O riso solto e as piadas do senhor Aluísio Ramalho cativam por onde ele passa. Seja nos encontros com a família, na visita à fábrica da Ramalho Têxtil, onde revê antigos colaboradores, ou em seu caminhar até o escritório no Sindicato das Indústrias de Redes do Estado do Ceará (Sindiredes), na Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), onde exerce a Presidência em seu quarto mandato intercalado.
Aos 84 anos, casado e bem-casado, como diz, com a antiga namorada Esther, é pai de seis filhos. Pedrinho, que se foi ainda pequeno, também é lembrado algumas vezes durante a entrevista.
Ainda muito jovem seguiu do pai, Pedro da Silva Ramalho, a veia empreendedora. E ao seu lado e do irmão José vivenciou boas experiências no comércio da tradicional rede de descanso, no Centro da capital cearense, até o início da própria produção.
Mas o destino o separou dos dois e a obstinação e dedicação fizeram com que tomasse decisões como a de focar somente na produção e não mais no comércio. Ao longo da vida empresarial teve a oportunidade de ser o primeiro cearense a exportar redes.
O que vem sendo mantido no comando do filho Emílio, exportando 60% do que produz para Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França e Holanda.
Porém, esse percentual chegou a 90%, na época do pai, mas Emílio sabe, que com as mudanças ao longo dos anos, é importante também expandir nacionalmente para o Sul e o Sudeste.
Esse faro inovador o acompanha até hoje no comando do Sindiredes, onde luta pelo melhor para o setor e não só para a da sua família, a exemplo do trabalho na regulamentação do selo de patrimônio imaterial para as redes produzidas de forma artesanal por empresas em Jaguaruana, polo do setor.
Confira o bate-papo com Aluísio sobre infância, família, valores, criatividade e negócios.
O POVO - Quais suas primeiras recordações de infância?
Aluísio Ramalho - Nasci na Avenida Visconde do Rio Branco em 1938 e morei lá até meus seis anos. Em 1945 nos mudamos aqui para a rua da Assunção, meu pai adquiriu uma casa lá.
Estudei na Cidade da Criança o equivalente ao que é hoje ao pré-primário. Depois fui estudar no Lourenço Filho e depois no colégio Castelo Branco.
Desde muito cedo, com meus 11 anos, depois de fazer meus deveres de casa, eu ia para nossa empresa de varejo que era na rua General Bezerril. Andávamos dois quarteirões a pé.
Comecei a trabalhar cedo, embora o papai não gostasse, pois queria que eu continuasse estudando mais um pouco. Mas eu sempre amei o trabalho e cada vez fui me aperfeiçoando e gostando.
Até hoje, ainda, só diminuí meu ritmo de trabalho agora para ficar mais perto da minha esposa. Acompanhei a mudança da indústria de rede do São João do Tauape para a Vila União (bairros de Fortaleza).
OP - O que seus pais passaram de mais relevante e o que o senhor traz até hoje?
Aluísio - Meu pai não comprava nada a prestação e isso herdei dele e meus filhos também não gostam de parcelar. São épocas diferentes, mas procuram recursos próprios para fazerem suas atividades.
E a minha mãe tinha pouco ensino, mas fez a parte dela muito bem feita, nos colocou no caminho certo. E cuidou da família.
A nossa casa era próxima da loja, então, eu, meu pai e meus irmãos almoçávamos todos em casa.
Meu pai não aceitava desarmonia entre os filhos e cobrava educação. Ele nunca precisou bater em um filho. Era só ele olhar que a gente já sabia que ele não estava gostando de algo.
E isso segui dele. Nunca bati nos meus filhos, posso só ter puxado a orelha (diz brincando aos risos). Ele tinha ainda a questão da disciplina, cumprir horários e ir à missa, prática que tenho até hoje aos sábados.
Trouxe tudo isso deles e passei para os meus filhos
OP - Como a família do senhor entrou no comércio?
Aluísio - O meu pai foi comerciante em Russas, cidade onde ele nasceu, até 1931, quando ele pegou uma gripe muito forte e o médico aconselhou a deixar o clima de Russas, que era muito quente e não fazia bem para os pulmões dele.
Chegou em casa e disse a minha mãe. Ela disse: 'Só se for agora! Vamos simbora, porque é melhor ir embora do que perder você'. Teve apoio total da minha mãe.
