Logo O POVO+
Setor de jogos celebra criação de Empresa Cearense de Audiovisual
Comentar
Foto de Wanderson Trindade
clique para exibir bio do colunista

Wanderson Trindade é coordenador da Central de Dados e repórter do O POVO+, com uma paixão declarada por contar as histórias de quem faz a indústria dos jogos eletrônicos acontecer. Especializado na cobertura do universo dos games no Ceará, no Brasil e no mundo, acompanha de perto tanto o cenário competitivo quanto o desenvolvimento de jogos. Autodescrição: Homem pardo de cabelos ondulados, Wanderson aparece na foto usando óculos e fones de ouvido, com um sorriso no rosto que traduz sua energia e entusiasmo pelo tema.

Setor de jogos celebra criação de Empresa Cearense de Audiovisual

Games passam a integrar estrutura do audiovisual cearense e implantação da Empresa Cearense de Audiovisual deve ocorrer a partir de 2026
Comentar
Games passam a integrar estrutura do audiovisual cearense e implantação da Empresa Cearense de Audiovisual deve ocorrer a partir de 2026 (Foto: Luiz Alves / Secult CE)
Foto: Luiz Alves / Secult CE Games passam a integrar estrutura do audiovisual cearense e implantação da Empresa Cearense de Audiovisual deve ocorrer a partir de 2026

A aprovação, pela Assembleia Legislativa do Ceará, do projeto que cria a Empresa Cearense de Audiovisual (Ecavi) foi comemorada pelo setor de jogos digitais no Estado. A iniciativa inaugura uma nova etapa para a economia criativa cearense e insere, de forma institucional, os games na estrutura do audiovisual, ao lado do cinema, da animação, da televisão e das produções para plataformas digitais.

A proposta da Ecavi é atuar como agente articulador do setor, conectando a produção local a mercados nacionais e internacionais e executando políticas públicas voltadas à criação, formação, distribuição e difusão de conteúdos. Nesse arranjo, os games passam a integrar oficialmente o mesmo campo que reúne cinema, séries, animação, publicidade e produções para plataformas digitais.

Segundo o produtor e pesquisador da indústria de jogos Arison Uchôa, essa vinculação não representa uma mudança conceitual, mas a consolidação de um reconhecimento já previsto em lei. “Os jogos já eram tratados como audiovisual pelo Marco Legal, o que protege a gente de sombreamentos e interferências também, dada a especificidade definida no texto”, explica.

Presidente da Câmara Setorial do Desenvolvimento Econômico da Cultura e Conselheiro da Associação Brasileira de Empresas Desenvolvedoras de Jogos Eletrônicos (Abragames), Uchôa diz ainda que a inserção dos games na Ecavi tende a ampliar oportunidades, sem comprometer a autonomia do setor.

“Então é uma oportunidade. Eu não enxergo ameaça à autonomia e à operação do setor, muito pelo contrário”, afirma, destacando que a presença dos jogos dentro da empresa foi discutida desde o início do processo mais recente de articulação, intensificado a partir de 2024.

“O setor de jogos terá espaço e autonomia dentro da estrutura, baseado na discussão de operações que temos desde 2024 com a Secult e com o próprio setor audiovisual, como cinema, séries e animação”, completa.

Um dos pontos centrais observados pelo setor é o formato jurídico da Ecavi. Como empresa pública de economia mista, ela terá maior flexibilidade administrativa e financeira do que a Secretaria da Cultura, podendo captar recursos, firmar parcerias com a iniciativa privada e executar projetos com maior agilidade.

Esse modelo abre espaço para ações consideradas estratégicas para os games, como incubadoras, programas de aceleração, qualificação profissional e prestação de serviços hoje pouco estruturados na cadeia produtiva local.

Dentro da concepção apresentada até o momento, os jogos devem contar com uma vertical específica de atuação, ao mesmo tempo em que se beneficiam da integração com outras frentes do audiovisual. Isso inclui iniciativas voltadas à distribuição, ao desenvolvimento de projetos transmídia e à exploração de propriedades intelectuais em diferentes formatos.

Possibilidade de parcerias com gigantes globais

Outro eixo observado com expectativa pelo setor é a possibilidade de parcerias com grandes empresas globais da indústria de jogos. De acordo com Arison Uchôa, esse movimento ainda está em fase de preparação, mas parte de conexões já existentes.

“Sobre as parcerias, ainda não avançamos diretamente para concretizar. Algumas conexões já existentes podem ser fortalecidas, como a relação com a Google, com quem tivemos termo assinado em 2024”, afirma.

Além disso, entidades nacionais ligadas ao setor já participam das discussões. “Outros parceiros como a Apex e a Abragames já estão conectados à iniciativa dentro do plano setorial”, explica.

No caso de publicadoras e grandes empresas internacionais, o avanço depende da estruturação da nova empresa. “A pauta já foi levantada, mas precisamos da estrutura operacional da empresa em curso para firmar essas parcerias. Até chegar lá, a gente vai alinhando com esses parceiros”, diz.

A sanção da lei que cria a Ecavi deve acontecer na sexta-feira, 19, às 11 horas, no Palácio da Abolição. Com isso, deve ser aberto um período de implantação que se estenderá ao longo de 2026. Nesse intervalo, estão previstas discussões sobre planejamento estratégico, plano de negócios e definição da estrutura administrativa da empresa. A expectativa do setor é que, a partir de 2027, a atuação da Ecavi esteja mais consolidada.

Foto do Wanderson Trindade

Aqui é o lugar para você saber o que está acontecendo no universo dos games, no Ceará, no Brasil e no mundo. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.

O que você achou desse conteúdo?