Juliana Matos Brito é formada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Trabalha no O POVO há 20 anos. Atuou como repórter e editora do núcleo Cotidiano, que reunia as áreas de Ceará, Fortaleza, Ciência & Saúde e Esportes. Também foi editora de Audiência e Convergência do Grupo de Comunicação O POVO e editora-executiva do Digital e da editoria de Cidades. Tem especialização em Jornalismo Científico e é mestranda em Ciências da Informação, ambos pela UFC.
É com uma imprensa livre que saímos de nossa bolha nas redes sociais e temos contato com opiniões divergentes da nossa, para confirmarmos o que já pensamos ou mesmo para nos fazer analisar os assuntos sob outras óticas. Desta forma, ficamos um pouco menos reféns dos algoritmos. Na semana que comemoramos a liberdade de imprensa, fiquei bem feliz em ouvir, na reunião do Conselho de Leitores do O POVO, na última quarta-feira, o depoimento de uma das integrantes destacando como é relevante o jornal trazer artigos com opinião dos mais diversos perfis políticos. Para ela, mesmo sem concordar com alguns textos, é positivo ter acesso a opiniões divergentes. E que hoje o jornal a retira de uma bolha.
Bom lembrar também que liberdade de imprensa pressupõe responsabilidade. Não é meramente uma questão de dizer o que se quer. É lidar com fatos, análises, cenários e informações embasadas. Sensatez, equilíbrio, seriedade e discernimento para levar informação ao leitor. Não dá para relacionarmos liberdade de imprensa e/ou de expressão com a liberdade de falar mentiras, fakenews ou dados enganosos construídos justamente para ludibriar o interlocutor. Isso é crime e deve ser condenado, assim como o deputado foi ao falar mentiras sobre a urna eletrônica e as eleições de 2018. Não podemos misturar as estações.
O primeiro projeto foi o "Voo 168: A Tragédia da Aratanha", uma série de reportagens com oito episódios já publicados e mais um documentário longa metragem sobre os 40 anos da tragédia que abalou o Ceará, lembrada no último dia 8. Esse especial trouxe informações sobre o acidente, que matou 137 pessoas em 1982, além da relação econômica e as consequências para a moda no Estado, a memória dos familiares de pessoas que morreram, reflexões sobre o destino de cada um de nós, o luto vivenciado pelo Estado e que reverbera até hoje. Um trabalho muito bem alinhavado entre texto, imagem e audiovisual. Um registro que merece reconhecimento.
A outra criação, objeto de minha análise, é a reportagem seriada Santa Quitéria, sobre a produção de urânio e fosfato no interior do Ceará. Nos cinco episódios já publicados são apresentados ao leitor o projeto desenvolvimentista de extração de urânio e fosfato, os riscos que essa produção pode trazer para a população e cada detalhe sobre a iniciativa que vem sendo desenvolvida desde a década de 1980 e que ainda gera apreensão e expectativa para os envolvidos. Produção de primeira qualidade, a série também traz um documentário sobre o tema. Mais um caso de perfeito casamento entre audiovisual e jornalismo para levar informação ao assinante. A produção mereceu até comentário de leitor. "Não é possível que o repórter Armando de Oliveira Lima não receba um prêmio de jornalismo este ano!", brincou o assinante sobre o jornalista responsável pela reportagem.
Esses são dois exemplos que realço aqui, mas teria muitos outros sobre a importância do jornalismo para a sociedade. Respeitar os jornalistas e o trabalho exercido pela imprensa, celebrar a liberdade que temos atualmente e trabalhar para que ela seja perpétua é um compromisso de toda a sociedade.
ATENDIMENTO AO LEITOR
DE SEGUNDA A SEXTA-FEIRA, DAS 8H ÀS 14 HORAS
"A Ombudsman tem mandato de 1 ano, podendo ser renovado por acordo entre as partes. Tem status de editora, busca a mediação entre as diversas partes. Entre suas atribuições, faz a crítica das mídias do O POVO, sob a perspectiva da audiência, recebendo, verificando e encaminhando reclamações, sugestões ou elogios. Ela também chefia área editorial focada na experiência do leitor/assinante e que tem como meta manter e ajustar o equilíbrio jornalístico a partir das demandas recebidas e/ou percebidas. Tem estabilidade contratual para o exercício da função. Além da crítica semanal publicada, faz avaliação interna para os profissionais do O POVO.
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