O papai tinha uma irmã que morava no Beberibe, que deu total apoio. Ele comprou uma casa para morar e um prédio comercial para vender miudezas em geral, cama, mesa e banho, inclusive, tecidos e fármacos.
OP - Como foi a mudança para Fortaleza e o início com as redes?
Aluísio - Ele veio em 1937 para cá. Cinco irmãos meus nasceram em Beberibe. Eu e mais dois em Fortaleza. Abriu loja na rua General Bezerril com os mesmos produtos relacionados a miudezas.
Deixou a loja em consignação com o Zé Colaço no Beberibe e voltou depois de seis meses para vender. Para ele já que tinha dado tudo certo em Fortaleza.
Depois de dois ou três anos com essa loja, passou na frente um artesão levando rede para vender no mercado. Ele estava cansado e parou para conversar com o papai.
Desta conversa o artesão convenceu o papai a vender redes na loja. Deixou 10 em consignação e papai vendeu tudo em dois dias e encomendou mais.
Como viu que o negócio era bom, foi dispensando aos poucos os demais produtos que vendia. Tentou fazer parceria com o artesão, mas ele não tinha capacidade de crescer, pois fazia as redes na fabriqueta no fundo de quintal.
Percebeu, também, o desinteresse do artesão de crescer e resolveu montar a sua fábrica em 1945, com loja na frente e fábrica atrás.
OP- E foi sua adolescência nesse ambiente?
Aluísio - Passei toda ela na indústria de rede com meu pai e meus dois irmãos, mas o tempo deles era pouco porque estudavam mais.
Eu não era muito afeito a estudos. Estudava, terminei o ensino, mas eu ficava mais para trabalhar do que estudar e, se me perguntassem, minha preferência era trabalhar.
Isso me fez ter uma grande aproximação com o papai. Assim eu me aperfeiçoei no varejo.
Sentimos a necessidade de produzir e procuramos um local mais próximo aos operários. Foram muitos anos de convivência até a morte do papai e do meu irmão num curto prazo de 30 dias.
OP - Como fez após essas perdas?
Aluísio - Eu decidi ficar trabalhando no negócio e convidei minha mãe para ser sócia por questão burocrática e seguimos.
OP - E como surgiu a possibilidade de serem os primeiros exportadores?
Aluísio - Na década de 1970 já tínhamos grandes compradores de redes na região amazônica com o transporte todo marítimo.
Fomos ganhando cada vez mais mercados e outros colegas começaram a oferecer, mas com qualidade inferior. Explicava sempre os diferenciais.
Aí surgiu a ideia de um dos meus irmãos para exportar para driblar essa concorrência, mas ficou nisso.
Tempos depois um cliente francês foi a embaixada pedir indicação de quem fabricava redes no Brasil e no Ceará.
A embaixada, 1974, fez a busca e nos contactou, assim como outras nove empresas.
De todos, só nós respondemos e fizemos as amostras e assim fomos os primeiros cearenses a exportarmos e temos o nosso mercado consolidado lá.
Hoje sou considerado o percursor pela minha insistência em fazer dar certo a exportação. A língua naquela época era um empecilho ainda maior, mas vencemos as barreiras.
OP - Como o mercado viu isso?
Aluísio - Nesse mesmo ano que iniciamos a exportação a empresa recebeu no Dia da Indústria um prêmio por termos criado um produto inovador na exportação. Foram feitas, à época, a exportação de duas mil redes. Nosso ponta pé foi uma senhora venda.
A partir daí tudo mudou. Iniciamos novos negócios e em paralelo diminuindo a venda interna para o Amazonas, um grande comprador de nossa rede.
Fomos saindo desse mercado aos poucos.
OP - Fale um pouco sobre sua esposa. Como formou a sua família?
Aluísio - Casei com a Esther um pouco mais tarde do comum da época, aos 27 anos e depois de um ano e dois meses de casamento veio a Claudinha.
Logo após engravidou do Pedrinho, que faleceu, depois a Liliane e continuamos. Os amigos da época diziam que eu estava muito afoito.
Mas hoje tenho meus cinco filhos adultos e bem criados e que já nos deram nossos queridos netos.
Filhos: Claudia, Pedro (in memorian), Liliane, Cristiane, Emílio, Aluísio Filho
Netos: Marina, Leonardo, Beatriz, Ana Luiza, Aluísio Neto, Ana Clara, Julie, Adolfo, Thomas, Raquel
OP - Quando surgiram os primeiros assuntos de negócios na família? O interesse dos filhos foi natural?
