Pela terceira vez, divido nesta coluna uma seleção dos "meus filmes" do ano anterior. Levando em conta critérios pouco precisos, majoritariamente emocionais, costumeiramente encontrava pragmatismo ao definir que só elencaria obras que estrearam nas salas de cinema ou nas plataformas de streaming.

Pensar nos modos de estrear um filme que se deram em 2020, porém, é uma discussão que adquire contornos específicos, já que poucos tiveram a chance de exibições presenciais no início do ano passado e, após meses de parada, aqueles que chegaram às salas no final do segundo semestre encontrarem público reduzido. Em meio a este contexto, muitas produções chegaram diretamente em espaços virtuais, seja de maneira comercial ou em festivais on-line.

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Para um ano atípico, novos entendimentos: a lista que se segue contém não somente estreias em cinemas e streamings, mas também filmes acessados em eventos virtuais, como no caso do próprio primeiro lugar, visto no Olhar de Cinema; do terceiro, assistido a partir do Visions du Réel; do quinto, disponibilizado pelo forum.doc.bh; e do décimo, no contexto do Encontro de Cinema Negro.

Listas são, de partida, exercícios falhos, dão conta somente das possibilidades de quem as constrói. Ainda assim, divido a minha, aqui, na intenção do registro e da sugestão. O recorte ora compartilhado é, então, aquele que se mostrou possível - bem como aquele que, em temas e formas, mostra possibilidades de cinema e de vida.

1. A Metamorfose dos Pássaros, de Catarina Vasconcelos

2. Retrato de uma jovem em chamas, de Céline Sciamma

3. Traces of a Landscape, de Petr Záruba

4. As Mortes de Dick Johnson, de Kirsten Johnson

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5. Nuhu yagmu yõg hãm: Essa terra é nossa!, de Sueli Maxakali, Isael Maxakali, Carolina Canguçu e Roberto Romero

6. Sertânia, de Geraldo Sarno

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7. Adoráveis Mulheres, de Greta Gerwig

8. Secreto e Proibido, de Chris Bolan

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9. Vaga Carne, de Grace Passô e Ricardo Alves Jr.

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10. Por toda a noite, de Loira Limbal