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Bolsonaro está 'comprando' deputados com cargos, diz Delegado Waldir
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Bolsonaro está 'comprando' deputados com cargos, diz Delegado Waldir

Líder do PSL na Câmara afirma ainda que governo está parado e 'não existe'. Cúpula do partido pune bolsonaristas e fortalece Bivar
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Deputado delegado Valdir cumprimenta Eduardo Bolsonaro durante reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados destinada a votar o parecer da reforma da Previdência. (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil Deputado delegado Valdir cumprimenta Eduardo Bolsonaro durante reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados destinada a votar o parecer da reforma da Previdência.

Gravado em uma reunião em que chama Jair Bolsonaro de "vagabundo", o líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (GO), afirmou, ontem, que o presidente está "comprando" deputados com cargos e fundo partidário para alçar o filho, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), ao posto de líder da bancada.

Waldir diz que a ameaça que fez de "implodir" o presidente, gravada na reunião, está relacionada aos áudios em que Bolsonaro tenta convencer deputados a apoiar o nome de Eduardo. O líder do PSL não descarta a possibilidade de isso vir a ser usado como argumento para um eventual pedido de impeachment. "Eles (deputados) precisam analisar se compra de parlamentares para votar a favor do filho é motivo de cassação do presidente".

"A gravação que tem é a que já foi divulgada. É na qual ele pede votos, negociando com parlamentares e comprando a vaga do filho dele na liderança do PSL, oferecendo cargos e fundo partidário", disse Waldir em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo.

Delegado Waldir sofreu tentativa de destituição da liderança do PSL na Câmara
Delegado Waldir sofreu tentativa de destituição da liderança do PSL na Câmara

Segundo o parlamentar, o governo está parado, "não existe", pois está focado na crise da legenda. "A única finalidade do governo hoje é me derrubar da liderança do PSL." Na entrevista, o deputado repete o xingamento que fez em reunião fechada. "Eu não menti. Ele me traiu. Então, é vagabundo", disse.

Em uma investida contra o grupo bolsonarista, a cúpula do PSL decidiu ontem aumentar o número de integrantes do partido com direito a voto nas decisões da sigla e suspender cinco deputados federais das atividades partidárias, reduzindo as chances de Eduardo Bolsonaro se tornar líder da legenda na Câmara.

O partido aumentou de 101 para 153 o número de filiados com direito a voto em reuniões nacionais - os chamados convencionais. Dos novos convencionais, 34 têm mandato parlamentar. A maioria do grupo é alinhada com o presidente nacional da legenda, Luciano Bivar. A mudança amplia o poder de Bivar, que trava uma disputa interna com Jair Bolsonaro sobre os rumos da sigla.

A deputada Joice Hasselmann (SP) chegou a defender que o partido comece a discutir a expulsão de deputados que estão atacando a cúpula da legenda. "A porta da rua é serventia da casa", afirmou "Alguns têm que ser expulsos."

Ela defendeu que um dos alvos seja o deputado Daniel Silveira (RJ), que gravou o líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (GO), afirmando que iria "implodir" Bolsonaro.

Sobre o filho, Jair Bolsonaro disse ontem que Eduardo Bolsonaro é "maior de idade" e "decide o futuro dele". Bolsonaro havia sido questionado por jornalistas se prefere o "filho 03" no cargo de embaixador do Brasil nos Estados Unidos ou na liderança do PSL na Câmara. As declarações do presidente foram feitas em frente ao Palácio da Alvorada, no fim da tarde, onde ele costuma parar para tirar selfies com fãs e conversar com a imprensa.

O presidente indicou o filho ao cargo há três meses, mas até agora a intenção não foi formalizada. Para ser confirmado embaixador, Eduardo precisa ser sabatinado e aprovado pelo Senado. Como não há segurança no Planalto sobre o apoio ao nome entre os senadores, o cargo na Câmara seria uma "saída honrosa", segundo auxiliares do presidente.

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