Logo O POVO+
Mulheres, 8 de março e o ESG
Foto de Carol Kossling
clique para exibir bio do colunista

Carol Kossling é jornalista e pedagoga. Tem especialização em Assessoria de Comunicação pela Unifor e MBA em Marketing pela Faculdade CDL. Pautou sua carreira no eixo SP/CE. Fez parte da equipe de reportagem do Anuário Ceará e da editoria de Economia do O POVO. Atualmente é Editora de Projetos do Grupo de Comunicação O POVO

Mulheres, 8 de março e o ESG

O Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, foi criado para mostrar o engajamento político das mulheres em causas que mesclam à desigualdade de gênero, a invibilidade pore décadas, à violência, entre outras
Tipo Notícia
Mônica Fernandes fundadora da Empoderar-te (Foto: Arquivo pessoal)
Foto: Arquivo pessoal Mônica Fernandes fundadora da Empoderar-te

Coincidência, ou não, o Ministério do Trabalho e Emprego prorrogou para 8 de março o prazo para que as empresas com 100 ou mais funcionários realizem o preenchimento ou retificação do Relatório de Transparência Salarial e de Critérios Remuneratórios do Primeiro Semestre de 2024.

Essa iniciativa, que estabelece a obrigatoriedade de igualdade salarial e critérios remuneratórios entre mulheres e homens, é mais uma conquista de uma classe que luta há séculos apenas pelo direito de igualdade. Poder frequentar a escola, faculdade, votar, divorciar-se, trabalhar fora assinar crônicas, livros, matérias...

Poder se vestir como quiser, se candidatar, denunciar abusos e violência são apenas alguns exemplos que podem soar estranhos para quem nasceu depois dos anos 2000. Assim, essa coluna é feita para homenagear o trabalho feito por elas e muitas vezes para elas.

Quando uma mulher abre o caminho, muitas outras poderão passar também. Mulheres e homens, fica o convite à reflexão sobre igualdade de gênero!

PODEROSAS

Em Fortaleza, Mônica Fernandes, fundadora do negócio social em Empoderar-Te, realiza atividades com foco no desenvolvimentos de mulheres periféricas e seus negócios.

"Criamos soluções para empoderar empreendedoras periféricas, realizamos mentorias, cursos, palestras e projetos sociais. Temos serviços pagos com tabela social e serviços grátis, porque nosso lema é que nenhuma mulher saia sem solução", afirma.

Seu trabalho é desafiador e incansável, pois muitas das mentorandas têm que fazer o curso 'escondido' do companheiro, pois eles não desejam a independência financeira delas.

Mônica é a cara do nosso Brasil, uma mulher preta, periférica e fruto de uma gravidez não desejada que desde o embrião luta pela sua sobrivência e viu em sua luta que poderia judar outras pessoas.

Mônica Fernandes fundadora da Empoderar-te(Foto: Arquivo pessoal)
Foto: Arquivo pessoal Mônica Fernandes fundadora da Empoderar-te

"Luto pela redução da violência contra à mulher e das desigualdades de gênero e raça, pela ampliação da autonomia econômica e pelo fortalecimento do ecossistema de impacto", diz.

Atualmente está co-realizando o Empreenda e Renda, realizado pelo Instituto Rede Mulher Empreendedora (IRME) com apoio do Itaú Mulher, gratuitamente na capital e nos municípios parceiros.

O programa tem três etapas: capacitação, aceleração e capital semente. Acompanha, com mentoria coletiva, grupos de economia solidária: Bordados do Tempo (Jardim Iracema), Feito Por Mulher (Mondubim), Associação de Artesãs Nascer do Sol de Jaguaribe.

Já acompanhamos outros 22 grupos de economia solidária. Mensalmente abrimos vaga para mentoria individual. "Iremos lançar o clube das Poderosas em abril, um serviço pago, com tabela social, com apoio contínuo para empreendedoras perifericas", antecipa.

Habilidades 4.0 

Outra cearense, de Quixadá, Manu Oliveira, criou  a Social Brasilis, em 2015, em uma sala de aula na periferia de Fortaleza, enquanto lecionava para alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA).

"Muitos dos alunos possuíam acesso à tecnologia e internet, porém, não tinham um aprofundamento para o acesso positivo para o uso das mídias sociais e digitais", explica. 

Assim, veio a ideia de inserir pessoas da base da pirâmide nessa era 4.0 da inovação provocando todos a serem protagonistas sociais, a produzirem conteúdo e usarem a tecnologia de forma consciente e sadia.

O Social Brasilis já tem mais de 7 mil pessoas impactadas diretamente, mais de 30 mil pessoas indiretamente, mais de oito programas entre educacionais e corporativos desenvolvidos.

Emanuelly, idealizadora de  projeto voltado para a tecnologia (Foto: Aurélio Alves)
Foto: Aurélio Alves Emanuelly, idealizadora de projeto voltado para a tecnologia

"Estamos finalizando a incubação de projetos com uma grande representatividade de mulheres empreendedoras das periferias. Lançamos semana passada o trailer da nossa websérie "Olhares da periferia", um documentário que traz o olhar de empreendedores sociais das periferias e favelas de Fortaleza, apontando os desafios dessas comunidades, mas as possíveis oportunidades para gerar soluções para saná-las", conta.

Ela ainda relata que os índices de permanência de mulheres em relacionamentos tóxicos e/ou violentos apontam para uma dependência financeira em relação a seus cônjuges, o que faz com que muitas mulheres permaneçam nessas relações correndo riscos físicos, emocionais e de vida.

Esse e outros motivos, podem levar aos altos índices de feminicídio que temos no Brasil atualmente.

"Apoiar mulheres no desenvolvimento de atividades empreendedoras pode incrementar a geração de trabalho e renda, fortalecendo a autonomia financeira, mas também fundamenta a autoestima. Pois passamos a trabalhar a pessoa, incentivando a criação de redes de apoio entre as participantes e também criando momentos de terapia coletiva através do incentivo a formação de grupos produtivos de empreendedoras e artesãs", descreve.

Relatório de impacto

Há mais de 18 anos, Celina Hissa acredita em uma moda diferente, focada em quem produz e que concentra seus esforços em questionar, repensar, refletir e tomar decisões levando em conta o coletivo. Uma moda que se sustenta em um futuro colaborativo. Em 2015, lançou a Catarina Mina que destaca a alma cearense, o artesanato. 

"O nosso negócio já nasceu com propósito de impacto para fortalecer, primeiramente, a rede de artesãs e fazer chegar a geração de renda e o fortalecimento da memória artesanal do Ceará. Atuamos muito na parte social do ESG. Hoje, temos dentro da Catarina Mina a célula de impacto que ela é guardiã do propósito da empresa, aconpanhando os dados, setores e garante que todos estão alinhados com o propósito social da empresa", revela.

CELINA Hissa é a fundadora da Catarina Mina(Foto: Jamille Queiroz/ Divulgação Catarina Mina)
Foto: Jamille Queiroz/ Divulgação Catarina Mina CELINA Hissa é a fundadora da Catarina Mina

Ela complementa dizendo que sabe da importância e a vulnerabilidade de tantas mulheres artesãs e acredita que o trabalho realizado pela marca fortalece e gera protagonismo, para geração de renda e para o ecossistema da cadeia artesanal, junto com outros atores. 

Semana passada lançaram o Relatório de Impacto 2023 da marca que mostra de que forma estão impactando a sociedade e o mundo ao seu redor.

 

Foto do Carol Kossling

Ôpa! Tenho mais informações pra você. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.

O que você achou desse conteúdo?