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Incentivos garantem novo fôlego ao setor imobiliário, mesmo com alta dos preços
Economia

Incentivos garantem novo fôlego ao setor imobiliário, mesmo com alta dos preços

Retomada | Para analistas, a redução dos juros pela Caixa e as novas regras da Casa Verde Amarela devem manter mercado aquecido mesmo com preços dos imóveis subindo, em função da alta dos insumos e da Selic
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Preços de produtos da construção tornam as reformas ainda mais caras (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil Preços de produtos da construção tornam as reformas ainda mais caras

O setor imobiliário que na pandemia viu reaquecer a procura por imóveis, como há muitos anos não se via, está em alerta por conta do impacto que a alta dos preços dos insumos e dos juros pode ter sobre o poder de compra do consumidor. Mas as novas medidas de incentivo à aquisição de imóveis no Brasil prometem novo fôlego ao setor, que deve encerrar o ano com saldo de 10 mil novos empregos no Ceará.

 

A projeção é do presidente do Sindicato das Construtoras do Ceará (Sinduscon-CE), Patriolino Dias. No acumulado até julho, o saldo de empregos no setor no Estado foi positivo em 6,1 mil postos de trabalho, segundo o Cadastro Geral de Empregos (Caged).

E o Valor Geral de Vendas (VGV) dos lançamentos previstos para 2021 está estimado em R$ 2,22 bilhões. Alta de 34,54% em relação ao volume de 2020 (R$ 1,6 bilhão).

Razões para o otimismo existem. De um lado, o Governo Federal aumentou de R$ 23 mil para R$ 35 mil, em média, o valor dos subsídios ao programa Casa Verde e Amarela, que substituiu o Minha Casa, Minha Vida.

Também elevou em até 15% o valor máximo dos imóveis a serem financiados com recursos do FGTS pelo programa. Em Fortaleza, o teto passará a ser de R$ 209 mil. O que deve facilitar a aquisição da casa própria pelas famílias de baixa renda. No dia 14, o Governo já tinha lançado um programa habitacional específico para profissionais da segurança pública.

Mas, para além disso, a Caixa Econômica Federal, principal agente de financiamento imobiliário do País, anunciou que a partir do dia 18 de outubro fará redução em 0,4 ponto percentual das taxas do financiamento imobiliário com juros atrelados à poupança.

O movimento vai na contramão do que a maioria dos bancos estão fazendo diante da escalada dos juros. A taxa básica de juros da economia, a Selic, que começou o ano em 2% a.a., hoje está em 5,25% a.a - e deve subir mais um ponto percentual na próxima semana, segundo a mais recente projeção do mercado financeiro.

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Para Patriolino Dias, esses anúncios ajudam a estimular o consumo em um momento em que o mercado assiste com preocupação a pressão que a inflação do setor está exercendo nos preços dos imóveis. O custo básico de construção (CUB) no Ceará saiu de uma média de R$ 1.340,75/ m2, em janeiro, para R$ 1.417,7/m2, em agosto. Alta de 5,73%.

“Estamos preocupados com o aumento do preço dos insumos, principalmente, o aço que dobrou de preço de um ano para cá. Mas acredito que essas medidas anunciadas recentemente podem fazer com que o mercado continue pujante”.

Ele acredita que as vendas de imóveis no Ceará devem crescer neste ano entre 10 e 15%. Mas, no segmento de moradia popular, a alta deve alcançar 20%, com as novas medidas.

Ainda assim, quando se trata de retomada, não significa que o setor deve voltar aos tempos áureos, como em idos de 2013, quando a construção civil representou 29,7% do PIB cearense - hoje gira em torno de 26,73%, segundo o Instituto de Pesquisas Econômicas do Ceará (Ipece). “Isso a gente vai demorar a viver até mesmo porque as construtoras estão mais prudentes, lançando apenas aquilo que o mercado consegue absorver”, pontua Patriolino Dias.

O presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), Luiz França, avalia que as medidas anunciadas pelo Governo Federal deixam claro a importância da habitação para a geração de emprego e renda no País.

Ele cita que o nível de empregos na área subiu e hoje soma 7% do total do País, o que representa 5,9 milhões de brasileiros, segundo dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio). Além disso, o PIB da Construção Civil, que subiu 2,7% no segundo trimestre deste ano, puxou a elevação do PIB nacional.

“A construção civil foi reconhecida como um importante aliado para minimizar os impactos econômicos causados pela pandemia”.

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