Pré-candidato à Prefeitura de Fortaleza pelo PDT, Samuel Dias subiu o tom ontem contra o principal postulante da oposição na disputa, Capitão Wagner (Pros). Associando o adversário ao movimento de policiais militares ocorrido no Ceará neste ano, o pedetista reforçou que as paralisações foram ilegais e prejudicaram a Capital.

"Como é que um grupo que paralisa o comércio da cidade quer colocar uma candidatura para prefeito? O prefeito não é aquele que tem que garantir os serviços públicos, a segurança das pessoas, o direito de ir e vir? Como alguém que apoia uma greve de ódio, um motim que põe em risco as vidas, pode querer ser prefeito?", disse o ex-secretário de Governo.

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A frase foi dita em entrevista que faz parte da série com os pré-candidatos ao Paço Municipal que tem sido veiculadas na Rádio O POVO CBN e nas plataformas digitais do O POVO.

O pré-candidato destacou ainda que, durante parte dos treze dias do motim, a Prefeitura precisou colocar a Guarda Municipal para garantir a execução de serviços públicos básicos. "A Prefeitura teve que colocar a Guarda para apoiar a operação de coleta de lixo. Já pensou nisso? Ter que usar a Guarda para garantir o transporte público?", criticou.

Considerado "braço direito" do prefeito Roberto Cláudio (PDT) e principal coordenador de obras da gestão, Samuel rejeitou argumento de adversários de que obras da gestão estão concentradas em áreas nobres de Fortaleza. "Isso é uma grande inverdade, são aqueles factóides que a oposição tenta inventar para criar um sentimento totalmente falso", diz.

Ele destaca a reurbanização do Conjunto Jardim Glória, no Barroso. "É uma ocupação histórica, e lá todas as ruas estão sendo feitas de piso intertravado, igualzinho ao da Beira-Mar, ao da Desembargador Moreira", disse, destacando obras também no Bom Jardim e a construção de cem Areninhas e dos Centros Urbanos de Cultura e Arte (Cucas). "No nosso programa de obras, o Mais Ação, 85% dos projetos estão concentrados na periferia", afirma.

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Dias também negou ser uma candidatura "mais do mesmo" da atual gestão. "Trabalhamos com continuidade sim, Fortaleza tem planejamento. Temos plano com começo, meio e pensando onde queremos chegar. Continuidade é isso, seguir o plano, atingir as metas. Ficar mudando, desfazendo, refazendo tudo, faz a cidade não andar, tudo para", diz.

Samuel Dias minimizou ainda o fato de a Prefeitura não ter conseguido resolver, em oito anos de gestão RC, problemas de alagamento na avenida Heráclito Graça. "Não dá para resolver problemas de 30, 50 anos da cidade em só oito. Mas fizemos muita coisa. Trechos da Aguanambi na BR-116, que alagavam todo ano, não tem mais, na Alberto Craveiro, na Leal Lima Verde, na Cônego de Castro, a mesma coisa", disse.

O pré-candidato também destacou impactos da atual crise econômica na dificuldade de combate à desigualdade no município. "É bom lembrar, na atual gestão tivemos a maior crise da história do Brasil. O Brasil ficou mais pobre, isso é fato, e isso tem impacto na desigualdade. Agora, mesmo assim tivemos investimento público 1,5 vezes maior que o da gestão anterior. Isso é melhorar cobertura da saúde pública, com 28 novos postos, é escola de tempo integral, que fomos de zero a ter 50% das matrículas integrais.

 

Série de Entrevistas

A série com os pré-candidatos à Prefeitura de Fortaleza continua hoje. O convidado será Capitão Wagner (Pros). A entrevista está marcada para as 9h05min e tem transmissão da Rádio O POVO CBN e plataformas digitais do O POVO