As repórteres do O POVO+ Karyne Lane e Ludmyla Barros são finalistas da primeira edição do Prêmio de Jornalismo Digital Socioambiental.
Tanto a série de reportagens "Os Impactos dos Agrotóxicos", quanto a série "Áreas Verdes em Fortaleza" foram indicadas na categoria Melhor Cobertura Socioambiental Local.
A premiação reconhece conteúdos jornalísticos que tenham se debruçado a desvendar os meandros de cadeias de produção que impactam a biodiversidade, comunidade indígenas e ribeirinhas, povos das florestas e quilombolas, a manutenção das florestas, assim como as práticas dos setores agricultor e de produção de energia.
Assinada por Karyne Lane, a série de reportagens "Impacto dos Agrotóxicos" mostra os efeitos da aprovação do uso de drones na pulverização aérea de agrotóxicos no Ceará a partir de Limoeiro do Norte, agropolo fruticultor e terra de Zé Maria do Tomé.
Na esteira desse tema, o especial em sete episódios aborda o legado do agricultor assassinado em 2010 e investiga as camadas de um problema silencioso e invisível que cresce em solo brasileiro.
“Essas reportagens nasceram do compromisso com pautas que afetam a vida de todos nós, seja pela contaminação silenciosa dos agrotóxicos, seja pela necessidade vital de preservar as áreas verdes nas cidades", comentou a repórter.
Por sua vez, a série de reportagens "Áreas Verdes em Fortaleza" utiliza levantamento de dados exclusivo e trabalho investigativo para mostrar qual o futuro das áreas verdes de Fortaleza após a exclusão de zonas ambientais em 13 bairros da Capital.
Assinada pela repórter Ludmyla Barros, com co-autoria de Karyne Lane, em cinco episódios o especial analisa o impacto dessa retirada para a Cidade e busca responder se é possível o crescimento urbano coexistir com a sustentabilidade.
Para Ludmyla, a série de reportagens foi "um trabalho exaustivo, de cobranças e - felizmente - resultados quase imediatos".
"É essencial entender a importância da natureza restante em uma Metrópole, os impactos da retirada para os moradores, a visão de ambientalistas e o papel dos políticos", reflete.
Promovido pela Associação de Jornalismo Digital (Ajor) e pela Embaixada Britânica no Brasil, o Prêmio de Jornalismo Digital Socioambiental é uma homenagem a Dom Phillips e Bruno Pereira, brutalmente assassinados no Vale do Javari, estado do Amazonas, em junho de 2022.
Bruno e Dom se dedicavam à defesa da Amazônia, das comunidades indígenas e ribeirinhas e da preservação ambiental.
Segundo a organização do prêmio, a iniciativa busca não apenas celebrar o legado de ambos, mas também "reforçar o papel fundamental do jornalismo na promoção dos direitos humanos, na proteção da natureza e dos povos indígenas, com objetivo de assegurar um futuro mais justo e sustentável para as próximas gerações".
O reconhecimento ao trabalho das jornalistas acontece no mês em que o O POVO+ celebra 5 anos de existência, e agrega mais duas indicações aos 30 prêmios locais, regionais e nacionais que a plataforma já conquistou desde sua criação.
Na avaliação de Ludmyla, a indicação para o prêmio é uma oportunidade de ampliar o debate ambiental para outras cidades.
"Estar entre os finalistas é uma alegria, mas, sobretudo, um reconhecimento da importância de seguir fazendo um jornalismo atento, responsável e comprometido com as questões socioambientais”, completou Karyne.
As repórteres indicadas viajarão ao Rio de Janeiro para participar da cerimônia de entrega do prêmio, que acontece em 6 de junho deste ano.