Aluísio - Foi de forma natural. Dos meus cinco filhos somente a Claudia não passou pela empresa. Liliane, Cristiane, Emílio e Aluisinho passaram e hoje é Emílio quem preside. Todos estavam na faculdade ou já formados.
Quando os dois meninos eram mais jovens passavam as férias na fábrica. Isso trouxe do meu pai. Ao invés de ficarem à toa ou perturbando a Esther eu os levava comigo.
Claudinha gostava muito de estudar e incentivei ela a ensinar e ser professora. Ela começou a cursar Psicologia aos 17 anos na UFC (Universidade Federal do Ceará).
Já Liliane se formou em Comunicação na UFC e após trabalhar em jornais foi auxiliar no Marketing da empresa e depois vieram os outros.
Nunca forcei eles a virem trabalhar com a gente, pois lembrava meu irmão mais velho dizer que papai colocou a gente aqui, mas não quero colocar meus filhos, pois é muito trabalhoso.
OP - Vamos entrar agora na sua outra paixão as redes. O que esse artefato tão típico do Nordeste e do Ceará significa para o senhor?
Aluísio - É tudo na minha vida! Na feição trabalho e na feição financeira. Eu me desenvolvi por causa da rede.
Aprendi muito com meu pai e evidentemente as coisas precisavam desse meu outro irmão, o mais velho. A partir daí eu me espelhei tanto no papai, como no meu irmão mais velho.
Nunca tivemos uma desavença e isso me motivou cada vez mais, mesmo com a partida deles, a continuar com as redes.
OP - A rede dialoga com a cultura cearense e vem acompanhando a evolução tecnológica da indústria. Quais foram as principais mudanças nestas décadas que o senhor está em atuação?
Aluísio - Com a chegada do cliente europeu, ele começou a ter pressa para receber os pedidos. Como era quase tudo artesanal, fomos quebrando a cabeça para desenvolver algumas técnicas.
Hoje, na fábrica, conseguimos fazer uma rede em 48 horas no máximo, antigamente, era 15 dias. A rapidez na produção mudou demais.
Nós fomos aprendendo aos poucos a melhorar.
OP - Como está o mercado atual de rede?
Aluísio - Hoje, com o Emílio à frente, ele está buscando uma maior aproximação com o mercado interno, pois tem muito espaço no Sul e Sudeste para alcançarmos.
O mercado externo já foi 90% e hoje estamos com 60%. A empresa trabalha com customização de produtos, o que poucos fazem. Não impomos o nosso gosto ao cliente e sim eu produzo o que ele deseja comprar.
Personalizamos cores e tamanhos e esse nicho de mercado é bom. São mais de 50 anos exportando e antes um produto que não era conhecido é bem conhecido hoje.
Além da rede, outro produto com boa aceitação que fazemos é a cadeira com o mesmo tecido para quem tem pouco espaço.
OP - Recentemente foi lançado um certificado, em parceria com o Núcleo de Tecnologia e Qualidade Industrial do Ceará (Nutec), para as redes. Como está essa adaptação?
Aluísio - É um trabalho do Nutec em conjunto com o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) que está sendo desenvolvido para identificar produtos nativos do Ceará e que possam ser beneficiados com essa certificação, que é muito interessante, tanto nacionalmente como internacionalmente.
O certificado diz que você tem um produto de origem específica daquele local, daquela comunidade. E a rede foi contemplada.
Foram feitas pesquisas e todo um trabalho de consulta no histórico de rede e foi identificado que lá em Jaguaruana existe todo um histórico que validaria a certificação de origem para esse produto.
O sindicato participou, mas, digamos, lateralmente. O fato é que no ano passado saiu o reconhecimento do INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial) e existe hoje um trabalho de operacionalização para se habilitar esse selo.
Mas hoje já existe a confirmação de que Jaguaruana foi um polo produtor de rede nativo e que tem toda uma história e as empresas vão se adequar para produzir aquele produto que seja apto a receber o selo.
O sindicato apoia muito essa iniciativa. A gente sabe o quanto essa rede tem a ver com a industrialização do Ceará. A indústria têxtil primeiro e a da moda consequentemente. E o da rede, que é o que a gente pode falar.
