Pré-candidato do Psol a prefeito de Fortaleza, o deputado estadual Renato Roseno afirmou ontem que o empobrecimento das populações, resultante da pandemia do novo coronavírus, demandará das novas gestões públicas maiores investimentos em prol da garantia do direito à renda e em políticas sociais.
"O investimento social tem que mudar de lugar e ir, sobretudo, para a política social. A pandemia fez com que milhões de brasileiros, o que inclui Fortaleza, empobrecessem e perdessem seus empregos. Eu defendo que a prioridade para qualquer gestor a partir de 2021 é garantir proteção social com renda", disse o parlamentar.
A fala foi dada em entrevista que integra série realizada e transmitida em várias plataformas do O POVO com os pré-candidatos ao Paço Municipal. O encontro foi mediado pelo editor-executivo da Rádio O POVO CBN, Ítalo Coriolano, com participação das jornalistas Flávia Oliveira e Rachel Gomes. Roseno foi o 12ª a participar do programa.
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O pré-candidato reforçou ser necessário uma gestão municipal com "investimento público qualificado" em áreas "que, historicamente, o Estado de proteção social nunca vai". "Eu quero destacar o investimento em saneamento, pois estamos super atrasados nisso, e colocar o tema da política social. Precisamos também ampliar o número de Cras e Creas, isso é urgente" disse.
Questionado sobre o caso polêmico que envolveu o loteamento aprovado para ser demarcado nas Dunas da Sabiaguaba, Roseno afirmou que "faria tudo de diferente" para a política ambiental da Capital, considerada por ele "submissa ao mercado imobiliário". "Não podemos ter uma gestão ambiental voltada para a verticalização da cidade e para o licenciamento dos grandes mercados imobiliários. Aquela possibilidade de desmate dos 50 hectares se soma a uma trajetória de inúmeras outras", comentou.
O deputado ressaltou que a perda da cobertura vegetal nos últimos 30 anos em Fortaleza tem impacto direto na saúde mental da população e no aumento da violência, na medida em que se tornam escassos os espaços públicos de qualidade. Segundo ele, a resolução do problema passaria pela necessidade de "ampliar e respeitar o zoneamento ambiental da cidade, ter mais rigor na fiscalização e efetivar os planos de manejo".
Sobre as projeções para segundo turno em Fortaleza, Roseno considerou realizar alianças com partidos que estejam na luta contra o conservadorismo e a destruição de democracia e direitos no Brasil. "Há obviamente uma expectativa que o comportamento dessa frente de candidaturas seja muito assemelhado ao que aconteceu em 2016. Ou seja, nas situações em que houver um segundo turno com uma candidatura do campo da destruição dos direitos é necessário que elas se postem unificadas".
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Todavia, o deputado reforçou que as alianças se enquadram no ramo de estratégias que geram "monotonia e cansaço", potencialmente, sendo um "combustível" ao avanço do bolsonarismo. "O bolsonarismo se criou numa ideia de antipolítica e antissistema. Se a gente não alimentar o novo, vamos continuar alimentando o combustível para isso" afirmou.
A série de entrevistas com précandidatos tem continuidade hoje com Salmito Filho (PDT). A conversa está marcada para as 9h05min e terá transmissão da Rádio O POVO CBN e redes sociais do O POVO