Mercado de trabalho: não finja que não há diferenças entre homens e mulheres!
Sara Oliveira é repórter especial de Cidades do jornal O Povo há 10 anos, com mais de 15 anos de experiência na editoria de Cotidiano/Cidades nos cargos de repórter e editora. Pós-graduada em assessoria de comunicação, estudante de Pedagogia e interessadíssima em temas relacionados a políticas públicas. Uma mulher de 40 anos que teve a experiência de viver em Londres por dois anos, se tornou mãe do Léo (8) e do Cadu (5), e segue apaixonada por praia e pelas descobertas da vida materna e feminina em meio à tanta desigualdade.
Mercado de trabalho: não finja que não há diferenças entre homens e mulheres!
É jornada atrás de jornada, duplas, triplas, quádruplas… e no meio delas, pessoas que parecem fingir que nenhuma dessas diferenças existe.
.
Dormir poucas horas, fazer tarefas domésticas, criar crianças, ser responsável pelos pais - e muitas vezes pelo cônjuge. Trabalhar em tempo integral, com direito a ponto, demandas e metas. Quantos homens, ao se depararem com esse monte de obrigações, conseguiriam se dedicar a aprender idiomas, se especializar, se informar, ascender profissionalmente? Quantas mulheres, que cumprem todos esses papeis, conseguem?
É jornada atrás de jornada, duplas, triplas, quádruplas… e no meio delas, pessoas que parecem fingir que nenhuma dessas diferenças existe. O mercado de trabalho continua a ser desigual, do cargo ao salário. E a sobrecarga imposta à vida das mulheres precisa ser considerada.
Critérios que são atingidos mais por homens, por motivos óbvios já destacados acima, mas também expostos por outros números: no Brasil, apenas 21,4% das empresas adotam auxílio-creche, enquanto só 17,7% adotam licença maternidade/paternidade estendida. Dados que mostram a realidade do básico, quando pensamos sobre com quem vamos deixar nossas crianças para irmos trabalhar.
Outros números, do Observatório da Indústria mostram que, no Brasil, é no setor de Serviços Domésticos onde há a menor margem de diferença salarial entre homens e mulheres: 0,45%. Enquanto que no de Atividades do Setor Financeiro, Seguros, Previdência Privada e Planos de Saúde, a margem é de 87%.
E mesmo com todos os números e exemplos cotidianos que mostram como as mulheres ainda são desvalorizadas profissionalmente pelas demandas sociais impostas a elas, ainda é preciso lidar com as lógicas que insistem, como a da síndrome de impostora. Mulheres que até se acham merecedoras dos seus êxitos, mas muitas vezes duvidam de si mesmas.
Tenhamos políticas públicas que entendam o benefício social de mais equidade, apoio para questões como invisibilidade e vulnerabilidades, e representatividade política suficiente para amenizar essas disparidades. E principalmente: que homens entendam - e crianças sejam ensinadas - sobre divisão de tarefas e igualdade de gênero no cumprimento das tantas responsabilidades da vida.
Esse conteúdo é de acesso exclusivo aos assinantes do OP+
Filmes, documentários, clube de descontos, reportagens, colunistas, jornal e muito mais
Conteúdo exclusivo para assinantes do OPOVO+. Já é assinante?
Entrar.
Estamos disponibilizando gratuitamente um conteúdo de acesso exclusivo de assinantes. Para mais colunas, vídeos e reportagens especiais como essas assine OPOVO +.