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Pandemia levou mais brasileiros a irem morar fora
Reportagem Especial

Pandemia levou mais brasileiros a irem morar fora

Número de brasileiros morando fora do País cresceu 17,45% durante o primeiro ano da pandemia, fortalecendo uma trajetória de cinco anos de alta, e atingiu maior patamar desde 2009

Pandemia levou mais brasileiros a irem morar fora

Número de brasileiros morando fora do País cresceu 17,45% durante o primeiro ano da pandemia, fortalecendo uma trajetória de cinco anos de alta, e atingiu maior patamar desde 2009
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O emprego dos sonhos, o salto na carreira ou mesmo o anseio por novas oportunidades. São múltiplos os motivos que encorajam os brasileiros a buscarem tentar a vida em outros países. Esse movimento de imigração foi afetado pela pandemia de Covid-19, e o Brasil soma o maior número de cidadãos residindo fora do País desde o ano de 2009.

Dados do Itamaraty, com base em informações do Ministério das Relações Exteriores, apontam que existem atualmente cerca de 4,2 milhões de brasileiros morando em outras localidades do mundo, número foi consolidado em julho deste ano com base nos registros emitidos até dia 31 de dezembro de 2020.

O número, ainda que parcial, expressa um salto de 35% com relação à quantidade de brasileiros que moravam fora do País em 2009. Apenas entre 2019 e 2020, primeiro ano da pandemia de Covid-19, o número de brasileiros vivendo em outros países aumentou 17,4% e consolida o crescimento de cinco anos consecutivos.

E como que para validar a crença popular de que há cearense "em todo canto do mundo", um dos brasileiros que faz parte de tais estatísticas dá início a sua jornada em Fortaleza ainda em 2014 com o sonho de ser cientista.

Com 29 anos, Victor Emmanuel de Vasconcelos Gomes ainda na graduação de agronomia chegou a morar um ano no Reino Unido por meio do programa Ciência Sem Fronteiras, extinto pelo ex-presidente Temer. E seis anos depois, encontra-se em Ohio, nos Estados Unidos, completando o doutorado por meio de uma bolsa fomentada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Victor E. de V. Gomes,  agrônomo que mora em Ohio, Estados Unidos(Foto: Arquivo Pessoal)
Foto: Arquivo Pessoal Victor E. de V. Gomes, agrônomo que mora em Ohio, Estados Unidos

O cearense detalha que estudar em outro país sempre foi um “sonho”. “Estar em um país estrangeiro ajuda a vislumbrar novos horizontes e trazer novas perspectivas e pontos de vista para dentro do seu tópico de pesquisa”, afirma. Ele detalha ainda que o desejo de morar fora se fortalece diante do baixo investimento e cortes no orçamento da educação brasileira.

“Investir na carreira acadêmica no Brasil tem se tornado um desalento para muitos jovens pesquisadores. Então, buscar construir pontes com pesquisadores e instituições de ensino e pesquisa estrangeiras surge como uma interessante opção de carreira para o futuro”, complementa.

Apesar disso, ele destaca que a realidade é bem diferente dos sonhos. Uma das dificuldades enfrentadas foi a burocracia com relação a liberação do visto para entrar nos EUA, agravada pela lentidão do processo por causa da pandemia de Covid-19.

O fato de já ter morado fora com a bolsa de estudos ainda na graduação ajudou no processo, mas Victor comenta que chegou a temer perder a oportunidade de realizar parte do doutorado em outro país pela lentidão nos processos imigratórios. 

Victor pontua ainda que a primeira emissão de visto foi um processo mais delicado devido a quantidade de requisitos necessários e a pouca informação disponível para auxiliar no procedimento, mas que na segunda necessidade, o entrave maior foi por causa da pandemia, já que os consulados ficaram meses sem operações. 

"A mudança em si foi um processo bem tranquilo. Consegui arrumar um quarto completamente mobiliado em uma casa de família estadunidense como uma "Family Host", que é quando eles abrigam estudantes vindos de fora dos EUA", acrescenta. 

Outro problema relatado por Victor é a ausência de uma rede de transporte público eficiente nos Estados Unidos. "É um país que favorecem fortemente o uso do transporte individual, de forma que, a locomoção é bastante complicada se você, assim como eu, não possui o seu próprio veículo", revela.

