
Vertical é a coluna de notas e informações exclusivas do O POVO sobre Política, Economia e Cidades. É editada pelo jornalista Carlos Mazza
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O vereador e ambientalista Gabriel Biologia (PSOL) alertou pelas redes sociais o desmatamento da área vegetal da floresta próxima ao Aeroporto Internacional de Fortaleza Pinto Martins em decorrência das obras para construção do Condomínio Logístico Aerotrópolis, investimento privado da empresa alemã Fraport.
Segundo o biólogo, apesar da Licença de Operação e de Instalação emitida pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), o desmatamento não deveria ser autorizado “sem a anuência do Ibama”, por ser poligonal da Mata Atlântica. Conforme vereador, a empresa derrubou 3,4 hectares da floresta da Mata Atlântica na região, com o objetivo final de mais 42 hectares.
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Em entrevista à Vertical, ele destaca: “Não cabe licenciamento simplificado num projeto com esse nível de degradação ambiental (....) sem ter estudo de impacto ambiental, relatório de impacto ambiental e todo o licenciamento trifásico – licença de planejamento, licença de instalação e licença de operação”, diz.
“(A Fraport) faz a gestão do aeroporto de Fortaleza e está ocupando terras públicas, ou seja, terras nossas, do Brasil, que tem mais de 300 hectares de floresta preservada e desses 160 estão sob eh sessão para Fraport por três décadas. A empresa tem a única intenção de devastar, derrubar cada uma das árvores que estão de pé nesse terreno. É uma gigantesca floresta, uma das maiores que a gente tem em Fortaleza, toda inserida na poligonal da Mata Atlântica”, alega Aguiar.
Na Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor), atualmente, existe um projeto de autoria do parlamentar para que a floresta do entorno do aeroporto se torne unidade de conservação e de interesse ecológico por ser um dos últimos fragmentos de Mata Atlântica no Ceará.
Além do caso denunciado, o parlamentar afirmou ter acompanhado com “angústia e frustração” recentes aprovações por parte do Estado, com impacto direto no cenário ambiental. Uma delas foi a autorização pela Superintendência de Obras Públicas (SOP) da construção busca da CE-025, no trecho entre a Prainha e a Praia Bela, no município de Aquiraz.
Os especialistas visam o impedimento da obra por considerarem uma ameaça direta “a biodiversidade local”. “A tentativa de construção a da CE-025 tem gravíssimo impacto ambiental em ecossistemas delicados de Aquiraz, envolve lagoas interdunares, envolve d'água, dunas fixas em móveis, restingas, manguezais, correntes, riachos, florestas densas fechadas de Mata Atlântica e muitos outros sistemas”, diz.
O parlamentar complementa: “em Aquiraz, também, há Lagoa do Catu, que está completamente comprometida por dezenas de desmatamentos de hectares no seu entorno, diz. “Qualquer um que vá para Aquiraz vai ver como tá sendo tratado o campo de dunas e o entorno da Lagoa do Catu. Tudo sendo devastado, as dunas sendo arrancadas. É uma situação flagrante, crítica”, avalia.
Gabriel Aguiar ainda relembrou da aprovação da lei da Assembleia legislativa do Ceará que liberou a pulverização por drones, a qual teve o aval do governador Elmano de Freitas (PT). “O governo topou ser parceiro de setores que sempre criticou”, diz. “O retorno da chuva de veneno já está causando um caos. Temos recebido com muito muitos clamores de produtores rurais, de agricultores familiares aos prantos chorando, mostrando que já está ocorrendo nesse momento no Ceará”, complementa.
por Camila Maia - Especial para O POVO
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