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EUA sai do Acordo de Paris. E aí?
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Carol Kossling é jornalista e pedagoga. Tem especialização em Assessoria de Comunicação pela Universidade de Fortaleza (Unifor) e MBA em Marketing pela Faculdade CDL. Pautou sua carreira no eixo SP/CE. Fez parte da editoria de Economia e foi editora de Projetos do Grupo de Comunicação O POVO. Atualmente cursa dois MBA em ESG - Trevisan e Faculdade CDL

EUA sai do Acordo de Paris. E aí?

A coluna ouviu o economista e membro da Academia Cearense de Economia, Célio Fernando Melo, e a especialista ambiental, Laiz Hérida, sobre falas de Donald Trump, em seu discurso de posse, sobre sustentabilidade
Tipo Notícia
Trump disse que não irá à cerimônia de posse de Biden.  (Foto: MANDEL NGAN / AFP)
Foto: MANDEL NGAN / AFP Trump disse que não irá à cerimônia de posse de Biden.

Não é de hoje que as transformações econômicas e sociam ditam como somos organizados em sociedade e nos negócios.

Durante o longo da história mundial tivemos muitos avanços, mas alguns retrocessos, como os decretados assinados ontem pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, especialmente no que diz respeito ao meio ambiente.

O olhar americano para o seu "próprio umbigo" afeta diretamente essas decisões, pois o que o novo presidente americano defende é a "economia de trilhões de dólares" ao sair do Acordo de Paris e a exploração de novos poços de petróleo para intensificar o uso de combustíveis fósseis.

Outro anúncio foi a saída do país da Organização Mundial da Saúde (OMS) pois, segundo ponto de vista do Trump, a agência global lidou mal com a pandemia de Covid-19 e outras crises internacionais de saúde. E a exlusão da adoção das políticas de diversidade e inclusão que minimizam as desigualdade socials.

Vale lembrar que o Estados Unidos é o maior emissor histórico de gases de efeito estufa do mundo. Com a sua saída, caberá aos demais paises criarem uma estratégia para compensar essa áusência no plano de reduzir o aquecimento global.

Com a saída, se une a países como Irã, Líbia e Iêmen, os únicos fora do acordo de 2015.

O que é o Acordo de Paris?

É um acordo internacional para combater as mudanças climáticas, e quase 200 países se comprometeram a manter o aquecimento global abaixo de 2 graus Celsius e, idealmente, abaixo de 1,5 graus.

Cada país é responsável por desenvolver seu próprio plano para manter o compromisso para evitar os piores impactos das mudanças climáticas.

 

América para os americanos

Para o economista, e membro da Academia Cearense de Economia, Célio Fernando Melo, não há novidade na saída do Governo dos Estados Unidos do Acordo de Paris, pois houve a primeira saída em 2020 e, agora, ocorre novamente.

"América para os americanos. A doutrina Monroe é de 1823, de dois séculos atrás, tornar a América grande de novo tem um novo selo com a doutrina Trump. Os custos da transição energética são elevados para os Estados Unidos. A mudança de época mostra um pensamento do século I, "Mens Sana in Corpore Sano", talvez se fizéssemos a analogia de que o planeta é um corpo hoje doente, poderíamos racionalizar que a mente do planeta são os homens e nesse momento padecem por sua própria natureza de interesses pela riqueza e pelo poder", analisa.

Ele lembra que a desinformação, os eventos climáticos extremos e a polarização social são os três principais riscos globais imediatos, apontados pelo Fórum Econômico Mundial.

E avalia que as nossas lideranças cada vez mais perdem o conceito de ética global e simplificam no pragmatismo ignorante de resultados de curto prazo, sem compromisso com as futuras gerações.

"A governança mundial para os aspectos socioambientais dependerá do quanto será a agonia do planeta", preve o economista.

Já a especialista ambiental, Laiz Hérida, acredita que o movimento do governo dos Estados Unidos contra o Acordo de Paris potencializa, infelizmente, os desafios para a redução das temperaturas no mundo até 2050, pois os tornam aliados das mudanças climáticas, em detrimento do fato de serem um dos maiores emissores de gases do efeito estufa do planeta.

"Com esta decisão do Presidente Trump, resta ao mundo fazer a sua parte com maior ênfase e estratégias sistêmicas. É necessário fortalecer instituições como as Nações Unidas para dar força à governança global nas questões socioambientais e seus impactos, como a saúde, a segurança alimentar e as catástrofes ambientais", aponta.

Para especialista, a sua saída pode gerar um efeito em cadeia com os seus parceiros comerciais e ideológicos, que podem seguir a mesma estratégia, escolhendo não se comprometer com a metas do Pacto de Paris.

"Esse crítico cenário, inclusive corroborará para a relevância das discussões na COP 30, que ocorrerá no Brasil, em 2025", alerta.

Contra o meio ambiente

Trump também disse que entre suas próximas ações estão o apoio ao aumento da produção de energia nuclear; revogar as determinações de Joe Biden, ex-presidente, sobre veículos elétricos e outras políticas destinadas a reduzir as emissões de automóveis; e liberará todos os projetos de geração de energia, incluindo os combustíveis fósseis.

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