O Governo do Ceará confirmou um novo plano de expansão para o Complexo do Pecém, com a construção de dois novos píers em alto-mar. O POVO apurou que a expansão terá como foco a exportação de grãos e a montagem de parques de energia eólica offshore.
O titular da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e do Trabalho (Sedet), Maia Jr., destaca que o Estado trabalha a viabilização dos dois novos píers para atender o aumento da demanda de exportação do setor de grãos e da necessidade de infraestrutura para construção de parques de geração de energia limpa para impulsionar o hub de hidrogênio verde.
"Precisamos expandir a rede de infraestrutura para escoamento de toda a gama de grãos produzidas não só no Ceará. A expansão se faz necessária para acompanhar esse crescimento e é uma demanda do setor", afirma Maia Jr.
O primeiro dos novos aportes estruturais do Porto do Pecém deverá ser equipado ainda com todos os mecanismos necessários para o tratamento, embarque, desembarque e armazenamento de grãos, incluindo um tonéis de grandes proporções.
A obra se alinha com o andamento da ferrovia Transnordestina, cujas obras irão iniciar no Ceará ainda neste mês e devem fortalecer a consolidação de um terminal de grãos no Ceará.
Detalhes sobre os investimentos, bem como prazo para entrega dos novos equipamentos de infraestrutura ainda não podem ser revelados.
Ambos os projetos estão em fase inicial de estruturação. Os estudos da viabilidade das novas infraestruturas no terminal marítimo estão em andamento, mas a perspectiva, conforme revela Maia, é promissora.
Além das novas infraestruturas, a expansão prevê ainda a ampliação, automação e modernização dos canais de fluxo de carga já existentes no terminal portuário.
O segundo novo pier também já conta foco definido. A estrutura, conforme Maia Jr., será destinada exclusivamente para o desenvolvimento de energia renovável.
O píer atuará como base para pré-montagem de equipamentos destinados para parques de geração de energia offshore. Ou seja, usinas de geração de energia elétrica em alto mar, seja com utilização de matriz eólica, solar ou ondomotriz, com uso da força das ondas do mar.
"O foco é preparar o Pecém para essa nova geração de desenvolvimento", complementa Maia Jr. O projeto ganha força a partir da aprovação no Senado, do Marco Regulatório da energia offshore na última semana.
"Temos expectativa do projeto ser aperfeiçoado na Câmara. É marco não só para o offshore, mas para o surgimento de grandes industriais e de um grande volume de empregos com qualidade e boa remuneração, além de impulsionar toda cadeia de produção de hidrogênio", afirma Maia.
Informações foram repassadas pelo secretário durante lançamento da pedra fundamental da nova fábrica de telhas de fibrocimento da Eternit. Empreendimento representa o retorno da companhia para o Ceará por meio de um aporte de R$ R$ 165.246.000 e prevê expansão já em 2025.
A estimativa da empresa é gerar 132 empregos diretos na fase inicial, no próximo ano, e alcançar 201 contratações na fase de expansão, com provável despacho de mercadorias por meio do Pecém.
Royaltes
No Ceará, atualmente, 84 municípios recebem Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM), os chamados royalties da mineração
Carta
O Complexo do Pecém, em carta enviada à Comissão Europeia, em maio deste ano, aderiu ao compromisso firmado pelo Porto de Roterdã de entregar 4,6 milhões de toneladas de hidrogênio verde (H2V) até 2030