Henrique Araújo é jornalista e doutorando em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), com mestrado em Sociologia (UFC) e em Literatura Comparada (UFC). Cronista do O POVO, escreve às quartas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades, editor-adjunto de Política e repórter especial. Mantém uma coluna sobre bastidores da política publicada às segundas, quintas e sextas-feiras.
Entre os nomes recém-chegados, está o de Acilon Gonçalves, ex-PL, que esteve à frente da Prefeitura do Eusébio
Foto: Reprodução/Instagram - Fernanda Barros/O POVO
JÚNIOR Mano e Cid Gomes
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O senador Cid Gomes comanda nesta sexta-feira, 3, ato de filiação de um bloco de prefeitos e ex-gestores ao PSB de olho nas eleições do ano que vem. Entre os nomes recém-chegados, está o de Acilon Gonçalves, ex-PL, que esteve à frente da Prefeitura do Eusébio, não por acaso o local da agenda partidária.
No município, o ex-governador consolida de vez o pessebismo como a maior força do Estado, superando o PT do governador Elmano de Freitas e do ministro Camilo Santana. Embora dirigida no âmbito estadual por Eudoro, pai de Camilo, a legenda se movimenta segundo indicações de Cid, que ampliou poder de fogo da sigla desde as eleições de 2024, das quais o PSB saiu com mais de 60 prefeitos.
A nova leva de mandatários deve fazer a representação da agremiação ficar no patamar aproximado de 70 chefes de Executivo. O grupo que desembarca agora no domicílio "cidista" se situa sob o raio de influência direta de Acilon, liderança com capital decisivo na Região Metropolitana.
Na geografia do poder, então, Cid finca bandeira importante na RMF, depois de assegurar a capilarização do PSB firmando aliança com o deputado Júnior Mano (PSB), que participará do evento.
RC em Brasília
O ex-prefeito Roberto Cláudio mudou de planos: agora, sua entrada no União Brasil está prevista para ser oficializada em Brasília, durante encontro ainda no mês de outubro. Ante as dificuldades de costurar uma data na qual os dirigentes tanto do União quanto do PP pudessem estar em Fortaleza, o ex-pedetista resolveu alterar a tática, seguindo a máxima de que "se a montanha não vai a Maomé, vai Maomé até a montanha".
Ou seja, se estava difícil chegar a um arranjo no calendário que agradasse a gregos e troianos (leia-se, Antônio Rueda, Ciro Nogueira, Ciro Gomes e ACM Neto), a direção do União no Ceará entendeu que o deslocamento até a capital federal poderia resolver o impasse, deixando para trás o embaraço que vem sendo o adiamento recorrente da assinatura de RC na ficha de ingresso no bloco resultado da federação.
Ex-deputado federal, Capitão Wagner (União) saiu ontem em defesa da candidatura de Ciro Gomes (PDT) ao Governo do Estado em 2026. Em participação no "Debates do Povo" (Rádio O POVO CBN), quando questionado sobre quem teria mais viabilidade para postular o Abolição, se Ciro ou RC, o dirigente respondeu: "Acho que o Ciro é hoje muito mais candidato do que o Roberto Cláudio".
Para o presidente do UB, "RC é opção para ser candidato a senador ou a deputado federal". Wagner ponderou, no entanto, que o ex-prefeito está aberto a qualquer missão. "Acho que a gente tem que ter maturidade de ver qual é o melhor nome" para a sucessão de Elmano, concluiu, sugerindo estar também à disposição.
O deputado federal André Fernandes (PL) gravou um curta-metragem de terror na "cidade fantasma" de Uiraponga (distrito de Morada Nova, a 170 km de Fortaleza), cuja população, calculada em 2 mil pessoas, foi expulsa de suas casas por facções. O parlamentar bolsonarista não foi o primeiro a passar pelo cenário - tampouco será o último, sobretudo num ano de eleição.
Por ora, a base governista tem silenciado sobre o caso, preferindo não jogar água no moinho da oposição, no que pode se revelar uma estratégia equivocada. Afinal, as imagens de um vilarejo evacuado às pressas detêm força por si mesmas, quer sejam exploradas por Fernandes ou por outro adversário da gestão petista.
Vendo-as, é inevitável se perguntar por que até agora os órgãos de segurança do estado não asseguraram condições de retorno das famílias enxotadas por grupos criminosos.
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