Jornalista, Professora, Empreendedora social, Mestre em Educação (UFC). Nesta coluna Cidade Educadora, escreve sobre os potenciais educativos das cidades, dentro e fora das escolas
Jornalista, Professora, Empreendedora social, Mestre em Educação (UFC). Nesta coluna Cidade Educadora, escreve sobre os potenciais educativos das cidades, dentro e fora das escolas
“O problema começa bem antes, nos primeiros anos do Ensino Fundamental I, com crianças de 6 e 7 anos de idade”. A frase é da juíza Vanessa Cavalieri, que atua no estado do Rio de Janeiro há mais de 20 anos.
Desde 2015, ela é titular da Vara da Infância e da Juventude do Estado. Depois de tanto tempo investigando as causas de dezenas de atos infracionais cometidos por crianças e adolescentes dentro das escolas, ela resolveu compartilhar o que observou de comum nas causas de todos os atos.
“Sejam ele cometidos por jovens que moram na comunidade com o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), até por aqueles que moram na orla da praia, que só andam de carro blindado e de helicóptero”, conforme a própria juíza descreveu.
Na última semana, a passagem do Dia Mundial de Enfrentamento ao Bullying (20/10) reacendeu um dos debates sociais mais calorosos e preocupantes destes tempos atuais, principalmente nas comunidades escolares e famílias.
No comecinho de novembro, o Dia Internacional contra a Violência e o Bullying na Escola, incluindo o Cyberbullying (6/11) também tende a movimentar reflexões sobre o tema.
Ouvir a juíza Vanessa falando sobre o percurso de falhas e de omissões que levou a tantas tragédias nos ambientes escolares, no Brasil e no Mundo, é encarar, com certa culpa social, funestas linhas do tempo (pouco tempo!) das vidas de crianças e adolescentes que decidiram atentar contra si e contra outras pessoas, nos ambientes escolares.
A narrativa que segue, neste artigo, trata de temas sensíveis, como suicídio. O texto possui passagens bem fortes porque descreve o que, na opinião da juíza, é a causa de todo sofrimento e desespero que culminam em mortes dentro das escolas. Fique à vontade para parar a leitura.
Se topar vir comigo nesta imersão, respire fundo. Não é fácil, mas é necessário olhar pelo retrovisor para tentar construir caminhos melhores à frente.
O texto traz também orientações sobre o que fazer, quando já se reconhece o que não se deve fazer, não apenas pelas famílias e pelas escolas, mas também pelo Estado.
A pergunta que sempre é feita quando algum caso de violência nas escolas ocorre, e boa parte deles não são noticiados, é: por que isso aconteceu? A juíza do Rio Janeiro, Vanessa Cavalieri, ousa jogar luzes no que jamais deve ser ignorado.
Ela veio a Fortaleza ministrar uma palestra no evento Futura Trends, promovido pelo O POVO, em agosto deste ano. Na ocasião, concedeu entrevista exclusiva à coluna.
Uma única história de invisibilidade que atravessa dezenas de casos, a juíza, que também é mãe de duas adolescentes, conta que teve a oportunidade, ao longo dos últimos 10 anos, à frente da Vara da Infância e da Juventude do Rio de Janeiro, de interrogar e de ouvir as histórias de dezenas de crianças e adolescentes que se envolveram em ataques.
E o que ela começou a perceber era que as histórias que eles contavam se repetiam sempre. “Na verdade, havia uma história única. Todos eles contavam a mesma coisa, a mesma trajetória em que eles tinham sido vítimas de muita violência, de muito sofrimento, de muita humilhação, de muita dor. E eles tinham permanecido invisíveis aos olhos de todos, até o momento em que eles saíram da posição de vítimas e se tornaram agressores”, pontua Vanessa.
Para a juíza, o problema desagua, e a sociedade começa a enxergar, de fato, quando uma criança ou um adolescente entra armado, mata colegas e professores, e, em seguida, comete suicídio.
“O problema, na verdade, começa anos antes, nos primeiros anos do ensino fundamental, com crianças de 6 e 7 anos”, complementa a juíza.