Ainda assim, mesmo afirmando sentir um aperto no peito ao ter que abrir mão de momentos com amigos e familiares, o cearense afirma que se retornar ao Brasil ao fim do doutorado estará “abdicando de muito mais coisas, entre elas qualidade de vida, salário digno, boas condições de trabalho, moeda valorizada e perspectivas de futuro”.

A chamada “fuga de cérebros", processo pelo qual profissionais e pesquisadores com alta qualificação optam por migrar para fora de seus locais de formação, é algo que deve se fortalecer ainda mais, conforme opina Victor. Ele pontua que em conversas com outros pesquisadores observa o desejo de completar a formação em outro país e a vontade de ter a chance de trabalhar fora do Brasil.

 

 

E o que o mercado externo busca nos profissionais brasileiros

 

Enquanto o Brasil é conhecido mundialmente por ser extrovertido, alegre e outras características que o definem como um país festivo, os profissionais brasileiros ganham o mundo com a fama de competentes, habilidosos e proativos. É em busca de tais características que a startup portuguesa Martins Castro seleciona trabalhadores brasileiros para atuação em todos os países da Europa. 

"O profissional brasileiro é visto com muito potencial. Um pouco pelo jeito do brasileiro, por ser adaptável e conseguir se dar bem em qualquer tipo de ambiente, e também pela qualificação. O Brasil forma vários profissionais de extrema competência", afirma Thiago Huver, vice-presidente da empresa especializada na inserção de profissionais estrangeiros no mercado Europeu. 

Além de Portugal, a empresa possui atuação em países como Estados Unidos, Reino Unido, México, Estônia, Argentina, Colômbia, Venezuela e Israel. Ele pontua que a busca em si são por profissionais qualificados, e não por um país ou cultura em específico, mas pontua que o perfil do profissional brasileiro é mais dinâmico e consegue se adaptar melhor a multiplicidade de culturas, o que afirma ser fundamental ao migrar para trabalhar fora. 

"E não só nós buscamos, como recebemos muitos pedidos de contato, muitos currículos de profissionais brasileiros que querem vir trabalhar na Europa. Nós sempre tivemos essa demanda espontânea, mas aumentou muito recentemente e deu um salto enorme na pandemia", detalha Thiago. Entre os fatores para tal movimento, ele elenca a desvalorização do real e também questões de desigualdade social, instabilidade econômica e contexto político conturbado. 

A empresa de Thiago é especializada em prestar serviços para outras empresas que queiram profissionais que não estejam disponíveis no mercado local. Assim, a startup faz uma sondagem no mundo em busca de alguém com as qualificações requeridas e faz a proposta de contratação. Além disso a empresa oferta um amparo jurídico, social, trabalhista e cultural necessário para uma eventual migração total desses profissionais para o continente europeu.

"Encontramos muita gente que já quer o emprego porque quer mudar de país, mas agora também temos pessoas que querem continuar em seu país de origem passando apenas alguns períodos fora, isso quando necessário. O home office impulsionado pela pandemia mudou um pouco isso. É muito vantajoso receber em dólar ou em euro e permanecer no próprio país, isso abre um leque muito grande de novas oportunidades", destaca. 

 

 

Impactos para economia do Ceará da "fuga de cérebros"

 

As apostas em inovação e empreendedorismo criativo, bem como grande articulação política para investimento estrangeiro no Ceará, podem sofrer com um gargalo de desenvolvimento gerado pela fuga de cérebros do Estado e também do País. 

"Nós vamos pagar caro por isso, pagar caro por perder essa mão de obra que o Brasil e o Estado investiu e qualificou e lá fora esse profissional começa a produzir uma tecnologia que no futuro o Brasil vai se ver obrigado a importar. Um trabalho que poderia ter sido construído aqui dentro do nosso País", analisa Wandemberg Almeida, integrante do Conselho Regional de Economia Ceará (Corecon).

