Além de porto seco, Quixeramobim planeja ZPE e complexo industrial do Sertão Central
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Jornalista formada em Comunicação Social pela Universidade Federal do Ceará (UFC). É editora digital de Economia do O POVO, onde começou em 2014. Atualmente, cursa MBA em Gestão de Negócios e tem Certificação Internacional em Marketing Digital pela ESPM e DMI da Irlanda
Além de porto seco, Quixeramobim planeja ZPE e complexo industrial do Sertão Central
Juntando com o porto seco, estimativa de investimento amplia dos atuais R$ 1 bilhão para R$ 2,5 bilhões. Área sairia de 307 hectares para mais 1.000 hectares
Foto: Projeto EBMDAS Studio
Terminal Multimodal e Multipropósito, futuro Porto Seco José Dias de Macêdo
Assim, o plano de espaço aumentou de 307 hectares, reservados para o porto, para 1.307 hectares, aproximadamente 1.210 campos de futebol ao todo. O terreno é maior, mas o local de construção é este. Ficaram 59 hectares preservados da área verde que estava lá.
Isso significa que 1.000 ha serão destinados ao complexo que une ZPE e CLI. Ficaria uma estrutura parecida com o que tem no Pecém, sendo o porto marítimo, a área industrial e a ZPE do Ceará. Mas lá o tamanho é cerca de 19 vezes maior, com mais de 19 mil hectares.
O investimento também será maior. No porto seco, do aporte da própria Value Global já se fala em R$ 1 bilhão. Já nas outras duas áreas, cuja participação da empresa é como sócia, são estimados até R$ 1,5 bilhão.
Ou seja, chegando ao máximo de R$ 2,5 bilhões no todo, que se chamará Complexo Logístico Industrial do Sertão Central.
"Essa parceria faz de Quixeramobim um grande hub logístico do Brasil, destaco também que o projeto urbanístico e arquitetônico é assinado pelo EMDAS Studio", detalhou Afrânio Feitosa, secretário do Desenvolvimento Econômico do município.
Ricardo Azevedo, CEO da Value Global Group, explicou que para a ZPE e o CLI os parceiros são nacionais e internacionais. Há negociações com empresas dos Estados Unidos e também do Reino Unido.
De vislumbre para o que vem, o setor de siderurgia deve se fixar, "grandes empresas nacionais", na área petroquímica, alimentícia, desde frigoríficos, a fábricas de ração, aproveitando o que vem da região de Matopiba (acrônimo para a junção dos estados Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), de grãos.
Ele cita ainda investidores de tecnologia, data center, de painéis solares, e de aviação. O que vai demandar também geração maior de energia do que seria para apenas o complexo logístico do porto seco.
"A gente entende que o grosso ali é de indústrias de transformação na área de minério e a do agro", destacou Azevedo.
São planejados 1.307 hectares entre porto seco, ZPE e CLI
Crédito: Projeto EBMDAS Studio
O frigorífico de caprinos e ovinos halal, voltado para o mercado árabe, de investidores ligados à Vicunha, continua em análise de viabilidade econômica.
"Por ter energia, por ter benefícios da Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste) e benefícios do Governo do Estado, a tendência é que atraia mais empresas", complementou Azevedo,
Como cresceu, a fase atual é de readequação dos projetos, juntando com o que se prevê de integração com a Transnordestina, porque haverá trilhos secundários avançando na área do porto seco para interligar com a via-férrea principal.
A partir das mudanças, a licença de instalação se mantém para o porto seco. Agora é fazer o masterplan conjunto do projeto inteiro e montar infraestrutura jurídica própria dos novos empreendimentos.
Aquilo que é obra comum do porto seco, que tem o terminal logístico, ZPE e CLI já vai sendo feito. "Contratando já as empresas de sistemas de controle de acesso e o que a Receita Federal exige, como a operação alfandegada do porto seco e da ZPE, e a ligação do polo logístico e industrial, para não precisar ter armazéns nos dois locais", disse o empresário.
Mas na área da fazenda Canhotinho, que foi desmembrada, cada espaço terá suas licenças. A previsão é a fase um do complexo logístico do porto pronta em agosto 2026, com os locais de carga e descarga.
Licenças e obras das partes industrial e ZPE em 2027, para estarem prontas no fim daquele ano ou começo de 2028, que é a fase 2 do porto seco, prevista para iniciar em dezembro de 2027.
Integração do projeto de Quixeramobim com a Transnordestina
Área interna planejada para o Complexo em Quixeramobim
Crédito: Projeto EBMDAS Studio
Em relação à integração com a Transnordestina, são previstas duas linhas desviadas no terreno do projeto, já a partir do próximo ano, com estimativa de uma terceira para a área de combustível para 2028.
A ideia é ligar ao Complexo do Pecém, com a tancagem, área de armazenamento de combustíveis líquidos, em construção pela Dislub, projeto que tem conclusão das obras prevista para agosto de 2027.
Azevedo quer trazer biocombustível do Matopiba, trabalhar com biodiesel e etanol de milho e de cana-de-açúcar, e importar o óleo diesel da Dislub. "Vamos fazer a mistura para produzir, biodiesel, bioderivado, fertilizantes, para distribuir na região."
Projeto do porto seco com ZPE e área industrial foi apresentado
"O Governo do Estado vem ajudando, dando total apoio ao município, ajudando na agilização das licenças. Não adianta começar nada se não estiver totalmente regularizado", frisou Afrânio.
A última reunião com o governador Elmano de Freitas (PT) para apresentar todas as ideias foi realizada no dia 30 de setembro. Participaram, além do secretário de Quixeramobim, o prefeito, Cirilo Pimenta (PSDB), o empresário Amarílio Macêdo, detentor da área - ele é da família do Grupo J. Macêdo, Ricardo Azevedo, presidente da Value Global Group.
Também estiveram no encontro Alexandre Cialdini, secretário do Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag) do Estado, e Domingos Filho, secretário do Desenvolvimento Econômico do Ceará (SDE).
O POVO procurou a Transnordestina Logística S.A. (TLSA), responsável pela Transnordestina, mas o retorno somente será possível na terça-feira, 14 de outubro.
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