Ela descreve comportamentos iniciais de exclusão nos ambientes escolares: “é a criança que passa o dia inteiro na escola sozinha; passa o recreio inteiro sentadinha no banco do pátio, sem amigos, sem brincar com ninguém; quando o professor de educação física manda escolherem o time, ela sempre sobra; quando a professora de história passa um trabalho em grupo, ninguém quer ela no grupo; quando as famílias marcam um encontrinho no play, depois da escola, ou uma ida à praia, ao shopping, ao cinema, no final de semana, essa criança nunca é convidada; ela passa seus dias na escola sem fazer amigos, e ninguém vê ela, porque ela não incomoda ninguém. A criança sofre calada. E essa criança cresce”, relata.
Tendo como parâmetro agora a passagem da criança para o ensino fundamental II, a magistrada discorre as exclusões alinhadas, agora, à fase de amadurecimento pela qual se atravessa nessa etapa escolar: a adolescência. Para ela, é quando surge, de forma mais explícita e ofensiva, a prática do bullying.
“Quem será o potencial alvo de bullying?”, pergunta, retoricamente, a juíza Vanessa. “Essa criança que não tem amigos, portanto, é a criança que não tem um grupo de apoio para protegê-la dessa intimidação sistemática e que está profundamente fragilizada pela falta daquilo que mais fortalece o ser humano que são os bons relacionamentos. E por estar tão fragilizada emocionalmente, ela tem o seu mecanismo de sobrevivência, de luta ou de fuga, desregulado, diante da violência que ela sofre. Ela não consegue nem reagir nem lutar, nem fugir nem se afastar. Ela, simplesmente, paralisa e se submete. E começa a sofrer esse bullying. E mais uma vez, ninguém vê”, descreve a juíza.
Segundo Vanessa Cavalieri, é comum os alunos que sofrem bullying mudarem de escolas várias vezes, enquanto as famílias deles ouvem das instituições frases como: “Ah, mas ele nunca falou nada, ele nunca pediu ajuda, a gente não sabia”.
Outro ambiente em que crianças e adolescentes, que cometem atos infracionais, tendem a ser invisibilizados é dentro de casa, conforme explica a juíza.
Segundo ela, o próprio dia a dia sem tempo dos pais para os filhos, que estão “muito ocupados, distraídos, ausentes, trabalhando muito, para ganhar muito dinheiro para comprar muitas coisas para a família”, tem causado nas crianças solidão, ansiedade, amadurecimento precoce e resistência a frustrações.
Situações agravadas por estratégias de autoproteção, em relação a ambientes externos, com pouca convivência ao ar livre, fora da escola, substituídas por muito tempo de “proteção”, dentro de casa, dentro do quarto, diante das telas, conforme destaca Cavalieri.
“Hoje, temos um modelo parental muito permissivo, que, talvez, seja aquele que mais causa danos às crianças, porque quando a educação é permissiva, que é o que a gente tem visto hoje, não tem adulto na família. Ninguém está fazendo o papel de adulto, que é liderar, guiar, dar contorno e tomar as decisões importantes. Quando a criança é largada à própria sorte, tendo que dar o seu próprio contorno e tomar sozinha as decisões difíceis, ocorre um fenômeno chamado de ‘parentificação da criança’: a criança se torna o próprio adulto da sua vida. E o que acontece quando ela amadurece antes do tempo? Ela perde a infância e muitos não estão conseguindo sobreviver até a vida adulta”, defende.
Diante do contexto da permissividade e da solidão que muitas crianças e adolescentes sentem, também em casa, a juíza desenha um comportamento deles, principalmente dos meninos, que assusta, mas que tem sido cada vez mais comum, mesmo entre aqueles que nunca chegam a cometer atos infracionais.
São comportamentos cuja prática tem aumentado entre adolescentes: a presença deles em grupos que disseminam ódio e vingança, na internet.
