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Mais de 50 anos e conectados, a realidade dos maduros digitais
Reportagem Especial

Mais de 50 anos e conectados, a realidade dos maduros digitais

Pesquisa revela os hábitos online dos chamados "maduros digitais", brasileiros com idade superior a 50 anos. Eles usam frequentemente as redes sociais, estão abertos a experimentar novas tecnologias e são um nicho de mercado geralmente esquecido pelas marcas

Mais de 50 anos e conectados, a realidade dos maduros digitais

Pesquisa revela os hábitos online dos chamados "maduros digitais", brasileiros com idade superior a 50 anos. Eles usam frequentemente as redes sociais, estão abertos a experimentar novas tecnologias e são um nicho de mercado geralmente esquecido pelas marcas
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Eles são super conectados, definem-se como pessoas digitais, acessam o YouTube em busca de conhecimento e lazer, procuram diversão no Facebook; e se relacionam através do Instagram e pelo WhatsApp. Para eles, a internet é a verdadeira “janela para o mundo”. Engana-se quem imaginou que esta descrição se refere aos Millenials, também conhecidos como a Geração Y. Nada disso! Na verdade, ela trata dos brasileiros seniores, aqueles que têm mais de 50 anos de idade.

Esta é uma das principais conclusões da pesquisa Maduros e digitais: redes sociais, influenciadores e vida digital após os 50 anos, realizada pela empresa de tecnologia especializada em pesquisa digital MindMiners em parceria com a consultoria de marketing Hype60+.

+ Entrevista com Cléa Klouri, sócia do Hype60+

+ Tecnologia e mudança de hábitos após os 70 anos

O estudo teve a intenção de entender esta nova “sociedade prateada”, como é chamada, investigar as diferentes formas de consumo e a interação dos 50+ nos canais digitais, além de aprofundar a relação do consumidor sênior com influenciadores digitais. A pesquisa contou com 533 entrevistas conduzidas com brasileiros na faixa de 50 a mais de 80 anos, das regiões Sudeste, Nordeste, Sul, Centro-Oeste e Norte; de todas as classes sociais.

Para começo de conversa, o levantamento apontou que envelhecer hoje é um processo completamente diferente do que foi décadas atrás. E não se está falando aqui de questões relativas à saúde, e sim comportamentais. Essa mudança está inteiramente associada à presença da internet na vida dos novos seniores.

“No ambiente digital, os maduros conversam, matam saudades, ficam próximos da família, reencontram afetos do passado, mantêm grupos de novos e antigos amigos; experimentam novos amores, planejam viagens físicas e intelectuais. A rede os mantém conectados com uma vida pulsante, ativa e digital”, aponta o relatório final da pesquisa.

São conclusões que podem até parecer óbvias, mas que na maioria das vezes passam despercebidas. Tanto é que a partir do estudo, constatou-se que existe um grande mercado de consumidores que permanece invisível, longe do alcance das estratégias de marketing da maioria das marcas.

Não à toa, após a pesquisa, a consultora Hype60+ criou o núcleo de influenciadores Silver Makers - um hub de inteligência que propõe soluções que combinam o contexto das marcas com estratégia de influência para consumidores maduros. Uma questão de visão de mercado (leia entrevista com Cléa Klouri, sócia do Hype60+ e uma das coordenadoras do estudo).

Mas voltemos aos dados do levantamento. Entre os entrevistados com 60+, 74% se sentem abertos para testar novas tecnologias. Quando perguntados se se consideram pessoas digitais, 72% dos entrevistados afirmam positivamente; entre os seniores com mais de 60 anos, esse percentual sobe para 74%.

Entre as redes mais conhecidas, destaque para o WhatsApp: 98% conhecem e 95% já utilizaram. O Facebook ocupa a segunda posição, 96% conhecem e 91% usam efetivamente; seguido por YouTube, com 94% e 51%, respectivamente. O índice dos demais para conhecimento e uso são: Messenger (91% e 76%); Instagram (89% e 73%); Twitter (69% e 34%) e LinkedIn (63% e 41%).

A pesquisa mostra também que as redes sociais preferidas dos maduros são WhatsApp (88%), Facebook (65%) e Instagram (48%). Entre os principais motivos para a preferência, estão o acesso a novidades, a possibilidade de se relacionarem com os amigos, conversar com a família, a facilidade de uso, a concentração de amigos e parentes no ambiente virtual, receber fotos e vídeos, e mostrar o próprio trabalho.

Por falar em trabalho, outro dado interessante do estudo é que 72% dos entrevistados estão trabalhando, dentro de empresas ou fora delas. Destes, 24% trabalham como funcionários de empresas; 22% atuam como autônomos; 15% são aposentados e continuam trabalhando; e 11% são empreendedores. Outros 22% estão aposentados e não trabalham; e 6% se declaram desempregados.

Outra informação apontada pelo levantamento é que 70% dos maduros acima dos 50 anos consomem conteúdo na Netflix; 58% têm conta no Spotify; e 27% declaram usar ou ter usado sites e aplicativos de relacionamento.

REDES SOCIAIS

WhatsApp

98% conhecem 95% já utilizaram.

Facebook

96% conhecem e 91% usam efetivamente.

YouTube 

94% conhecem e 51% usam efetivamente.

Messeger

91% conhecem e 76% usam efetivamente.

Instagram

89% conhecem e 73% usam efetivamente.

Twitter

69% conhecem e 34% usam efetivamente.

LinkedIn

63% conhecem e 41% usam efetivamente.

SnapChat

41% conhecem e 10% usam efetivamente.

 
 

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