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Mandetta diz que quarentena foi "precipitada" e que isolamento vertical será estudado
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Mandetta diz que quarentena foi "precipitada" e que isolamento vertical será estudado

Ministro da Saúde muda discurso, entra em maior sintonia com o que Bolsonaro pensa sobre medidas mais brandas e descarta qualquer hipótese de deixar o cargo
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Ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta pediu unificação dos discursos no governo Bolsonaro, para que população não fique confusa (Foto: Marcos Corrêa/Presidência da República)
Foto: Marcos Corrêa/Presidência da República Ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta pediu unificação dos discursos no governo Bolsonaro, para que população não fique confusa

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, criticou, em coletiva de imprensa na tarde de ontem, a forma com que Estados e municípios do País adotaram medidas de quarentena. Ele considerou que o fechamento de serviços não essenciais foi tomado de forma "precipitada". "Ficou desarrumado esse negócio de quarentena, não ficou bom", considerou. A pasta ainda irá estudar a adoção de isolamento vertical — somente para idosos e portadores de comorbidades — proposto por Bolsonaro.

A fala de Mandetta representa uma mudança de discurso em relação ao que ele próprio vinha adotando em coletivas anteriores. Ontem, o ministro falou em maior sintonia ao que Bolsonaro defendeu em pronunciamento na véspera, pedindo um menor grau de isolamento com reabertura de escolas, por exemplo.

"Conversei por alto com o Mandetta ontem (terça). Hoje vamos definir essa situação. Tem que ser, não tem outra alternativa", disse Bolsonaro na manhã de ontem, antes da coletiva do ministro, ao deixar o Palácio da Alvorada. "A orientação vai ser vertical daqui para frente. Eu vou conversar com ele e tomar a decisão."

Mandetta ainda afastou qualquer hipótese de sua saída do Governo. "Eu saio daqui quando o presidente achar que não devo mais trabalhar. Ou quando esse período de turbulência passar e eu achar que não posso ser mais útil", garantiu.

Para o ele, medidas mais brandas devem ser tomadas antes do chamado lockdown, forma de confinamento defendida por especialistas em que apenas serviços essenciais permanecem funcionando. Ele ponderou que medidas como a redução de serviços de mobilidade urbana e o isolamento de bairros determinados devem ser tomadas em um primeiro momento.

"Quarentena sem prazo determinado para terminar vira uma parede na vida das pessoas, que precisam ir e vir porque isso faz parte da própria sobrevivência. Se não tivermos um cuidado com a atividade econômica, essa onda da saúde virará uma onda maior ainda com a crise econômica", ressaltou Mandetta, que considerou como uma "grande colaboração" a fala do presidente na noite da última terça-feira.

"A saúde só pode funcionar quando gera riquezas. É preciso fazer isso junto, com os ministros de Estado que participam dessa força tarefa. A saúde não é uma ilha, não vamos tratar isoladamente, não é só coronavírus. As pessoas têm que ser atendidas, as pessoas têm dor de dente. As coisas continuam, os arquitetos têm que trabalhar, tem que projetar", destacou.

Entre outras medidas, Mandetta defendeu que as igrejas sejam reabertas, mas "sem aglomerar". Ele defendeu que a fé tem um papel importante para a sociedade e não deve ser deixada de lado nesse momento. De acordo com ele, a falta de atividade econômica pode prejudicar também a saúde. O ministro citou o setor aéreo como exemplo: insumos não puderam ser transportados para os estados de forma ágil devido ao cancelamento de voos.

Luiz Henrique Mandetta defendeu que a avaliação da crise seja feita caso a caso, de acordo com o número de casos e a população de cada estado. Ele citou, por exemplo a diferença entre os estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Amazônia: nos dois primeiros casos, há uma grande quantidade de idosos e no último se encontra a população mais jovem do País, de acordo com o ministro. (colaborou Filipe Pereira)

 

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