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Qual a lição dos desastres ambientais?
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Carol Kossling é jornalista e pedagoga. Tem especialização em Assessoria de Comunicação pela Unifor e MBA em Marketing pela Faculdade CDL. Pautou sua carreira no eixo SP/CE. Fez parte da equipe de reportagem do Anuário Ceará e da editoria de Economia do O POVO. Atualmente é Editora de Projetos do Grupo de Comunicação O POVO

Qual a lição dos desastres ambientais?

Infelizmente um desastre de grandes proporcões deixou mortos, vitimas e desctruição no Rio Grande do Sul. Qual os aprendizados diante de tamanha dor e comoção que uniu, parcialmente, o Brasil de Norte a Sul? Fica a reflexão
Tipo Notícia
 Decreto da Câmara reconheceu calamidade no Rio Grande do Sul, tragédia que matou, desabrigou, destruiu e está sendo explorada politicamente (Foto: © Gustavo Mansur/ Palácio Piratini)
Foto: © Gustavo Mansur/ Palácio Piratini Decreto da Câmara reconheceu calamidade no Rio Grande do Sul, tragédia que matou, desabrigou, destruiu e está sendo explorada politicamente

Com tudo que vem acontecendo no Rio Grande do Sul em relação ao desastre ambiental, mortes, feridos, destruição de cidades e lares, fica difícil não pensarmos sobre causas e consequências do nossos atos. Também não dá mais para dizer que é acidente ambiental já que estudos apontavam possíveis problemas climáticos na região.

Como o relatório “Brasil 2040: cenários e alternativas de adaptação à mudança do clima”, que contou com pesquisadores da Fundação Cearense de Pesquisa e Cultura da Universidade Federal do Ceará (UFC), na parte de recursos hídricos, que previa um aumento no nível de chuvas no extremo sul do país superior a 15%.

Medidas como plano de contingências para eventos de cheias eplanejamento de longo prazo, além de sistemas de alerta e adaptação da drenagem urbana estavam propostos no documento.

Vista aérea das enchentes no Rio Grande do Sul, Brasil, tirada em 10 de maio de 2024(Foto: GUSTAVO GHISLENI / AFP)
Foto: GUSTAVO GHISLENI / AFP Vista aérea das enchentes no Rio Grande do Sul, Brasil, tirada em 10 de maio de 2024

A isso soma-se uma série de cuidados necessários no dia a dia como, reavaliação dos desenvolvimentos urbanos nas cidades em virtude de ocupação desordenadas, desmatamentos irresponsáveis, fragilidade das obras que precisam de manutenção, corrupção que diminui qualidade do que se foi construído...

...O que fica claro é que não foi um episódio isolado e sim uma emergência climática que gerou uma crise que não pode ser ignorada. É preciso darmos as mãos - orgãos público, iniciativa pricvata e sociedade - para que isso seja mitigado o quanto antes. Fica a reflexão e convite para a ação!

Mulheres na ciência

De 13 a 15 de maio acontece em Fortaleza o evento Pint of Science Brasiliniciativa que aproxima a ciência da sociedade de forma descontraída e acessível. Como cenário bares e restaurantes da cidade que irão receber pesquisadores, especialistas e curiosos para discutir temas relevantes em diversas áreas do conhecimento.

Adriana Rolim, membra titular da Academia Cearense de Ciências, professora titular da Universidade de Fortaleza e coordenadora de Pesquisa da Vice-Reitoria de Pesquisa, que participa da organização do evento, concedeu entrevista à coluna sobre como é o cenário para mulheres na área de pesquisa e ciência no Brasil e no Ceará. O conteúdo está disponível no OP+.

Adriana Rolim é graduada em Farmácia e doutora em Farmacologia(Foto: Arquivo pessoal Adriana Rolim)
Foto: Arquivo pessoal Adriana Rolim Adriana Rolim é graduada em Farmácia e doutora em Farmacologia

Transparência

A Pague Menos publicou seu terceiro relatório de sustentabilidade referentes as ações realizadas pela companhia em 2023. Seguindo as normas do Global Reporting Initiative (GRI), o documento mostra a evolução das práticas ESG e as metas para cada um dos segmentos. A empresa se compromete a realizar inventário de emissões de carbonos e traçar metas definidas para sua redução. 

E criar o inventário de resíduos e metas de redução e reciclagem, além da instalação de pontos de coleta de medicamentos vencidos em 30% das lojas. A empresa já realizou o descarte adequado de cinco toneladas de medicamentos e pilhas.

Outra ação importante foi mapear 100% dos fornecedorese auditar segundo critérios de qualidade e ESG, incluindo a conformidade legal dos contratos e das condições de trabalho; adequação das instalações fabris às normas regulatórias; validação documental, incluindo alvarás, licenças e permissões; e a inspeção de equipamentos e ambientes de trabalho.

Em relação ao consumo de energia, em dois anos, 100% das unidades são abastecidas com energia renovável, por painéis fotovoltaicos, que geraram cerca de 80 milhões de KWh. Está em andamento a primeira Loja Verde. Em Diversidade e Inclusão, celebram o aumento de mulheres em seu quadro, que atualmente respondem por 60% do quadro funcional e 64% dos cargos de liderança.