“Vivemos um momento em que as famílias estão extremamente disfuncionais e não conseguem cumprir o seu papel. Então, essa criança invisível na escola, que não tem amigos, que é invisível dentro de casa, vai para o lugar mais perigoso onde uma criança ou um adolescente pode estar sozinho, hoje em dia: ele vai para a internet, sem nenhuma supervisão de um adulto. E lá nesse lugar perigoso, virtual, ele vai encontrar o que ele buscava, desde pequenininho, no banco da escola", explica Cavalieri.
"Ele encontra amigos, ele encontra os seus pares, ele vai encontrar o tal do pertencimento, ele encontra outros adolescentes com as mesmas histórias de isolamento, de bullying, de humilhação, de solidão e de invisibilidade. Só que lá, nesse lugar, ele é visto, finalmente, pela primeira vez. Esses pares reconhecem a dor que ele sofre, nomeiam as violências que ele experimentou e tem uma solução para isso, que é a vingança contra quem causou tanto sofrimento", continua.
"E eles começam a traçar um plano de entrar na escola, matar quem merece morrer, na visão deles, que são as pessoas que humilham, que rejeitam, que fazem bullying. E, muitas vezes, eles se oferecem em sacrifício por essa causa, se suicidando, em seguida. Quando um deles consegue atingir esse objetivo e morre em um confronto, os outros celebram essa morte e ele se torna um herói para aquele grupo”, mapeia a magistrada.
Esse é o cenário mundial tão triste que tem se repetido, trazido, neste artigo, pelo relato da experiência profissional da juíza, mas também revelado em dados colhidos por órgãos e instituições de pesquisa.
De acordo com o Observatório Nacional dos Direitos Humanos (ObservaDH), do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC)*, apenas em 2023, o número de pessoas atendidas em serviços públicos e privados de saúde com lesões autoprovocadas (ou seja, automutilação, autopunição, ideação suicida, tentativas de suicídio e suicídios) e vítimas de agressões físicas e verbais, no ambiente escolar, foi de 13.117, em todo o Brasil.
Dentre estas, 2.204 se referem a violência autoprovocada (16,8%). Em 2013, dez anos antes, esse número era de 3.771 vítimas.
Entre 2013 e 2023, foram registradas o total de 60.985 vítimas de violência interpessoal nas escolas, período em que também foram notificadas 9.437 vítimas de violência autoprovocada.
Ao longo desses 10 anos, houve um aumento de 247,8% no número de casos registrados, atingindo o aumento alarmante de 954,5% para os casos de violência autoprovocada. Os números contemplam estudantes, professores e outros membros da comunidade escolar.
Ainda segundo o ObservaDH*, desde 2001, foram realizados 43 ataques de violência extrema contra escolas brasileiras, vitimando 168 pessoas, das quais 47 fatais e 115 feridas, além de seis autores que também vieram a óbito.
É importante destacar que um terço, aproximadamente, dessas ocorrências, ou seja, 15 episódios, culminou na morte de ao menos uma vítima.
Outro ponto crucial a ser mencionado é que todos os autores desses atos de violência extrema são do sexo masculino, frequentemente estimulados por discursos de ódio disseminados em plataformas e comunidades extremistas na internet.
O Atlas da Violência de 2024 também indica que houve um crescimento na proporção de estudantes que reportaram sofrer bullying.
Em 2009, o percentual de alunos de escolas brasileiras que relataram ter sido vítimas desse tipo de agressão foi de 30,9%, número que subiu para 40,5% em 2019.
Neste mesmo ano, a proporção de estudantes do ensino fundamental que deixaram de ir à escola por sensação de insegurança chegou a 11,4%, mais do que o dobro dos 5,4% registrados em 2009.
Pesquisa da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), divulgada em setembro deste ano, revelou que cerca de mil adolescentes, de 10 a 19 anos, perdem a vida por suicídio a cada ano no Brasil, além dos registros de autoagressão e internações.
Isso significa que a cada 10 minutos, pelo menos um caso de autoagressão envolvendo adolescentes é registrado no País.
A informação consta de um levantamento da SBP, elaborado a partir do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), base que reúne registros encaminhados pela rede de atenção à saúde e, em alguns municípios, também por escolas e centros de assistência social, conforme protocolos locais.