Aqui sempre foi um polo da indústria têxtil. Tem uma localização que tem todo um um histórico reconhecido como de patrimônio imaterial.
O certificado já existe e agora está sendo regulamentado. Tem que ser para as empresas e localidades lá que produzem um tipo de rede artesanal. Pelo sindicado, precisamos que os produtores de lá se capacitem, pois a pessoa no Interior tem maior dificuldade de se capacitar.
Este selo está sendo uma oportunidade exatamente para que a gente consiga trazer mais gestão para o setor.
OP - Além de empresário bem-sucedido o senhor foi atuante para o setor ocupando cargos de liderança ou se fazendo presente em sindicatos e na Fiec. Como é para o senhor conciliar as agendas?
Aluísio - Sempre fui preocupado com meu negócio, mas também sempre quis que todo mundo prosperasse. Que os outros empresários pudessem ter as mesmas oportunidades.
E a porta de entrada para que eu pudesse trabalhar assim sempre foi a Fiec (Federação das Indústrias do Ceará). Esse contato começou com meu irmão que faleceu e eu assumiu no lugar dele.
Sempre tive um bom relacionamento. Sempre tive essa habilidade política, porque a entidade é uma entidade empresarial. E sempre estou procurando fazer o melhor. Considero ter um bom trânsito com os empresários da cassa. Nunca quebrei a palavra com o que quer que seja, o que gera credibilidade ao longo desse tempo todo.
Em relação ao sindicato sempre procurei o desenvolvimento e vi o movimento natural das indústrias indo para o interior, algumas já estavam em Jaguaruana.
As indústrias de Fortaleza, de forma geral, não só das redes, estão migrando para o Interior. Em Fortaleza, as indústrias de rede foram diminuindo. Temos no máximo quatro, que é uma quantidade muito pequena em relação à Jaguaruana.
Pela distância esse pessoal de lá não tem trânsito aqui em Fortaleza. Então, isso fez com que eu ficasse com essa responsabilidade de manter o sindicato e fazer com que as coisas aconteçam, mesmo estendendo para o Interior.
Meu filho Emílio vai mensalmente lá para Jaguaruana e tem as ações aqui do negócio e acaba também refletindo um pouco dele para lá.
OP - Por lá fez grandes amigos também. Como é a convivência com eles?
Aluísio - Sempre foi um hábito receber esses amigos em casa e de lá tivemos várias reuniões onde decisões da entidade foram resolvidas em casa. Isso aconteceu na
Sempre tive um excelente relacionamento com todos os presidentes que passaram ao longo dos anos, como o José Flávio Costa Lima, o Luiz Esteves, o Fernando Cirino, o Jorge Parente, o Roberto Macedo e num momento muito importante com a volta do Beto Studart para a Presidência e agora o Ricardo (Cavalcante).
OP - Conte sobre essa casa, que é bem próxima da Fiec...
Aluísio - A casa era onde é hoje esse prédio que moramos. Fizemos muitas festas e reuniões com os amigos industriais aqui. O terreno comprei ainda na época que era solteiro.
Depois os filhos foram casando e ficamos só eu e a Esther e resolvi vender o terreno para construírem um prédio. São mais de 50 anos vivendo nessa área.
Fiquei com seis apartamentos e um para cada filho. Hoje nós temos a Claudia, que mora aqui, e também a Liliane. Os demais venderam.
OP - E o bom é que fica bem próximo a Fiec, sua segunda casa....
Aluísio - Isso é ótimo. Vou lá todos os dias, mesmo sem ter a obrigação de estar presente no Sindredes diariamente. Por vezes, Esther me procura após o almoço e já estou na Fiec (risos).
Minha entrada no Sindicato foi via o meu irmão mais velho. Antes só existia o Sindicato de Tecelagem.
Quando o meu irmão adoeceu, o Sindicato veio me visitar e pediu para eu dar continuidade às atividades dele eu aceitei. Gostei tanto que com dois meses na reeleição já estava na secretaria por unanimidade dos demais colegas.
Assim me aprofundei na vida sindical. O finado Jaime Machado vivia me pedindo para criar o sindicato ad indústria de redes, pois éramos maior número na tecelagem e os interesses distintos, às vezes.
Em 1994 eu criei o nosso sindicato, pois os assuntos estavam antagônicos. Estou na quarta Presidência, em períodos intercalados. Sugeri ao Emílio assumir, mas ele não quis e acha que eu quem tenho o entrosamento com todos.