No conselho, 33,33% de mulheres estão no Conselho de Administração, uma delas é a presidente. E criaram Grupos de Afinidades, que mantêm encontros bimestrais para discutir temas relacionados às frentes prioritárias de atuação: equidade de gênero; equidade racial; igualdade de oportunidades LGBTQIAP+; inclusão de pessoas com deficiência; e integração de diferentes gerações. Mais detalhes esg.paguemenos.com.br

Dia Mundial da Reciclagem

O RioMar Fortaleza vai realizar, entre os dias 16 e 18 de maio, uma série de atividades de conscientização. Uma delas é um painel lúdico e interativo com dados e explicações sobre o que são resíduos e rejeitos. A ideia do espaço é conscientizar e mostrar a possibilidade de criar diversos produtos a partir de resíduos recicláveis, incentivando os clientes a repensarem a forma que enxergam os resíduos gerados diariamente.

Além disso, as redes sociais do RioMar Fortaleza terão uma série especial de postagens exclusivas sobre o tema mostrando o destino dado aos resíduos gerados pelo shopping, do tratamento à destinação final.

Apenas em 2023, o RioMar Fortaleza e o RioMar Kennedy foram responsáveis por reciclar mais de 982 toneladas de resíduos entre papel, papelão, plástico, vidro, metal e alumínio, que resultaram, mensalmente, em renda para 21 famílias de recicladores que moram nas comunidades do entorno dos shoppings.

Água de reúso

A Vicunha Serviços e a Cagece anunciam a inauguração de uma Estação de Tratamento de Efluentes Industriais e de Produção de Água de Reuso para atender as indústrias nos municípios de Pacajús e Horizonte. O projeto possibilita uma redução significativa de até 90% na dependência de água retirada do meio ambiente por parte da indústria, contribuindo para a preservação de mananciais e rios. 

A capacidade inicial da Estação de Tratamento Industrial é de 50.000 litros/h, podendo chegar a 100.000 litros/h no futuro. Já a Estação de Produção de Água de Reúso tem capacidade para uma produção de 60.000 litros/h, podendo aumentar para até 130.000 litros/h.

Como funciona:

A Estação de Produção de Água de Reúso utiliza uma tecnologia de dupla filtração para purificar parte do esgoto doméstico gerado pelo município de Horizonte a fim de produzir água de reúso de alta qualidade, possível de ser utilizada pelas indústrias da região em diferentes processos produtivos, a preços atrativos.

O esgoto doméstico tratado é transferido por meio de emissário com 12 km de extensão a partir da Estação de Tratamento operada pela Cagece em Horizonte.

E a Estação de Tratamento de Efluentes Industriais tem a função de tratar as águas residuárias produzidas pelas indústrias por meio de tecnologia que combina processos biológicos e físico-químicos, capazes de gerar um padrão de qualidade do efluente tratado que atende com segurança à legislação ambiental, possibilitando a sua disposição final no Rio Pacoti, por meio de um emissário de 21 km de extensão.

Descarbonizar frota de ônibus 

Um grupo de pesquisadores do Ceará, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) e da Universidade Federal do Ceará (UFC), desenvolveu um estudo que dimensionou a infraestrutura necessária para a total descarbonização da frota de ônibus urbano de Fortaleza por meio da produção e hidrogênio verde e de energia eólica.

Além dos benefícios ambientais, a ação traria uma economia de mais de R$ 1,8 bilhão ao sistema. O estudo diz que a substituição dos veículos tradicionais, a diesel, por ônibus com Células de Combustível a Hidrogênio demandaria uma geração anual de 766,93 GWh de energia elétrica. Como tanto a geração eólica quanto a produção do H2V são fontes limpas de energia, estima-se que a mudança evitaria a emissão de 58 toneladas de CO2 equivalente (CO2eq) anualmente na atmosfera.

Além da economia, que se refere ao tempo de vida útil da maioria dos equipamentos, na comparação com a frota a diesel, outro fator positivo é a projeção, pelos pesquisadores, de um retorno do investimento em cerca de 13 anos. O estudo leva em conta um parque eólico com capacidade de geração anual de 840 GWh e infraestruturas como subsistemas de produção, armazenamento, compressão e abastecimento.

Os pesquisadores destacam que o setor de transportes é o segundo mais poluente da atmosfera. A mudança da matriz energética da frota municipal seria, portanto, uma contribuição importante para mitigar os efeitos da concentração de Gases de Efeito Estufa (GEEs) no ar, sobretudo de Dióxido de Carbono (CO2).

Esse e outros projetos farão parte do I Seminário Nacional de Hidrogênio Verde (Senahidro), que acontecerá nos dias 27 e 28 de maio, em Brasília.

O evento terá trabalhos técnicos selecionados, painéis e palestras de pesquisadores de vários lugares do país, além de uma feira de negócios, a ExpoH2V, que reunirá startups, agentes públicos e privados, universidades, entre outros, mostrando o que há de novo no mercado, as tendências na cadeia de negócios do Hidrogênio Verde.

+H2V e economia verde 

A Fortescue e a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) selaram parceria para incentivar a geração de empregos e a qualificação de trabalhadores de setores ligados à energia renovável e economia verde. Tanto o Sesi como o Senai serão a base desses cursos. A multinacional tem o Projeto Pecém para produção de hidrogênio verde (H2V) orçado em US$ 5 bilhões no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP).  

A parceria vai buscar desenvolver programas específicos para apoiar a inclusão de comunidades indígenas e tradicionais, mulheres e pessoas com deficiência em oportunidades de emprego e negócios ligados ao H2V. Além de promover programas de transição justa para comunidades locais, assegurando que a mudança para uma economia verde seja inclusiva e equitativa, além de influenciar a política governamental nessa área.

 

Foto do Carol Kossling

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