Henrique Araújo é jornalista e doutorando em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), com mestrado em Sociologia (UFC) e em Literatura Comparada (UFC). Cronista do O POVO, escreve às quartas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades, editor-adjunto de Política e repórter especial. Mantém uma coluna sobre bastidores da política publicada às segundas, quintas e sextas-feiras.
Petista histórico, Geraldo Accioly critica a antecipação do debate para 2026, principalmente o fato de não passar pelas instâncias partidárias. Ele também defende a candidatura de Guimarães
Foto: Acervo pessoal
SOCIÓLOGO Geraldo Accioly
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Um dos quadros históricos do PT, o sociólogo Geraldo Accioly criticou a condução das articulações no Ceará para o preenchimento das vagas para o Senado na chapa governista. Segundo ele, "estão cometendo um erro estratégico gigantesco" ao precipitarem o debate sem passar pelas instâncias partidárias, numa espécie de leilão público das cadeiras.
"Estamos antecipando a campanha sem ter necessidade, estamos fazendo a discussão num cenário em que nós deveríamos nacionalizar a campanha. Mas o Ceará está querendo estadualizar a campanha", avaliou, acrescentando que, se Tarcísio de Freitas for concorrente à Presidência, tanto União Brasil quanto PP e Republicanos vão se bandear para o bloco da oposição, independentemente das costuras regionais. O petista alfinetou ainda a postura do ministro Camilo Santana (Educação).
"O Camilo herdou uma herança maldita do PDT de não debater na hora adequada (os nomes para o Senado) e ficar fazendo articulações via personalidades. Não tem mais condições, não tem espaço no PT para fazer isso, tem que ser uma discussão interna", ponderou Geraldo, para quem o partido não aceitará pedir votos para eleger os deputados federais Júnior Mano (PSB) ou Moses Rodrigues (União) como nomes para a senatorial - ambos se posicionaram contra a MP alternativa ao aumento do IOF.
Accioly também saiu em defesa da candidatura do deputado federal José Guimarães ao Senado, sobretudo depois das manifestações de Mano, Moses e Luiz Gastão (PSD) contra a medida provisória do Planalto. De acordo com ele, o ex-governador Camilo "começa a entrar em constrangimento quando perguntam sobre essas pessoas que votam contra o PT nacionalmente", mas "todo mundo fecha a torneira e apaga a luz da sala quando o PT diz que o Guimarães é candidato".
Geraldo estende as críticas para figuras da gestão de Elmano de Freitas. "Ficam dizendo: não vamos debater, isso a gente debate depois. E, no entanto, qual é a expressividade política do Chagas Vieira (titular da Casa Civil), que nem é filiado ao PT nem é de um partido aliado, para esse rapaz ficar chamando o Rueda (dirigente do UB) pra cima e pra baixo para decidir o futuro do União Brasil no Ceará? Isso é ridículo", declarou o petista.
De passagem, sobrou até para a direção do PT no Estado e na Capital. "E me perdoe, mas a omissão do presidente do PT é gigantesca. Conin precisa mostrar sua cara", concluiu.
PL à espera de Ciro
A deputada estadual Silvana Oliveira, do PL, reafirmou apoio à candidatura de Ciro Gomes (PDT) ao Governo do Estado em 2026. "O Ciro é nosso candidato. Não desejo apoiar só por apoiar alguém. Queremos eleger e virar a página", assegurou a parlamentar.
Cotado para o Abolição, Ciro acenou com a possibilidade de concorrer ao Executivo três meses atrás, mas, de lá para cá, não tem feito movimentos concretos para deixar o PDT e se filiar a outra sigla do campo opositor. Dentro do PSDB, a expectativa é de que o ex-ministro retorne ao ninho do tucanato até novembro, quando se encerra a passagem de Ozires Pontes pela executiva estadual.
O PSDB cearense deposita esperança na tentativa de renovação depois de gestões esvaziadas e sem quadros de relevo na articulação do seu campo político no Estado. Foi assim com o ex-vice-prefeito Élcio Batista e agora com o prefeito de Massapê, cujo mandato vai se notabilizar não por um discurso consistente de oposição, mas por elogios a Elmano, a quem chamou de "príncipe", e também a Camilo.
O partido social-democrata procura um dirigente que consiga propor uma agenda alternativa - se for possível, que evite esses amavios públicos a adversários.
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