O projeto da Value Global Group em Quixeramobim (212,4 km de Fortaleza) ampliou. Agora, além do porto seco José Dias de Macêdo(ou polo multimodal de cargas/logístico) a previsão é que na área seja feita uma Zona de Processamento de Exportação (ZPE) e um Complexo Logístico Industrial (CLI).
Assim, o plano de espaço aumentou de 307 hectares, reservados para o porto, para 1.307 hectares, aproximadamente 1.210 campos de futebol ao todo. O terreno é maior, mas o local de construção é este. Ficaram 59 hectares preservados da área verde que estava lá.
Isso significa que 1.000 ha serão destinados ao complexo que une ZPE e CLI. Ficaria uma estrutura parecida com o que tem no Pecém, sendo o porto marítimo, a área industrial e a ZPE do Ceará. Mas lá o tamanho é cerca de 19 vezes maior, com mais de 19 mil hectares.
O investimento também será maior. No porto seco, do aporte da própria Value Global já se fala em R$ 1 bilhão. Já nas outras duas áreas, cuja participação da empresa é como sócia, são estimados até R$ 1,5 bilhão.
Ou seja, chegando ao máximo de R$ 2,5 bilhões no todo, que se chamará Complexo Logístico Industrial do Sertão Central.
"Essa parceria faz de Quixeramobim um grande hub logístico do Brasil, destaco também que o projeto urbanístico e arquitetônico é assinado pelo EMDAS Studio", detalhou Afrânio Feitosa, secretário do Desenvolvimento Econômico do município.
Ricardo Azevedo, CEO da Value Global Group, explicou que para a ZPE e o CLI os parceiros são nacionais e internacionais. Há negociações com empresas dos Estados Unidos e também do Reino Unido.
De vislumbre para o que vem, o setor de siderurgia deve se fixar, "grandes empresas nacionais", na área petroquímica, alimentícia, desde frigoríficos, a fábricas de ração, aproveitando o que vem da região de Matopiba (acrônimo para a junção dos estados Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), de grãos.
Ele cita ainda investidores de tecnologia, data center, de painéis solares, e de aviação. O que vai demandar também geração maior de energia do que seria para apenas o complexo logístico do porto seco.
"A gente entende que o grosso ali é de indústrias de transformação na área de minério e a do agro", destacou Azevedo.
O frigorífico de caprinos e ovinos halal, voltado para o mercado árabe, de investidores ligados à Vicunha, continua em análise de viabilidade econômica.
"Por ter energia, por ter benefícios da Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste) e benefícios do Governo do Estado, a tendência é que atraia mais empresas", complementou Azevedo,
Como cresceu, a fase atual é de readequação dos projetos, juntando com o que se prevê de integração com a Transnordestina, porque haverá trilhos secundários avançando na área do porto seco para interligar com a via-férrea principal.
A partir das mudanças, a licença de instalação se mantém para o porto seco. Agora é fazer o masterplan conjunto do projeto inteiro e montar infraestrutura jurídica própria dos novos empreendimentos.
Aquilo que é obra comum do porto seco, que tem o terminal logístico, ZPE e CLI já vai sendo feito. "Contratando já as empresas de sistemas de controle de acesso e o que a Receita Federal exige, como a operação alfandegada do porto seco e da ZPE, e a ligação do polo logístico e industrial, para não precisar ter armazéns nos dois locais", disse o empresário.
Mas na área da fazenda Canhotinho, que foi desmembrada, cada espaço terá suas licenças. A previsão é a fase um do complexo logístico do porto pronta em agosto 2026, com os locais de carga e descarga.
Licenças e obras das partes industrial e ZPE em 2027, para estarem prontas no fim daquele ano ou começo de 2028, que é a fase 2 do porto seco, prevista para iniciar em dezembro de 2027.