OP - Ano passado o senhor recebeu a medalha do mérito industrial pela Fiec. Como foi pessoalmente esse momento para o senhor?
Aluísio - A medalha do mérito conjuga duas coisas para mim: a importância para a indústria de rede local e, também, representa a liderança na entidade Federação da Indústria.
Acaba contemplando a história nessas duas vertentes, tanto na parte industrial, quanto na parte classista. Fiquei muito orgulhoso pela indicação do Ricardo Cavalcante, por ser uma indicação da gestão e uma pessoa que tenho um relacionamento muito grande.
OP – O que destaca na sua trajetória empresarial?
Aluísio - Certamente foi acreditar e seguir com a empresa Ramalho Têxtil. E, também, ter ingressado no sindicato de fiação e tecelagem, em 1974.
E depois de 20 anos ter instalado o Sindiredes. Gosto sempre de ressaltar que na Fiec, dos nossos debates, só saem coisas boas, não temos aquela história de ser retroativo, de ver só o ruim.
Sempre somos positivos e vemos o futuro melhor. Frequento a Federação desde 1975.
OP - Qual o legado que o senhor avalia que a Ramalho Têxtil deixa para o Ceará?
Aluísio - Considero como contribuição para o Ceará esse trabalho ao longo dos anos no mercado internacional.
Com a exportação da rede de dormir, que é um produto genuinamente cearense, ajudou nessa consolidação dessa marca de dormir. Isso ligada diretamente ao estado do Ceará.
Trazendo esse histórico de um Estado produtor de rede de dormir, teve essa contribuição com o trabalho desenvolvido.
Num segundo momento é a geração de empregos, diretos e indiretos, pois é uma indústria que tem um tempo muito grande de história, porque é ligada a outros segmentos do setor têxtil, como a produção do algodão e, também, a produção de fio.
E os serviços de acabamento que são terceirizados, então, toda essa turma acaba sobre o guarda-chuva da Ramalho Têxtil.
Esses dois pontos são muito importantes para contribuição do desenvolvimento do Ceará. (Colaborou Julia Freitas Neves)
O contato para a entrevista foi feito com o filho caçula, também Aluísio, que levou o tema para os irmãos e prontamente retornou dizendo que tudo que fosse feito para homenagear a história do pai eles apoiam.
Marcamos no apartamento do senhor Aluísio, um prédio de 17 andares, no meio da Aldeota, que um dia foi apenas sua casa. Mas por achar o espaço muito grande e, é mesmo, resolveu vender o terreno para uma construtora recebendo entre o pagamento seis unidades.
Uma ficou para ele e a amada Esther e os demais presenteou cada um dos filhos. A filha Liliane, que é vizinha de porta, nos recebeu com o pai e a cachorrinha Nina, que adorou a presença da equipe do O POVO por lá.
Passamos a manhã ouvindo as boas histórias de seu Aluísio, que é muito religioso e tem imagens e quadros de santos espalhados pela residência.
De lá fomos para a sede da Ramalho Têxtil, que fica no Eusébio. No caminho fomos conversando um pouco mais sobre sua vida e da família na companhia do caçula. O filho Emílio, que preside desde 2015 a empresa, nos recebeu.
A cada passo seu Aluísio encontrava algum colaborador ainda da sua época e fazia um gracejo e todos caíam na gargalhada.Um terceiro encontro se fez necessário para mostrar sua segunda casa, a Fiec.
Desta vez a equipe foi sozinha com ele e a mesma animação ao passar por cada um dos funcionários da entidade. Na saída uma parada na Sorveteria Juarez selou essa entrevista.
Essa entrevista exclusiva com o filho do fundador e ex-presidente da Ramalho Têxtil, Aluísio Ramalho, para O POVO dá sequência ao projeto Legados: A tradição familiar como pilar dos negócios.
Serão dez entrevistas com grandes empresários para contar a base que sustenta seus princípios, valores e tradições familiares que estão sendo passados para as novas gerações. E, ainda, o legado empresarial para o Ceará.
No próximo episódio, contaremos a história e o legado da senhora Joselma Oliveira, fundadora e presidente da Pardal.
Uma série de entrevistas especiais com grandes empresários que deixam legados para a sociedade e a economia do Ceará