O representante do Corecon, porém, pontua que grandes investimentos como o Hub de Hidrogênio Verde no Ceará pouco serão efetivos sem pessoas para operacionalizar as linhas de produção. Ele destaca que a forte presença de profissionais e pesquisadores qualificados deveria ser mais um atrativo de investimentos no Ceará, mas que devido às dificuldades de incentivos à pesquisa científica e aos cortes nacionais nas verbas de educação, os estados brasileiros serão obrigados a importar profissionais em breve. 

LEIA TAMBÉM | Ceará deve trabalhar para atrair cérebros, dizem especialistas em inovação

Assim, ao invés de impulsionar o desenvolvimento do Estado com a qualificação de grandes pesquisadores em inovação e sustentabilidade, devido ao cenário delicado para produção científica no Brasil, os projetos de atratividade de investimento no Estado agem também como uma oportunidade de multinacionais recrutarem talentos cearenses para atuação em outras partes do mundo. 

"O Ceará vive um cenário muito interessante atualmente, ele se apresenta como um polo de intercâmbio comercial e desenvolve um movimento bem peculiar de um contato direto de multinacionais com profissionais locais, o que facilita essa troca e aumenta o anseio por uma imigração guiada por uma proposta de trabalho", detalha Leonardo Leão, advogado e fundador da consultoria em imigração e negócios internacionais da Leão Group. 

Wandemberg afirma ainda que a falta de incentivos afasta os pesquisadores do Ceará e do Brasil, e atua ainda como um incentivo indireto para fuga de talentos. "Os outros países estão muito interessados nessa massa intelectual, porque são pessoas inovadoras, criativas, que querem contribuir para qualidade de vida do mundo, que poderiam estar ajudando a lidarmos com a seca, mas que vão embora e impulsionam com suas atuações o crescimento de outros países", complementa.

Entre os segmentos mais buscados para esse intercâmbio profissional impulsionado pelo comércio exterior e dinâmica logística atuantes no Ceará, Leonardo destaca o segmento hoteleiro, do turismo, da gestão de grandes projetos, área imobiliária e também técnicas inovadoras para o agronegócio de irrigação e também a exploração da pesca. 

"Não só pesquisadores, mas também é muito interessante para outros países atraírem empreendedores e empresários de sucesso que ainda estão em expansão no seu mercado de origem", detalha o consultor. Ele afirma ainda que a busca por consultorias relacionadas à imigração profissional no escritório que representa registrou aumento de 40% no ano de 2020 se comparado ao período antes da pandemia. 

O POVO buscou contato por cinco dias com a Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Ceará para comentar sobre o cenário de fuga de talentos do Estado e os impactos desse contexto no futuro da pesquisa científica e no desenvolvimento do Estado. A pasta, porém, considerou que o tema não estava dentro das competências da secretaria e parou de responder os questionamentos feitos sobre o posicionamento da secretaria.  

 

 

Busca ativa de empresas no mercado brasileiro

 

Para o futuro, as perspectivas é de que a quantidade de empresas estrangeiras que realizam busca ativa por profissionais no Brasil aumente. As projeções são da fundadora da Hunting TI, Roberta Santos, especialista em Recursos Humanos. A profissional atua com consultoria de atração e seleção de profissionais e seleção de tecnologia digital para empresas estrangeiras que buscam profissionais em outros países. 

"Cada vez mais os profissionais do Brasil querem receber propostas de empresas de fora, isso se torna uma questão cultural, especialmente na área de tecnologia, a mais buscada para contratações desse tipo. Mesmo empregados no Brasil, eles aceitam receber propostas para irem para outro país", comenta. Roberta afirma que aos poucos começa a sentir até mesmo uma dificuldade em recrutar talentos brasileiros altamente qualificados para vagas no Brasil.

Ela pontua que a possibilidade de trabalho remoto para outro país cresceu durante a pandemia, mas que "ainda está muito longe" de se equiparar ao interesse em vagas que promovam a expatriação do profissional, especialmente quando isso é algo alinhado com a família do profissional. Isso porque muitas empresas se propõem em auxiliar na expatriação de familiares de primeiro grau e dependentes do funcionário. 

O consultor em imigração e negócios imigratórios Leonardo Leão pontua ainda que essa busca ativa de profissionais irá se fortalecer no ano de 2022. Ele associa isso à acelerada retomada econômica de países do exterior devido a rápida vacinação. "As empresas buscam fora do país por profissionais para abastecer áreas com escassez de profissional e que as nações querem investir, então quando se candidata para uma vaga dessas, o brasileiro não está concorrendo com candidatos daquele país, não tem esse risco de competividade", detalha o advogado. 

