, o cenário é um pouco diferente e o maior destaque vai para a dissolução da hegemonia pedetista, que em 2020 fez 65 prefeituras, perdendo 60 delas em 2024. Foi o PSB de Cid Gomes e Eudoro Santana que conseguiu conquistar a marca de maior número de prefeituras, 65 das 184.

Apesar da derrota de Izolda Cela em Sobral, o PSB foi o partido que mais saiu fortalecido nas eleições de 2024(Foto: Bob Souza/Campanha Izolda Cela/Divulgação)
Foto: Bob Souza/Campanha Izolda Cela/Divulgação Apesar da derrota de Izolda Cela em Sobral, o PSB foi o partido que mais saiu fortalecido nas eleições de 2024

No último pleito, as cinco maiores legendas de direita e centro-direita (MDB, PP, PSD, PSDB e DEM) conquistaram 3.223 mil prefeituras em todo o país. Foi o equivalente a 57% de todas as prefeituras do Brasil. Neste ano, as cinco legendas no campo da direita com mais prefeituras venceram em 3.613 municípios, o equivalente a 64% de todas as cidades brasileiras.

Veja no gráfico abaixo, como foi a migração de poder de 2020 para 2024

 

 

O crescimento é explicado em parte, pelo que alguns especialistas classificaram como uma espécie de “separação” entre a direita tradicional e a direita bolsonarista. A cisão não é marcada por uma total ruptura com a liderança de Jair Bolsonaro, mas sim por um certo distanciamento em relação ao ex-presidente à medida em que boa parte dos candidatos entendem que as eleições municipais giram em torno de temas concretos sobre a vida nas cidades e menos sobre temas político-ideológicos.

 Gabriella Aguiar (PSD), vice de Evandro Leitão (PT)(Foto: Rômulo Santos / O POVO)
Foto: Rômulo Santos / O POVO Gabriella Aguiar (PSD), vice de Evandro Leitão (PT)

O doutor em Ciência Política e diretor do Ipespe Analítica, Vinícius Alves, disse que, historicamente, as legendas de direita levam mais vantagem que as da esquerda em eleições municipais. Um dos motivos, segundo ele, é o maior número de partidos de direita no Brasil em comparação com os rivais à esquerda.

Alves disse ainda que um dos indícios de que a vitória da direita não pode ser atribuída somente ao bolsonarismo é o fato de que algumas das legendas mais vitoriosas não são aquelas mais ligadas diretamente ao ex-presidente.

“É importante não colocar toda a direita no colo do Bolsonaro. O que as pesquisas indicavam era um crescimento de legendas como o União Brasil, PSD e PL. São partidos de direita ou centro-direita que são diferentes entre si. O União Brasil e o PSD, por exemplo, têm cargos no governo do presidente Lula”, disse Alves.

Os acordos da base federal também foram materializados na campanha de Fortaleza, onde o PSD ocupa a vaga da vice-prefeitura com Gabriella Aguiar e o União Brasil apoiou, institucionalmente, o novo prefeito. Já em Caucaia, o governador Elmano de Freitas reforçou que apesar de apoiar e se engajar na campanha de Catanho, a vitória de Naumi Amorim, também do PSD, configura uma “vitória da base aliada”.

Em Caucaia, Naumi Amorim do PSD, derrotou o candidato petista Catanho; em entrevista no início da semana, Elmano disse que independente do resultado, seria uma vitória da base aliada(Foto: Lorena louise/Especial para O POVO)
Foto: Lorena louise/Especial para O POVO Em Caucaia, Naumi Amorim do PSD, derrotou o candidato petista Catanho; em entrevista no início da semana, Elmano disse que independente do resultado, seria uma vitória da base aliada

A doutora em Ciência Política pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e coordenadora do projeto Monitor do Debate Público, Carolina de Paula, afirmou que os “motores” das eleições municipais são diferentes dos de uma eleição presidencial e que, por isso, a polarização política que marcou as disputas de 2018 e 2022 acabam tendo menor peso.

