Supermercado vence Nintendo em disputa pelo nome "Super Mario"
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Wanderson Trindade é coordenador da Central de Dados e repórter do O POVO+, com uma paixão declarada por contar as histórias de quem faz a indústria dos jogos eletrônicos acontecer. Especializado na cobertura do universo dos games no Ceará, no Brasil e no mundo, acompanha de perto tanto o cenário competitivo quanto o desenvolvimento de jogos. Autodescrição: Homem pardo de cabelos ondulados, Wanderson aparece na foto usando óculos e fones de ouvido, com um sorriso no rosto que traduz sua energia e entusiasmo pelo tema.
Supermercado vence Nintendo em disputa pelo nome "Super Mario"
Don Mario virou personagem de uma história real, onde um pequeno mercado derrotou uma gigante dos games. A Nintendo tentou barrar o registro da marca na Costa Rica, mas perdeu por um detalhe jurídico. A família Alfaro agora celebra o direito de seguir usando o nome que carrega há décadas.
Foto: Facebook / Super Mario
Filho de Don Mario, Carlos "Charlito" Alfaro exibe placa em protesto contra Nintendo
Quem passa por San Ramón, na Costa Rica, pode até pensar que o nome “Super Mario” remete ao encanador mais famoso dos videogames. Mas ali, o “super” é um supermercado de verdade, tocado há mais de 50 anos por Don José Mario Alfaro González, ou apenas Don Mario, como é conhecido pelos vizinhos.
Foi esse pequeno comércio de bairro que enfrentou a Nintendo em uma disputa legal pelo direito de usar o nome e, contra todas as expectativas, venceu.
A confusão começou quando o filho de Don Mario, Carlos “Charlito” Alfaro, tentou renovar o registro da marca do supermercado em 2023. A Nintendo, que detém direitos globais sobre o nome “Super Mario” para categorias como games, roupas e brinquedos, entrou com uma contestação alegando possível conflito de marca.
Foto: Facebook / Super Mario
O mercado Super Mario funciona há mais de 50 anos em San Ramón, na Costa Rica
Só que o Registro Nacional da Costa Rica considerou que não havia sobreposição entre os usos: a gigante japonesa não tem registros para o nome na categoria de supermercados. A vitória foi anunciada com festa nas redes sociais, em uma publicação que mostrava Don Mario ao fundo da loja.
“Aquele homem que você vê ali é meu pai, está aqui há 52 anos e é o Super Mario”, escreveu Charlito, orgulhoso. Sem qualquer referência visual aos personagens da Nintendo, o logotipo do mercado é simples: azul escuro e amarelo, com o slogan “seu lugar de confiança”.
Para os Alfaro, foi uma luta desproporcional, mas com final feliz, e sem precisar pular em nenhuma bandeira no castelo.
Foto: Facebook / Super Mario
Ao lado dos filhos, Don Mario virou personagem de uma história real, onde um pequeno mercado derrotou uma gigante dos games
Casos emblemáticos de ações judiciais da Nintendo contra fãs
A Nintendo é conhecida por sua postura rigorosa na proteção de suas propriedades intelectuais, frequentemente entrando com ações legais contra fãs que criam conteúdos inspirados em suas franquias. Um desses casos está "AM2R" (Another Metroid 2 Remake), um projeto de fã que recriava o jogo "Metroid II", que foi retirado do ar após a marca japonesa emitir uma notificação de violação de direitos autorais.
Outros casos marcantes foram quando um fã recriou uma versão em alta definição do clássico "Super Mario 64"; ou quando outro apaixonado pela marca introduziu uma nova região e mais de 150 Pokémons em "Pokémon Uranium". Em ambas as situação a Nintendo enviou notificações e processou seus criadores.
Essas situações ilustram a abordagem inflexível da Nintendo em relação ao uso não autorizado de suas propriedades, mesmo quando se trata de projetos feitos por fãs sem fins lucrativos.
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