Logo O POVO+
Sem acordo sobre reajuste, militares e Governo marcam nova reunião
Politica

Sem acordo sobre reajuste, militares e Governo marcam nova reunião

Primeiro encontro para discutir aumento dos militares registrou pouco avanço. Nova reunião está marcada para quinta-feira
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
PRIMEIRA rodada de negociações não chegou a um acordo. Novo encontro está marcado para quinta-feira na Assembleia Legislativa (Foto: BÁRBARA MOIRA)
Foto: BÁRBARA MOIRA PRIMEIRA rodada de negociações não chegou a um acordo. Novo encontro está marcado para quinta-feira na Assembleia Legislativa

A primeira rodada de negociações entre representantes de militares e Governo do Estado não chegou a um acordo sobre o reajuste salarial de policiais e bombeiros do Ceará. A proposta do Palácio da Abolição fixa ganhos entre 10% e 32%, a depender da patente, parcelados em até quatro vezes. PMs reivindicam aumento nos percentuais sugeridos.

Depois de mais de duas horas de reunião na Assembleia Legislativa (AL-CE) ontem, presidentes de entidades de praças, parlamentares, membros do Ministério Público e secretários da gestão de Camilo Santana (PT) se comprometeram a voltar a conversar na próxima quinta-feira, 13, a partir das 9 horas.

 As associações apresentaram uma tabela de remuneração ao Governo, que deve analisá-la e calcular o impacto financeiro até quinta-feira. Pelo documento, o salário de um soldado passaria de R$ 3.475,74 para R$ 4.748,95 — o Estado propunha R$ 4.206,23 ao fim de 2022. O do cabo iria para R$ 5.808,29 no mesmo período.

A pedido dos militares, o Executivo também irá disponibilizar hoje mais informações sobre os números relativos aos vencimentos do pessoal da ativa e inativos no Estado, além de pensionistas.

Um dos presentes ao encontro, o deputado Soldado Noelio (Pros) afirmou que houve avanço na negociação, mas que "é precipitado dizer que o problema está resolvido". Segundo ele, vão ser necessárias "mais essas reuniões e saber o que vai vir de lá (do Governo)". Noelio pondera, no entanto, que o importante é haver "o compromisso de ter um cronograma" para fechar os trabalhos.

FORTALEZA, CE, BRASIL, 10-02-2020: Reunião na Assembléia Legislativa entre forças sindicais, policiais e políticos acerca do aumento salarial exigido pelas forças policiais.Na foto, Deputado Estadual Soldado Noélio. Dionísio Torres, Fortaleza.
FORTALEZA, CE, BRASIL, 10-02-2020: Reunião na Assembléia Legislativa entre forças sindicais, policiais e políticos acerca do aumento salarial exigido pelas forças policiais.Na foto, Deputado Estadual Soldado Noélio. Dionísio Torres, Fortaleza. (Foto: BÁRBARA MOIRA/ O POVO)

Questionado se uma paralisação está descartada, o deputado acrescentou: "Estou aqui como mediador da categoria. Quem pode resolver o problema é o Governo, trazendo uma proposta que contemple esses profissionais".

A previsão inicial é que a mensagem seja enviada à AL ainda na semana que vem, de modo que possa ser votada e os novos patamares passem a valer já em março.

Durante reunião na semana passada com interlocutores de militares, Camilo já havia acatado a redução no número de parcelas — de quatro para três — e o aumento do valor do primeiro reajuste, aplicado no próximo mês.

Participaram da rodada dessa segunda-feira dirigentes de oito entidades, cinco secretários de Estado, os comandos da PM e dos Bombeiros, nove deputados estaduais e dois deputados federais, um deles o secretário licenciado Mauro Filho (PDT).

Listen to "#69 - O aumento salarial dos policiais e a disputa política na segurança" on Spreaker.

Titular da Casa Civil, Élcio Batista informou que o Governo irá calcular o impacto da tabela levada pelas entidades e "na quinta retornar para, em cima dos dados e da repercussão financeira dessa proposta, a gente analisar e chegar a um consenso".

FORTALEZA, CE, BRASIL, 10-02-2020: Reunião na Assembléia Legislativa entre forças sindicais, policiais e políticos acerca do aumento salarial exigido pelas forças policiais.Na foto, Secretário da Casa Civil, Élcio Batista . Dionísio Torres, Fortaleza.
FORTALEZA, CE, BRASIL, 10-02-2020: Reunião na Assembléia Legislativa entre forças sindicais, policiais e políticos acerca do aumento salarial exigido pelas forças policiais.Na foto, Secretário da Casa Civil, Élcio Batista . Dionísio Torres, Fortaleza. (Foto: BÁRBARA MOIRA/ O POVO)

Sobre a possibilidade de a contraproposta extrapolar os R$ 440 milhões estabelecidos pelo Estado como teto, o secretário respondeu que "está avaliando todos os números" e que a gestão não pode comprometer sua saúde fiscal.

Deputado estadual, Júlio César Filho (Cidadania), líder do governo, avalia que houve progresso nas conversas. "Eles apresentaram uma tabela, mas nós pretendemos calcular o impacto dessa proposta colocada e ver até onde o Estado pode ir, com bastante responsabilidade no sentido de obedecer às metas fiscais e garantir o pagamento efetivo desses salários", ressaltou.

O parlamentar garantiu ainda que os dados solicitados ontem "serão fornecidos às entidades já amanhã de manhã (hoje) para que façam as simulações e estudos para que quinta a gente avance nas negociações".

 

Rodada de negociação

Assembleia Legislativa

Participantes

Do Governo do Estado, participaram da negociação com categorias de militares os secretários Élcio Batista (Casa Civil), Fernanda Pacobahyba (Fazenda), Nelson Martins (Relações Institucionais), Flávio Jucá (Planejamento) e André Costa (Segurança Pública)

Deputado federal, o secretário licenciado (Planejamento) Mauro Filho (PDT) também integrou a comitiva governista. Na semana passada, em discurso na tribuna, Filho defendeu o reajuste concedido pelo governador Camilo aos policiais e bombeiros militares

Também presente ao encontro, o deputado federal Capitão Wagner (Pros) acompanhou o início das negociações. Ao cabo de uma hora, saiu pela porta lateral do salão da presidência da Assembleia

 

O que você achou desse conteúdo?