O estudo da SBP revela que apenas nos últimos dois anos, a média diária de atendimento chegou a 137 atendimentos nessa faixa etária (10 a 19 anos), incluindo casos de violência autoprovocada e tentativas de suicídio.
Em números absolutos, o Sudeste concentra quase metade das notificações nacionais (46.918 em 2023 e 2024), puxado por São Paulo, que sozinho responde por 24.937 registros.
O Nordeste aparece em segundo lugar (19.022), com destaque para Ceará (4.320) e Pernambuco (4.234), que juntos representam quase metade dos casos da região.
*Os dados do ObservaDH não incluem os casos que ocorreram em 2025.
Os riscos que eles estão correndo em lugares perigosos na internet partindo da consciência dos conceitos da neurociência, acerca do desenvolvimento cerebral incompleto dos adolescentes - o que lhes acarreta dificuldades na tomada de decisões, no controle de impulsos, na regulação emocional e na estruturação do pensamento lógico - Vanessa destaca a grande necessidade de orientação que crianças e adolescentes têm em relação aos seus responsáveis.
“Nossos filhos precisam que nós sejamos os adultos da relação, que a gente tome as decisões que eles não têm condições cognitivas de tomar, que a gente os ajude a passar com menos danos por essa fase da vida. E, hoje, os pais saberem quais são os lugares mais perigosos e quais riscos que crianças e adolescentes estão correndo nesses lugares pode ser fator determinante para a sobrevivência desses meninos e meninas”, enfatiza.
A magistrada elenca as diversas redes sociais como um reduto de alto risco. Ela enumera Facebook, YouTube, Instagram, WhatsApp, jogos online - especialmente Roblox, como espaços na internet cuja presença dos adolescentes precisa ser mediada e monitorada por um adulto. O ideal, segundo ela, é que eles não estejam nesses lugares.
“O problema maior é eles estarem sozinhos nesses lugares virtuais. São as redes sociais, são os jogos online. Estes são lugares cheios de criminosos e viciantes; alguns estudos indicam efeitos semelhantes aos da cocaína, em algumas pessoas. Por exemplo, os vídeos curtos, os likes, as interações, a recompensa aleatória vão agindo no cérebro semelhante às consequências do uso da cocaína e outras drogas".
Segundo ela, pesquisas comprovam relação do uso de redes sociais, como o Instagram, com a piora da saúde mental, com o aumento do índice de automutilação e suicídio, principalmente, entre meninas de 10 a 14 anos.
"Hoje, o Instagram, por exemplo, é um supermercado. Tudo está à venda: você, seu filho, os dados de vocês”, apresenta a juíza.
Cavalieri aponta os principais prejuízos causados pelo uso demasiado das telas e pela presença exagerada na internet e nas redes sociais, em crianças e adolescentes.
”Primeiro, a privação social, a falta de relacionamento corporificado, olhando no olho, com interação em tempo real. As telas estão tirando nossa habilidade de viver em comunidade, de forma cooperativa. Segundo, a atenção fragmentada. Hoje, está mais difícil para eles assistir a um filme de mais de uma hora ou ler um livro durante uma hora seguida. Nós, adultos, com cérebro já completamente desenvolvido e com histórico de rotinas sem telas, já sentimos essa dificuldade. Imagina isso para crianças e adolescentes. Hoje, eles já não conseguem mais. Os cérebros estão sendo treinados para serem desatentos", explica Cavalieri.
"Em terceiro lugar, a privação crônica do sono, porque o celular, o tablet e o computador ficam no quarto, durante a noite. Eles não conseguem dormir a noite toda, não conseguem entrar no ciclo do sono profundo, que é o sono restaurativo. Com isso, ficam desatentos, têm ansiedade, têm depressão, apresentam distúrbios alimentares, e muitos outros problemas de desenvolvimento, até mesmo problemas de crescimento, porque não dormem de 9 a 12 horas por noite", elenca.
"Por fim, o vício. Eles estão viciados em telas. É muito bom que a gente saiba o tamanho do buraco em que nós todos estamos, que é para ficarmos assustados e fazermos alguma coisa”, alerta a juíza.
