É o(a) profissional cuja função é exclusivamente ouvir o leitor, ouvinte, internauta e o seguidor do Grupo de Comunicação O POVO, nas suas críticas, sugestões e comentários. Atualmente está no cargo o jornalista João Marcelo Sena, especialista em Política Internacional. Foi repórter de Esportes, de Cidades e editor de Capa do O POVO e de Política
A imprensa brasileira e a de fora repercutiram exaustivamente o suposto abraço entre Trump e Lula. Com um detalhe: não foi publicada qualquer foto que confirmasse o tête-a-tête entre presidentes
Foto: UN Photo/ Mark Garten
ONU divulgou foto de Trump assistindo o discurso de Lula. Momentos depois do registro, Trump e Lula se cumprimentaram
De desinformação a ataque a minorias, é possível elencar um sem número de problemas nas entrevistas, nas postagens e nos pronunciamentos que Donald Trump costuma fazer. Mas de tediosos é difícil taxar os discursos do presidente americano. E isso não é um elogio, diga-se.
Quando a longa fala dele na 80ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas na última terça-feira, 23, começava a flertar com um enfado de quase uma hora com platitudes, Trump saca da manga uma menção ao Brasil capaz de fazer saltar da cadeira quase todo mundo que o assistia. Até o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que discursara logo antes do homólogo americano, pareceu ter sido pego de surpresa em meio a cutucões de alerta como de quem diz “estão falando de você ali na frente”.
Palavras-chave como “excelente química” e “eu gostei dele, ele gostou de mim” tomaram as rédeas do debate sobre as tarifas impostas pelos EUA ao Brasil, que tem se arrastado já por quase dois meses. Analistas correram para tentar decifrar os efeitos do recado de Trump ao Brasil e como o país reagiria ao surpreendente aceno.
A imprensa brasileira e a de fora repercutiram exaustivamente o suposto abraço entre Trump e Lula nos bastidores da Assembleia Geral no momento da troca de oradores. Com um detalhe: não foi publicada qualquer foto que confirmasse o tête-a-tête entre presidentes. E olha que estamos falando do chefe de Estado mais midiático da maior potência econômica e militar global. No máximo, uma imagem divugada pela ONU de Trump assistindo ao discurso de Lula na TV enquanto aguardava a vez de falar.
Nenhum representante diplomático dos dois países divulgou detalhes mais consistentes do tal encontro, deixando todos a projetar a imagem com base na fala do presidente americano. E há de se convir que muitas vezes a distância entre a verdade e o Trump tem como verdade é maior que a que separa Fortaleza de Nova York.
Na quarta-feira, 24, Lula deu mais algumas pistas, mas não tantas. “Já estive outras vezes ali e não encontrei sempre com presidentes. Já estava saindo, ia pegar minhas papeletas e ia embora, quando Trump veio para meu lado com uma cara muito simpática e agradável”, disse, sem revelar - nem ser questionado sobre - o que de fato foi conversado naqueles “39 segundos”. Ou mesmo se o abraço foi real ou simbólico.
Não deixou de ser uma oportunidade perdida pela imprensa em buscar o que se passou no encontro fugaz. Detalhes que parecem pouco, mas que significam muito em diplomacia e podem ajudar a traçar as linhas de análise sobre o tarifaço daqui para frente.
Erros recorrentes no O POVO
Era um assunto que eu deveria ter trazido na última coluna, mas acabou ficando para esta. E não há prejuízo com o adiamento, pois é um tema que tem ocorrido com alguma frequência e pode ser novamente discutido agora e provavelmente o será neste mesmo espaço no futuro. Integrante do Conselho de Leitores do O POVO e professora do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Ceará (UFC), Adryane Gorayeb criticou a recorrência com que erros de ortografia e gramática têm sido cometidos nas páginas do O POVO.
Ela citou como exemplo o título da matéria publicada dia 18/9 na editoria de Política com o título “Bolsonaro tem diagnóstico de câncer de pele, aponta boletim médito(sic)”, com um erro evidente de grafia na última palavra, que deveria ser “médico”. Para piorar, o equívoco persistia na versão online até a última sexta-feira, 26, oito dias depois de publicada a matéria e apontado o erro na avaliação interna do ombudsman com a Redação.
“Fica especialmente ruim por ser o destaque da página, com o título em letras grandes e negrito. Desculpe falar, mas me impressiona a quantidade de erros gráficos no jornal impresso. Algumas alunas minhas comentaram que as postagens nas redes sociais são piores, pois têm erros graves gramaticais, elas atribuíram isso, em tom de brincadeira, como sendo ‘os estagiários’”, relatou, advertindo que o jornal deveria tratar dessa questão com cuidado.
“Eu lembro que quando eu era criança nós estudávamos nos livros de português textos em recorte de jornal, por serem um exemplo da boa redação. O POVO como o único jornal impresso atualmente tem essa responsabilidade e compromisso, na minha opinião”, acrescentou.
Antes o exemplo citado por ela tivesse sido o único caso. Na capa do jornal da última segunda-feira, 22, uma chamada para matéria sobre as manifestações contra a PEC da Blindagem destacou no enunciado pesquisa apontando que “80% desaprova (sic) a medida”, quando a concordância correta seria na 3ª pessoa do plural, “desaprovam”.
A provocação que existe sobre culpar os estagiários pelos erros faz pouca ou nenhuma diferença. Para o produto final a ser consumido, dá igual se eles são cometidos por um jornalista experiente ou por quem está no começo da trajetória na Redação. Assim como esses cuidados de revisão textual devem estar presentes na produção do que vai para o papel, para o digital ou para o audiovisual.
Erros de ortografia e gramática estão entre os que mais incomodam os leitores que entram em contato com o ombudsman. Do jornal, o mínimo que eles esperam é o zelo com a língua portuguesa em igual medida aos cuidados tomados para apurar uma informação. Falhar em qualquer um desses aspectos é também arranhar a credibilidade de um veículo de imprensa.
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