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Investimentos: Ganhando dinheiro com ajuda da Inteligência Artificial
Reportagem

Investimentos: Ganhando dinheiro com ajuda da Inteligência Artificial

| MUDANÇA DE PARADIGMAS | Avanço da Inteligência Artificial (IA) tem gerado novas aplicações para o mundo dos investimentos e corretoras apostam na inovação como forma de oferecer soluções personalizadas. Em meio ao "boom" é preciso atenção a como esse processo é conduzido
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Quanto mais específica e direta for sua pergunta, mais útil será a resposta do ChatGPT (Foto: FCO FONTENELE)
Foto: FCO FONTENELE Quanto mais específica e direta for sua pergunta, mais útil será a resposta do ChatGPT

O acesso a recomendações sobre as melhores oportunidades no mercado financeiro chegou a um novo patamar com o avanço da Inteligência Artificial (IA) Generativa. Plataformas e apps já respondem de forma online a questões como qual empresa paga melhores dividendos neste ou naquele setor ou quais companhias mais sólidas que nunca deram prejuízo.

Parece simples, mas a aposta do mercado é que esse movimento contribua para o maior passo rumo à popularização do mercado financeiro no Brasil.

De acordo com dados consolidados, em 2022, os Estados Unidos tinham cerca de 58% da população investindo em ações, ou seja, cerca de 145 milhões.

LEIA TAMBÉM: Inteligência Artificial lidera reinvenção do sistema financeiro

Já na Bolsa de Valores Brasileira (B3), o número de investidores pessoa física no Brasil chegou a 5,69 milhões no cálculo atualizado até 2 de dezembro. O mercado local representa apenas 3,9% dos Estados Unidos.

“Entre as 106 mil pessoas que estrearam em renda variável na B3 apenas no mês de setembro de 2022, 31% fizeram seu primeiro investimento com valores de até R$ 40 e, outros 29%, entre R$ 40 e R$ 200. Isso reforça que mais brasileiros têm descoberto que é possível começar a investir em renda variável com tíquetes de entrada menores e têm buscado experimentar novas opções, com vistas a ganhos maiores no longo prazo”, destaca relatório da B3.

Inovação no setor de investimentos tem ampliado nos últimos anos(Foto: FÁBIO LIMA)
Foto: FÁBIO LIMA Inovação no setor de investimentos tem ampliado nos últimos anos

Esse movimento ocorre ao mesmo tempo em que há uma maior democratização do acesso à internet. Total de 156 milhões de brasileiros afirmam ter acesso, o que equivale a 84% da população, conforme a pesquisa TIC Domicílios 2023, do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br).

Em 2022, esse índice era de 81%. Mais da metade (58%) acessam a internet apenas pelo celular, e 26% dos domicílios têm conexão com velocidade de até 50 Mbps.

Dentro deste cenário, além da conexão e descobrimento das opções de investimento em ações mesmo com tickets menores, outras importantes inovações digitais vêm se popularizando, como o uso da IA. As aplicações são diversas, mas agora o mundo dos investimentos vem sendo chacoalhado com as possibilidades trazidas.

Na onda da popularização do Chat GPT, a startup BHub, anunciou em dezembro o FinChat GPT, um assistente virtual desenvolvido em IA que funcionará como controller financeiro.

Aliado ao Telegram e ao OpenAI, o FinChat GPT deve ter interface conversacional que dará acesso a informações vitais, sendo possível pedir à plataforma análises de resultados trimestrais e mensais de empresas, por exemplo.

Ilustração do chatbot de inteligência artificial ChatGPT 9/2/2023 REUTERS/Florence Lo/Arquivo(Foto: FLORENCE LO)
Foto: FLORENCE LO Ilustração do chatbot de inteligência artificial ChatGPT 9/2/2023 REUTERS/Florence Lo/Arquivo

Os investimentos de corretoras em IA já vem de alguns anos. Uma das que se destaca nesse movimento é a XP.

Em 2019, a empresa adquiriu participação na fintech Olivia, criada no Vale do Silício por dois brasileiros e focada em IA. Um dos frutos da parceria foi a criação do assistente Max.

O foco com a parceria é usar das expertises das empresas para promover maior acesso ao mundo dos investimentos de forma facilitada.

A intenção é permitir que os clientes tenham recomendações personalizadas de produtos financeiros, de acordo com perfil e capacidade de aporte de cada pessoa.

Diego Darrigo, sócio e assessor de investimentos da Messem Investimentos, destaca que esse movimento da XP elevou o nível de uso da IA nas corretoras e a diversidade de inovações aumentou.

"As inovações tecnológicas que temos visto, principalmente no mercado brasileiro, vem sendo de extrema importância para maior alcance do mercado de capitais. O exemplo da XP é revolucionário e quebra paradigmas junto ao investidor", diz.

Quanto mais específica e direta for sua pergunta, mais útil será a resposta do ChatGPT(Foto: FCO FONTENELE)
Foto: FCO FONTENELE Quanto mais específica e direta for sua pergunta, mais útil será a resposta do ChatGPT

Para o doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP) e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas, Vivaldo José Breternitz, em meio aos lançamentos de inovações, há uma empolgação natural, mas é preciso fazer um alerta.

Segundo Vivaldo, o processo de popularização e desenvolvimento de IA é algo muito promissor, mas ainda não é maduro o suficiente para ser usado sem maiores cuidados.

"Acredito que as empresas devem caminhar com cuidado neste começo. Mas a IA Generativa tem uma capacidade de processar informações muito maior do que uma pessoa", ressalta.

Por isso, há espaço no mercado financeiro para IA, mas não acredita que o tato humano na análise possa ser substituído imediatamente, até porque existem no mercado posições especulativas, por exemplo.

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O QUE SIGNIFICAM OS TERMOS?

Inteligência Artificial Generativa

É uma tecnologia capaz de aprender padrões complexos de comportamento a partir da análise de uma base de dados. São exemplos desse tipo de tecnologia o Chat GPT e DALL-E, que conseguem reproduzir conteúdos e até gerar novas informações de maneira quase original a partir de "treinamento". É possível uma evolução constante do "aprendizado" sem necessidade de programação humana.

Machine
Learning

Em tradução literal, significa aprendizagem de máquina. A técnica está ligada diretamente ao desenvolvimento da inteligência artificial. São sistemas que aprendem e melhoram de desempenho com base nos dados que consomem.

Big
Data

O termo surgiu em 1997, inicialmente utilizado para definir os conjuntos de dados não ordenados em rápido crescimento. Hoje é a área tecnológica que trata, analisa e obtêm informações a partir de conjuntos de dados muito grandes.

BC

Projeções feitas pelo presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, mostram que a IA vai começar a ser mais utilizada para "melhorar a vida das pessoas" em até dois anos, com a conclusão do processo de modernização do sistema financeiro do País

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