Segundo ela, em suas pesquisas os eleitores apontam a identificação partidária ou as pautas ideológicas como fatores secundários na escolha do candidato em uma eleição municipal.

“A eleição municipal é mais ligada a fatos concretos e a políticas públicas que afetam a vida das pessoas na ponta quando você pergunta aos eleitores sobre ser de esquerda ou de direita, isso não aparece como algo determinante na escolha dos candidatos”, disse a especialista.

"Bolsonaro teve um papel importante na consolidação da direita no Brasil, mas ao mesmo tempo, o seu apoio se mostrou tóxico em alguns casos"

 

Para Carolina, à medida em que a identificação político-partidária passa a ter menos relevância na escolha de um candidato a prefeito ou a vereador, o peso do bolsonarismo como fator de influência de voto passa a ser relativizado.

“Bolsonaro teve um papel importante na consolidação da direita no Brasil, mas ao mesmo tempo, o seu apoio se mostrou tóxico em alguns casos. Inclusive, houve candidatos de direita que não se declararam bolsonaristas com todas as forças por ficarem com receio de perder o eleitor de centro. Em alguns segmentos, há uma forte rejeição a Bolsonaro”, disse.

Essa rejeição também tem um perfil muito claro. A pesquisa O POVO / Datafolha divulgada no dia 10 de outubro mostrou que André Fernandes era o mais rejeitado entre as mulheres, negros e católicos. Para a professora Nazaré Soares do curso de Gestão de Políticas Públicas da Universidade Federal do Ceará e coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisa em Gênero, Idade e Família a importância do voto feminino foi decisiva nessa eleição.

"Acredito que o primeiro campo mais importante, no sentido de pensar a política pública como um todo, são as políticas voltadas para o direito das mulheres: o direito à vida, à alimentação, à moradia, à segurança e ao bem-estar de suas crianças. Pensar na questão das mulheres é, na verdade, pensar na sociedade como um todo"

A vice-prefeita eleita Gabriella Aguiar também disse ter certeza que o voto feminino foi decisivo para a vitória da chapa.

"Eu não tenho dúvida que foram as mulheres de Fortaleza que deram a Evandro e Gabriela a oportunidade de cuidar das pessoas, cuidar da cidade de Fortaleza com empatia, com respeito, valorização da educação, da ciência e, sobretudo, com muita humildade", disse em coletiva de imprensa.

 

 

Com a derrota, PL pode perder força nas negociações 

Como um expoente do projeto conservador e bolsonarismo, a derrota de André Fernandes pode significar um impacto severo para os planos do PL. Para o cientista político e professor do Ibmec Adriano Cerqueira, o resultado das eleições municipais demonstra uma consolidação da direita como um movimento político legítimo no Brasil, mas está isolado em muitas maneiras.

Assim, o partido comandado por Costa Neto força política suficiente para reverter a situação do ex-presidente Bolsonaro, nem para eleger um novo presidente da República. Assim, a intenção do presidente do PL é atrair o Centrão. O movimento, no entanto, é encarado como um problema por alguns segmentos dentro do partido.

Uma afirmação feita pelo próprio Costa Neto reforça esse entendimento. “Nós temos um problema sério. O nosso adversário fez cinco presidências da República. Ou nós aumentamos a nossa base, trazendo o pessoal do centro que defende as pautas da direita, ou nós perdemos a eleição”, disse Costa Neto em entrevista concedida ao jornal O Estado de S. Paulo, na última quinta-feira, 24.

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto(Foto: EVARISTO SA / AFP)
Foto: EVARISTO SA / AFP O presidente do PL, Valdemar Costa Neto

Além do pleito municipal, o contexto de eleições no Congresso - para a presidência das Casas Legislativas - também tem poder de influenciar no andamento, ou não, das propostas. Na opinião de Cerqueira, o presidente do PL aproveita o momento para emplacar a pauta da anistia para Bolsonaro.