Leonardo destaca ainda que a imigração profissional é uma tendência do mercado brasileiro e que afeta todos os estados do País. "Muitos profissionais se formam já com esse sonho e com uma maior disseminação de que isso é possível, especialmente para áreas com escassez de trabalhadores, como áreas de tecnologia, essa procura aumenta e vai se acelerar novamente no pós-pandemia."

A empresa de Roberta é contratada por entidades do exterior para selecionar esses profissionais aptos para expatriação e, em complemento à análise de Leonardo, a disputa por vezes ocorre entre brasileiros para uma vaga no exterior. "Mesmo assim, os profissionais do Nordeste têm um diferencial cultural, eles não se prendem muito a localidade, são muito abertos a mudanças. Tem um profissional com foco em inovação, a maioria fala inglês e está sempre em busca de inovação, o que são traços fundamentais para as empresas estrangeiras", finaliza a fundadora da Hunting TI.

 

 

Dicas de planejamento para disputar vaga no exterior

 

 

Renato Borges, de 28 anos, mora em Fortaleza e, em breve, vai fazer intercâmbio na Irlanda(Foto: Arquivo Pessoal)
Foto: Arquivo Pessoal Renato Borges, de 28 anos, mora em Fortaleza e, em breve, vai fazer intercâmbio na Irlanda


 

O ato de (r)escrever a própria história

 

Renato Borges, 28, jornalista e residente na cidade de Fortaleza, será em breve um intercambista. Muito curioso, ele escolheu a Irlanda para realizar o sonho de morar fora do País, viver novas experiências e estudar a língua inglesa durante seis meses. Contando com dois meses de férias do curso, ele ficará em território irlandês por oito meses.

Sua decisão em ir ao país europeu se deu pela situação econômica do Brasil e pela falta de oportunidades. Com o tipo de visto para estudante que possui, pode renovar por mais dois períodos de oito meses sua estadia no país, totalizando assim dois anos.

“Se ao fim desses dois anos eu gostar muito, eu posso optar por fazer uma pós-graduação”. Na Irlanda, Renato ficará hospedado na casa de uma família, a partir de programa conhecidas como “Host Family”.

O jornalista trabalhava como assessor de imprensa de um time de futebol cearense, quando decidiu mudar seus planos em virtude do desejo de morar em outro país. “Quando a gente está trabalhando e alcança uma certa rotina, às vezes pensamos que a vida pode ser só aquilo, e quando eu cheguei nessa situação, pensei que a vida não obrigatoriamente deveria ser resumida ao que eu estava vivendo naquele momento.”

Renato estava com tudo programado para fazer seu intercâmbio, organizado por uma agência especializada, havia inclusive pedido demissão de seu trabalho, do qual gostava muito. Com viagem marcada para março de 2020, teve seu sonho interrompido pela pandemia. Porém, com a melhora da crise sanitária e o avanço da vacinação, suas perspectivas foram elucidadas e retomou seus planos. No fim deste ano irá realizar o objetivo de morar em outro país.

“Todo intercambista passa por muitas dificuldades, principalmente no começo, para se estabilizar, e tem toda a situação do visto, da língua, a procura por um emprego, a questão da acomodação também, que é o que mais pesa no bolso atualmente, principalmente na Irlanda. Mas o intercambista tem que ir ciente de tudo isso, tem que ir na cara e na coragem, porque é uma experiência muito enriquecedora”, relata.

Ele afirma, ainda, que escolheu a Irlanda pelas questões culturais e também por que, segundo o mesmo, há uma maior facilidade de obter o visto no país, podendo trabalhar e estudar ao mesmo tempo. Outro motivo que o fez escolher o país europeu foi o fato de não gostar muito de calor, durante o inverno, a Irlanda pode ter temperaturas médias variando entre 4°C e 7°C.

