Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) se concentraram no entorno na 10ª Região Militar, em frente ao Mercado Central, para protesto contra o resultado da eleição presidencial, que sagrou Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vencedor contra o atual mandatário. O principal lema entre os conservadores que aderem ao movimento é "SOS Forças Armadas" ou ainda "Forças Armadas, salvem o Brasil". A manifestação teve público expressivo no feriado da Proclamação da República, em comparação com os dias anteriores.
A falsa premissa que dá ensejo aos movimento que ocorrem pelo País é de que o sistema eletrônico, vigente no Brasil desde 1996, é falho e os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), sobretudo Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), teriam se valido disso para pavimentar o caminho de Lula de volta ao Palácio do Planalto.
O público lotou o entorno da 10ª Região, num trecho que vai até o Paço Municipal, passando pela Catedral e suas escadarias preenchidas por manifestantes de verde e amarelo.
Eles cantaram o Hino da Independência ("Brava gente brasileira...") após gritarem, em coro: "Forças Armadas, salvem o Brasil".
O POVO transitou entre os manifestantes e verificou nos diálogos o temor de que Lula instaure uma "ditadura comunista" no Brasil para, conforme um deles afirmou, fechar igrejas e prender apoiadores de Bolsonaro. Um outro classificou o programa de governo do governo petista como a "ditadura do Karl Marx".
Uma faixa amarradas às grades que cercam a Catedral dizia: "Ó Virgem Dolorosíssima, nossas lágrimas derrubaram o império infernal".
O recado em letras maiúsculas está ladeado por pelo menos duas bandeiras nacionais que, ao centro, tinham a frase "Brasil sem aborto". Na grade da base militar, cartolinas continham dizeres em inglês segundo os quais, em síntese, a democracia brasileira está em perigo em razão da atuação dos ministros do STF. "O povo brasileiro clama que o Exército apure as fraudes nas eleições", implorava outra faixa.
Relatório do Ministério da Defesa, apresentado ao TSE pelo ministro general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, não aponta nenhuma fraude ocorrida nas eleições deste ano. O texto de tom ambíguo pede, porém, investigação de suposto risco em código-fonte.
Manifestações de mesmo teor foram também encorpadas em outras partes do País. Em São Paulo, o fluxo de pessoas cresceu próximo ao Comando Militar do Sudeste (CMSE).
Em Brasília, o governo do Distrito Federal impediu o trânsito de veículos na Esplanada dos Ministérios bloqueou o acesso de pedestres à Praça dos Três Poderes. (Com Agência Estado)