“O Valdemar Costa Neto, já trouxe essa questão da anistia para o Bolsonaro justamente para aproveitar esse momento, no sentido de tentar construir um discurso, de superação da polarização, de volta à normalização política. Isso passa, necessariamente, por um processo de anistia em relação às pessoas envolvidas nos atos de 8 de janeiro”, disse Cerqueira.

Para Cerqueira, os partidos que compõem o Centrão, em especial o MDB, o PP e o União Brasil, não devem se posicionar de forma coesa. “Vai depender de posições mais individuais. A postura de cada membro, e não do partido como um todo, é que deve prevalecer”, avalia o cientista político.

 

 

 Composição de forças em Fortaleza deve seguir em debate

Com exclusividade ao O POVO+, a vereadora eleita Mari Lacerda (PT) afirmou que há espaço para dialogar com outros partidos e forças políticas.

"Embora tenhamos uma direita fortalecida, o PT também ampliou o número de vagas e existe um número relevante de vereadores eleitos pelo PSB, PDT e entre outros partidos que possuem diálogo com o nosso campo", afirmou.

Na visão da parlamentar, existem diversas pautas que são de interesse comum da cidade, com amplo apelo popular, que devem ganhar espaço e unir os diferentes campos.

Cientista social, Mari Lacerda, foi eleita pela primeira vez(Foto: Fernanda Barros/O POVO)
Foto: Fernanda Barros/O POVO Cientista social, Mari Lacerda, foi eleita pela primeira vez

O vereador Gabriel Aguiar (Psol) não descartou a possibilidade de apoios ao governo Evandro Leitão. Em entrevista coletiva concedida a estudantes de jornalismo da Universidade de Fortaleza, o parlamentar reeleito afirmou que não pretende compor a gestão pessoalmente. No entanto, tendo em vista o que aconteceu na eleição do governador Elmano, disse que o PSOL poderá liberar novamente os filiados para integrar a administração municipal.

Um futuro ainda incerto é o do PDT e dos vereadores da base aliada do atual prefeito, Sarto Nogueira e integrantes do grupo político liderado pelo ex-ministro Ciro Gomes e pelo ex-prefeito Roberto Cláudio. Muitos declararam apoio à André Fernandes e indicaram que serão opositores à nova gestão petista. Alguns membros da legenda ouvidos por esta reportagem afirmam que, na ausência de um consenso, poderão formalizar um pedido de expulsão dos membros que apoiaram o candidato bolsonarista.

Para a vereadora Mari Lacerda, nem tudo está peridido. "Em Fortaleza, temos diversas divergências de projeto para a cidade, mas é importante observar que o PDT se dividiu nos apoios neste segundo turno. Temos um canal já aberto com aqueles que apoiaram o Evandro e também vamos conversar com os que tiveram a postura de adesão ao bolsonarismo que, no meu entender, foi mais pragmática do que programática", declarou a parlamentar.

 

 

Movimentos da oposição

Com a derrota, o PL deve buscar fortalecer as alianças desenhadas no segundo turno e consolidar a atuação na oposição na Câmara Municipal de Fortaleza. Uma das vereadoras mais bem votadas da Capita, Bella Carmelo (PL) destacou que irá dar continuidade aos projetos do esposo, o deputado estadual Carmelo Neto.

"Fui a vereadora mais votada entre os que não tinham mandato e isso é uma expressão daquilo que o Carmelo representa para o povo de Fortaleza. As pessoas olham para ele e sabem que podem confiar, que tem alguém para trabalhar por elas. Esses votos são a expressão disso e é o que a gente vai fazer, uma continuidade do Carmelo, foi um voto de esperança e de confiança mesmo", disse ao O POVO.

Questionada sobre o que apresentará de diferente, em relação à passagem de Carmelo pela Câmara Municipal de Fortaleza, Bella reforçou a ligação com o cônjuge. "A Bella é a mesma coisa do Carmelo. As pessoas votaram em mim confiando nessa continuidade do trabalho dele. Fiscalizando, denunciando e estando do lado do povo, nas ruas. Não só em gabinete, tribuna, mas na rua, perto do povo", concluiu.

