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Apreensão de cocaína é a maior da história dos portos no Ceará
Reportagem Especial

Apreensão de cocaína é a maior da história dos portos no Ceará

A droga estava em dez sacolas e seria embarcada para a Europa. Agentes da Receita Federal descobriram a cocaína após informações recebidas de escritório internacional de fiscalização

Apreensão de cocaína é a maior da história dos portos no Ceará

A droga estava em dez sacolas e seria embarcada para a Europa. Agentes da Receita Federal descobriram a cocaína após informações recebidas de escritório internacional de fiscalização
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Atualizada às 23h50min

Agentes da Receita Federal fizeram na manhã desta sexta-feira a maior apreensão de cocaína já feita em portos do Ceará. Uma carga de 330 quilos da droga foi descoberta por agentes da Receita Federal, numa inspeção feita em contêineres no pátio do porto do Pecém, na Região Metropolitana de Fortaleza.

A droga foi encontrada após informações trocadas entre os agentes da Receita e organismos internacionais de inteligência que monitoram cargas ilícitas em portos pelo mundo. O valor estimado da cocaína encontrada seria de pelo menos R$ 49 milhões, segundo os agentes no local.

Momento em que a droga foi descoberta pelos fiscais da Receita no Porto do Pecém

Droga entre produtos de origem animal

A droga estava acondicionada em dez sacolas pretas, semelhantes a bolsas de viagem, que foram inseridas dentro de um carregamento de produtos agrícolas de origem animal e que seria embarcada para a Europa. O porto de desembarque não foi confirmado.

O exportador foi avisado da situação - mas, a princípio, não estaria sendo responsabilizado pela presença da droga. O nome da empresa também não foi divulgado.

Agentes da Receita Federal ainda estão no pátio do Porto examinando outros contêineres e verificando a possibilidade de mais cocaína. Um segundo contêiner, com uma carga de sucata de ferro e alumínio, foi escaneado e esvaziado durante a tarde. Os agentes e fiscais não encontraram droga no carregamento ou em superfície falso do equipamento. A verificação de outros contêineres deverá ser feita ao longo do sábado.

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Os agentes ainda não teriam informações de quando a cocaína descoberta hoje entrou no pátio do porto. A apuração do setor de inteligência da Receita estaria com informações de que a cocaína partiria de fato do Ceará - não teria sido desembarcada para novo embarque a partir do Pecém.

O POVO Online apurou que foram feitos pelo menos dois escaneamentos da carga até que fossem encontradas as sacolas com a droga. Na primeira vistoria, nada foi verificado. Só após as informações repassadas do Exterior, a droga foi visualizada, em densidade diferente à carga presente. Foram feitas duas baterias de narcotestes que confirmaram a substância.

Em fevereiro deste ano, O POVO divulgou uma outra carga de cocaína descoberta no porto do Mucuripe, que havia sido encontrada em outubro do ano passado. Na ocasião, foram 20 quilos da droga, escondidas dentro do motor de um contêiner refrigerado, que seriam embarcados num contêiner para o Caribe.

Porto tem 140 câmeras de monitoramento

Em nota enviada na noite desta sexta-feira, o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP) confirmou que a ação da Receita Federal em conjunto com a Polícia Federal ainda estava em curso, para esclarecer a procedência da droga descoberta no pátio do local. O comunicado diz que 100% dos contêineres hoje são inspecionados através do scanner, tanto de mercadorias importadas como exportadas - incluindo contêineres vazios.

O CIPP afirma, na mesma nota, que são feitas até 60 inspeções por escaneamento por hora. "Além disso, o Porto do Pecém possui câmeras de monitoramento em toda a área alfandegada. As imagens são armazenadas e monitoradas pela Receita Federal, que define os encaminhamentos das carga após análise". Em janeiro deste ano, reportagem do O POVO mostrou que são mais de 140 câmeras acionadas para monitorar todos os ambientes internos e externos do porto do Pecém. Dois operadores controlam uma central 24 horas/dia.

Estava errado: a apreensão foi no Porto do Pecém, não no Mucuripe

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