“A tela tem as suas vantagens, mas é algo extremamente nocivo para crianças e adolescentes”, pondera Vanessa. Abaixo, ela sugere algumas iniciativas que podem ser postas em prática entre famílias, comunidades escolares, crianças e adolescentes:
“Primeiro, que as famílias façam um acordo coletivo, um pacto de não dar smartphones antes dos 14 anos, que não permitam o acesso às redes sociais antes dos 16 anos e que supervisionem o que os filhos estão fazendo na internet até os dezoito anos. Em segundo lugar, as famílias precisam assumir a sua parte na solução, nesse cenário da violência nas escolas, porque não houve um único ataque em escola no Brasil que não tenha sido avisado, combinado, antes, na internet. No Discord, no Twitter, no Instagram, no WhatsApp, no Telegram... Ou seja, o que significa dizer que se as famílias desses jovens tivessem feito a sua parte de supervisionar, a gente teria tido zero morte. Tudo poderia ter sido evitado”, acredita.
Ainda que a juíza foque na importante presença da família e na parceria dela com a escola, a magistrada também reforça o lugar de responsabilidade do Poder Público, quando cita a necessidade da regulação das plataformas.
“As plataformas devem ser obrigadas, primeiro, a fazer moderação ativa de conteúdo, seja, filtrar espontaneamente conteúdos criminosos que a gente vê, por exemplo, hoje no Discord, que é uma plataforma que não tem moderação de conteúdo. Lá, a gente tem pedofilia, bebês sendo estuprados, animais sendo torturados, meninas sendo obrigadas a se cortarem. Não tem moderação nenhuma. Segundo, Essas empresas precisam ser responsabilizadas porque são as que mais lucram, em toda a história do capitalismo", explica.
"Por fim, maior rigor na checagem da classificação etária do usuário nesses espaços. Por que, na vida real, se uma criança que chega em um bar, supermercado, restaurante e pede uma cerveja, e o funcionário que estiver atendendo entrega essa bebida para essa criança, ele é preso e o estabelecimento perderá o alvará de funcionamento. Na internet, não é assim. Se eu uma criança disser que tem 18 anos, ela vai ter acesso a qualquer conteúdo proibido para aquela idade. É preciso ter uma classificação com garantia de checagem segura”, observa Cavalieri.
“As famílias precisam confiar nas escolas”. É esta a opinião da juíza em relação a um ponto fundamental, mas muito fragilizado entre famílias e escolas, atualmente.
Segundo ela, é preciso que se resgate a relação de respeito com a hierarquia da escola e de confiança no professor e na instituição.
Ela argumenta que a crise de função e de autoridade, que já começa na própria família, é passada para a relação que pais e filhos estabelecem com instituições de ensino, o que acarreta muitas escolas também disfuncionais na tarefa de proteger e orientar.
Sobre a relação das telas com as escolas, a juíza Vanessa acredita que falta no ambiente escolar a educação digital.
“Isso não significa que você precisa dar o celular para crianças e adolescentes. É como a educação sexual. Você começa a ensinar sobre o corpo de cada um, sobre como se proteger de abusos, sobre métodos contraceptivos, muito antes da idade em que eles estão prontos para começar a vida sexual”.
Conforme explica a juíza, a educação midiática é essencial no processo de preparação para o uso do celular, da internet e das redes sociais, no tempo certo.
Sancionada no dia 17 de setembro deste ano, a lei 15.211/25, também chamada de ECA Digital, é um dispositivo que busca garantir mais segurança das crianças na internet.
A norma prevê obrigações claras e responsabilidades para aplicativos, jogos eletrônicos, redes sociais e serviços digitais.
O texto traz a necessidade de que existam mecanismos de verificação de idade, ferramentas de supervisão parental, medidas de prevenção, por desenho e respostas rápidas, a conteúdos ilícitos, além da proteção de dados de menores de 18 anos, entre outros. Para acessar o ECA Digital.
Análises e tendências sobre os potenciais educativos das cidades. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.