BELLA Carmelo foi a 3ª vereadora mais votada na Capital e é casada com o deputado Carmelo Neto(Foto: Reprodução/Instagram/Carmelo Neto)
Foto: Reprodução/Instagram/Carmelo Neto BELLA Carmelo foi a 3ª vereadora mais votada na Capital e é casada com o deputado Carmelo Neto

Já a colega, Priscilla Costa, que vai para o terceiro mandato conquistado nas urnas, criticou Evandro Leitão (PT), e disse que aliados do petista representam o grupo “que trouxe retrocesso para a cidade de Fortaleza quando esteve à frente da gestão nesta cidade”.

Priscilla Costa garantiu que será um nome da oposição, mas ponderou que pretende avaliar cada projeto, observando se é “para o bem da população”.

“Lá no parlamento, nós nos posicionamentos por leis, por projetos, cada projeto é avaliado. Se é para o bem da população, sempre terá o meu apoio, tem sido assim e por isso o reconhecimento que a gente vê nas urnas. O reconhecimento de alguém que está ao lado do povo”, completou.

André Fernandes discursa após o segundo turno da eleição em Fortaleza(Foto: Aurélio Alves)
Foto: Aurélio Alves André Fernandes discursa após o segundo turno da eleição em Fortaleza

Já o candidato derrotado, André Fernandes, discursou no começo da noite após o resultado ser divulgado pelo Tribunal Superior Eleitoral. "Fortaleza nunca viu uma campanha tão bonita e animada quanto a nossa", disse sob aplausos.

"O meu recado aqui é que não é momento de tristeza, de lamentação. Não é momento de baixar a cabeça, Fortaleza, porque ao lado de cada um de vocês, por mais que tenha sido esse o resultado, nós já fizemos história", disse o deputado federal no evento realizado para apoiadores. 

 

 

>>Ponto de vista

Olhar para a história para decidir o presente

Por Nazaré Soares*

Quando pensamos no acesso à Prefeitura de Fortaleza, precisamos olhar para as agendas públicas reais, aquelas que não se baseiam apenas em retórica. É importante refletir sobre o que foi desenvolvido no passado e o que está sendo proposto nas agendas dos candidatos e suas alianças.

Nazaré Soares é professora da Universidade Federal do Ceará, doutora em Administração e Controladoria, pesquisadora do Programa Cientista Chefe do Governo do Ceará e coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Gênero Idade e Família (Foto: Reprodução / Idace)
Foto: Reprodução / Idace Nazaré Soares é professora da Universidade Federal do Ceará, doutora em Administração e Controladoria, pesquisadora do Programa Cientista Chefe do Governo do Ceará e coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Gênero Idade e Família

Devemos nos perguntar: quem está comprometido com o direito das mulheres? Quem combate o feminicídio e promove uma visão de segurança pública mais ampla, que vai além do armamentismo e da defesa de possuir uma arma, o que apenas gera mais violência? Quem está preocupado com a educação infantil e básica, compreendendo-a como um papel fundamental do Estado e não apenas como uma ferramenta de interesse privado? Quem está pensando no desenvolvimento econômico de maneira coletiva e não apenas para benefício de pequenos grupos e interesses individuais?

Precisamos também de alguém que proponha uma segurança pública que proteja e não tire a vida das juventudes negras. E no campo da saúde, quem traz uma visão inovadora, que valoriza a ciência e entende as campanhas de vacinação como fundamentais para reduzir custos no Sistema Único de Saúde (SUS),

Assim, é essencial observar o passado, analisar o presente e tomar decisões informadas agora. Mais do que discursos, é necessário avaliar as agendas públicas reais que vêm sendo conduzidas ao longo dos anos. Minha fala vai justamente nesse sentido: olharmos para o que foi feito e o que se propõe, para que possamos fazer escolhas conscientes no presente.

Nazaré Soares é professora do curso de Gestão de Políticas Públicas da UFC, doutora em Administração e Controladoria e coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Gênero Idade e Família (Negif)

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