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Na visão de petistas, PDT acha que PT está blefa
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

Na visão de petistas, PDT acha que PT está blefa

O ex-prefeito Roberto Cláudio é reconhecido na base como mais forte entre os nomes governistas que estão postos. Mas, no PT muita gente não aceita que seja ele
Tipo Opinião
Roberto Cláudio é o nome mais forte no PDT, mas sofre resistências (Foto: Thais Mesquita)
Foto: Thais Mesquita Roberto Cláudio é o nome mais forte no PDT, mas sofre resistências

Nos círculos decisórios de PDT e no PT, que formam o núcleo governista no Ceará, ninguém acredita que os dois partidos deixarão de estar juntos na eleição estadual do ano que vem. No MDB, aliado do PT e inimigo do PDT, também não se aposta nisso. Na oposição aos Ferreira Gomes tampouco se acredita nessa hipótese. Então, tudo caminha para Camilo Santana (PT) sair do governo para ser candidato ao Senado, e assim abrir vaga para o PDT ter o candidato, ou a candidata, a governador — ou governadora. Certo? Na teoria, é o script. Na prática, há quem faça uma ressalva.

O ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT), é reconhecido na base como mais forte entre os nomes governistas que estão postos para concorrer a governador no ano que vem. O senador Cid Gomes (PDT) já verbalizou isso. Roberto Cláudio foi prefeito oito anos e fez o sucessor. Se ele havia chegado ao cargo pelas mãos dos Ferreira Gomes, a campanha do ano passado foi comandada por ele. Os irmãos Ciro e Cid mantiveram certo distanciamento, sobretudo público.

Detalhe importante: José Sarto, o candidato que sucedeu Roberto Cláudio, venceu Capitão Wagner (Pros) em Fortaleza. O capitão deverá ser o candidato de oposição ao governo. Na teoria, a maior força de Wagner é na Capital. Onde Roberto Cláudio é mais forte. Ele é o nome da vez. Já citei a entrevista de Ciro Gomes (PDT) ao jornalista Guálter George, nas Páginas Azuis do O POVO, na qual ele apontava, ainda em 2017, RC como o primeiro na fila para o governo. Porém, há quem não goste da ideia.

No MDB, a hipótese de apoio a Roberto Cláudio é descartada. Se o nome for outro dos dois cogitados — Evandro Leitão ou Izolda Cela — pode ser. O outro é Mauro Filho. De todo modo, o entendimento com Eunício Oliveira (MDB) é complexo. Como dito acima, ele não se entende com os Ferreira Gomes. A aliança com Camilo não faz com que seja fácil a aproximação com o pedetista.

E no PT também há resistências a Roberto Cláudio. Não é só no grupo da ex-prefeita Luizianne Lins, bastante relevante no plano local e com voz nacional, mas ainda assim minoritário no Estado. Têm defendido candidatura própria para dar um palanque a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) — o PDT irá de Ciro Gomes. Porém, consideram possível um acordo. Mas, não com Roberto Cláudio.

Nomes petistas afirmam que a resistência vai além dos aliados de Luizianne, tirados da Prefeitura ao serem derrotados por RC em 2012, processo de feridas nunca cicatrizadas. Eles consideram que o ex-prefeito nunca buscou interlocução mesmo com outros setores. Não conseguiu ter pontes com o PT.
Ainda assim, pouca gente leva a sério a chance de os petistas, conduzidos por Camilo Santana, não estarem na aliança governista. O governador não detém o controle do partido, mas hoje tem muito mais ascendência do que há alguns anos. Sobretudo pela força da popularidade.

Um petista com mandato e trânsito entre várias alas tem o entendimento de que os pedetistas acreditam que os membros do partido estão blefando quando dizem que não apoiarão se o candidato for Roberto Cláudio. Esse petista acha que só perceberão que é sério quando o nome do ex-prefeito for apresentado e o PT informar que adotará outro caminho.

É nesse momento, conforme esse petista, que começarão de verdade as negociações.

 

O impacto da operação para os Ferreira Gomes

É cedo para avaliar o tamanho do estrago da operação Colosseum para Ciro Gomes (PDT). O mero fato de ter sido alvo, sem que haja denúncia clara sobre de que forma teria sido favorecido, se recebeu pagamento e de que maneira, não é suficiente para causar um grande estrago. O problema é que a operação ocorre num momento já crítico para Ciro. Com a entrada de Sergio Moro como pré-candidato a presidente, ele vê o espaço político mais ameaçado que nunca. E vem de um estremecimento com a bancada federal do PDT, com a qual brigou, fez mudar de posição, mas de onde agora vê surgirem resistências internas a ser candidato.

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