O jornalista completa que sempre morou com os pais no Brasil, e agora vai ter a oportunidade de morar “sozinho” e aprender um pouco com essa nova experiência, mas relata que esse é um de seus medos no processo de adaptação em viver em outro país, ao precisar lidar com novas e diferentes responsabilidades longe dos pais. “Aqui (Brasil) eu tenho toda uma estrutura, lá (Irlanda) eu vou precisar criar a minha própria estrutura. Não ter a figura dos pais é algo realmente desafiador”, finaliza Renato.

Ciswal Santos, professor de tecnologia, mora em Juazeiro do Norte e ganhou uma bolsa para estudar nos EUA(Foto: Arquivo Pessoal)
Foto: Arquivo Pessoal Ciswal Santos, professor de tecnologia, mora em Juazeiro do Norte e ganhou uma bolsa para estudar nos EUA


 

O sonho de quem ensina a sonhar

 

Ciswal Santos, 34, professor de tecnologia, mora no interior do Ceará, em Juazeiro do Norte, e ganhou uma bolsa para estudar nos Estados Unidos. Ele estuda remotamente, mas precisa ir a cada 3 ou 4 meses para o país.

“Quando eu tinha intenção de estudar fora do país, eu queria muito conhecer o MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) e estudar lá. Estavam acontecendo alguns projetos na instituição, não tinham muitas inscrições e as bolsas estavam muito difíceis. E foi então que eu consegui uma bolsa na Harvard University (Universidade de Harvard) para estudar Ciências da Computação.".

Segundo Ciswal, a Universidade de Harvard tem grupos de cursos e formações que se classificam de acordo com a área. “O curso pode ser concluído em até 3 anos, por ser uma extensão, mas com a pandemia paramos por praticamente um ano”, explica Ciswal.

Existem vários caminhos para se conquistar uma bolsa de estudo, sendo com financiamentos parciais ou integrais, assim como pontua Ciswal. “Esse investimento vai depender do que você quer desenvolver, com o interesse que a Universidade vai ter em você. O primeiro passo é pesquisar bem por instituições, ver os critérios de admissão e caprichar no histórico escolar. Eles não vão te dar uma bolsa porque simplesmente gostaram do teu rosto, do teu nome ou algo do tipo.”

 

A maior dificuldade de Ciswal nessa jornada foi o financeiro, mas com o apoio do apresentador Rodrigo Faro, no programa "Hora do Faro", da Record TV, que conseguiu uma empresa para ajudá-lo com suas passagens aéreas, o professor de Juazeiro do Norte ganhou a chance de realizar seu sonho.

“Tudo aconteceu quando fui convidado para dar uma palestra em São Paulo e ao chegar lá, o meu microfone começou a falhar, e a iluminação também, os espectadores começaram a se irritar com a situação. Em dado momento percebi que estava na gravação do programa."

Ciswal foi indicado por um pauteiro do programa "A Hora do Faro", que o tinha visto em uma matéria do Fantástico, da Rede Globo, na qual contava um pouco de sua história de vida. Ele afirma, inclusive, que quando terminar o seu curso, deseja fazer um mestrado e dar continuidade aos seus projetos sociais, mas não descarta a possibilidade de trabalhar em uma universidade ou empresa americana. 

No Ceará, o pesquisador que já foi catador de latinhas, é destaque por ações sociais e projetos de impacto como a criação de um computador de bolso de baixo custo para jovens estudantes de famílias pobres ou em situação de extrema pobreza.

 

Quanto custa fazer um intercâmbio saindo do Ceará?

 

O POVO realizou levantamento com três agências de turismo em Fortaleza para ter uma média de preço de quanto custa realizar o sonho de fazer um intercâmbio. A modalidade escolhida foi a de formação acadêmica e trabalho, que permite ao estudante desenvolver legalmente atividades laborais no país visitante por um período de seis meses.

Os três principais destinos buscados por quem vive no Brasil quando sonham em passar um período estudando fora são Canadá, Inglaterra e EUA. Confira o resultado do levantamento:

*Cabe ressaltar que as alterações de trabalho para intercâmbios acadêmicos variam de país a país, podendo os governos locais exigir requisitos adicionais, podendo ou não trabalhar e estudar, devendo o interessado estar atento às regras específicas de cada localidade.


 

Você sabe onde ficam as dez maiores comunidades brasileiras fora do Brasil?


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