Lançada a pedra fundamental na manhã de ontem, 19, o parque de tancagem do Pecém tem a expectativa de ter cerca de 20 distribuidoras de combustíveis em operação em 2027, quando as obras devem ficar prontas, segundo afirmou Leonardo Cerquinho, diretor de Desenvolvimento da Dislub.
A empresa é responsável pela construção da estrutura de armazenagem de combustíveis e projeta para o Pecém uma operação semelhante à observada em Suape (PE) e Itaqui (MA), onde um número semelhante de empresas atua simultaneamente.
Com a nova estrutura de 130 mil metros cúbicos de armazenagem na primeira fase e um total de 220 mil m³ ao término, a projeção é de movimentar 479 mil toneladas de combustíveis no primeiro ano de operação.
Gasolina, diesel e etanol devem desembarcar no Porto do Pecém e ser enviados via tubulação para o parque. Os números projetados neste fluxo buscam eliminar a dependência do Ceará, que tem 40% dos combustíveis consumidos vindo dos vizinhos Pernambuco, Rio Grande do Norte e Piauí por modal rodoviário.
"Só esse volume já nos dá a viabilidade econômica necessária para o terminal. Foi isso, na verdade, que nos animou a tomar a decisão de investir", afirmou.
Perguntado, Cerquinho diz que, sem avaliar as variáveis que podem interferir no negócio nos próximos anos, a ideia é de que os preços locais se aproximem daqueles observados nos postos pernambucanos e maranhenses.
Ciente do imbróglio que chegou a se tornar a transferência das seis distribuidoras instaladas no entorno do Porto de Fortaleza, no Mucuripe, Cerquinho afirma que, com o lançamento da pedra fundamental, "ninguém mais vai duvidar que o terminal vai sair do papel".
"A partir de hoje, ninguém mais tem dúvida e as conversas vão fluir de forma mais fluida", afirmou.
A confiança vem do investimento de R$ 430 milhões, com financiamento de 80% do total feito pelo Banco do Nordeste (BNB), e as negociações com as empresas para a instalação.
O diretor de Desenvolvimento da Dislub afirmou que a preferência ao reservar espaço no parque de tancagem é das seis distribuidoras que atuam no Mucuripe. Caso elas não optem pela mudança, apesar do termo de ajustamento de conduta (TAC) assinado, há conversas em curso com outros players do setor.
Simultaneamente à construção do parque de tancagem do Pecém, Cerquinho conta que a Dislub está de olho na criação de portos secos e na instalação dos terminais multimodais ao longo da ferrovia Transnordestina.
O objetivo é ter pontos de transbordo de combustíveis partindo do Pecém para o interior cearense, além de parte de Pernambuco e Piauí, no percurso dos trilhos que devem estar prontos também em 2027.
Mais um objetivo da empresa projetado para daqui a dois anos é trazer a bandeira da Dislub para os postos de combustíveis cearenses. A atuação da empresa já ocorre em outros estados e a ideia é iniciar as negociações com este segmento à medida que o parque de tancagem vai sendo concluído.
"A gente está seguindo nosso caminho, temos um bom tempo daqui para que a gente, efetivamente, comece a operar", arrematou, demonstrando pouca pressa para selar os contratos de operação e também a chegada da bandeira para postos de combustíveis.
BNB projeta contratações de R$ 70 bilhões em fundos para 2025
O Banco do Nordeste (BNB) está com uma projeção de contratar aproximadamente R$ 70 bilhões a partir de fundos diversos para fortalecer a instituição em 2025, segundo o presidente do BNB, Paulo Câmara.
"Em 2024, chegamos a 61 bilhões de contratações, mais de 60 bilhões de desembolsos. [...] Tivemos a menor taxa de inadimplência da história do banco. Então a gente está muito animado para conseguir novos fundos esse ano, justamente para que esses números sejam superiores."
A declaração foi dada nesta quarta, 19, durante o lançamento da pedra fundamental que marca o início da construção do Parque de Tancagem (armazenamento de combustíveis) no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp).
Dos R$ 430 milhões aplicados no projeto de combustíveis do Grupo Dislub Equador, 80% foram financiados pelo BNB. Ou seja, um total de R$ 342 milhões. Nesse sentido, Câmara reforça que o grupo já tem tradição da economia do Nordeste e é uma referência no setor de combustíveis.
"Aqui no Ceará, essa negociação foi feita no ano passado, já teve o desembolso. Então eles estão totalmente prontos aí para fazer com que essa obra comece, ande com a velocidade necessária e seja inaugurada no prazo certo, que é isso que todos nós esperamos."
Além disso, destacou que a Dislub sempre tem projetos na Região para possíveis expansões e a instituição está aberta à negociação, pois tem ciência da importância de apoiar esses tipos de empreendimentos.
Em relação ao segmento de energias renováveis, Câmara diz que investe mais de R$ 5 bilhões por ano na área, incluindo o hidrogênio verde.
Já em infraestrutura na região de abrangência do BNB (Nordeste, Norte de Minas Gerais e Espírito Santo), informa que no ano passado o BNB chegou perto de R$ 10 bilhões em financiamentos, com expectativa de crescer 18% em 2025.
Com informações do repórter Armando de Oliveira Lima
Dislub já conversa com Transnordestina para parcerias no Pecém, diz Tufi Daher
O diretor-presidente (CEO, em inglês) da Transnordestina Logística, Tufi Daher, afirmou que a companhia já tem conversas com o Grupo Dislub Equador para futuros contratos de transportes.
A Dislub lançou, na manhã desta quarta-feira, 19, a pedra fundamental que marca o início da construção do Parque de Tancagem (armazenamento de combustíveis) no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp).
Tufi, na ocasião, explicou que a obra da Dislub deve acabar junto com a da Transnordestina, em 2027. Isso deve resultar em, primeiro, um contrato de intenções e, depois, um contrato para transporte.
A ideia é que a Dislub escoe os seus produtos para a região de Pernambuco, Piauí e do próprio Ceará. A obra da empresa no Pecém conta com um investimento de R$ 430 milhões.
O empreendimento irá movimentar gasolina, diesel, etanol, biocombustíveis, querosene de aviação e petróleo bruto se houver demanda. A capacidade de armazenamento é de 130 mil metros cúbicos (m³), com previsão de expansão para 220 mil m³.
Tufi destacou que a instalação da Dislub e de outros negócios próximos à Transnordestina é positiva e alegre, e citou que o frete ferroviário é até 30% mais barato do que o rodoviário.
O CEO da Transnordestina explicou que faltam apenas os lotes 8, 9 e 10 da ferrovia na primeira fase, cuja expectativa de contratação é ainda no primeiro semestre de 2025.
"Acho que em mais 30 ou 40 dias a gente contrata o lote 8 e ficam faltando só o 9 e o 10 para contratar ainda neste primeiro semestre. Então, a obra está de vento em popa", acrescentou.
Em breve, deve haver mobilização para começar a obra que levará a ferrovia do Pecém ao município de Missão Velha, a 504 quilômetros (km) de Fortaleza. Atualmente, os lotes 4 (Acopiara a Piquet Carneiro), 5 (Quixeramobim), 6 (Quixadá) e 7 (Itapiúna) estão em obras.
Do financiamento de R$ 3,6 bilhões da Transnordestina, R$ 1 bilhão estava previsto em 2024, mas foi dividido em duas parcelas. Uma no valor de R$ 400 milhões paga no ano passado e outra de R$ 600 milhões a ser paga em 60 a 90 dias.
Outro R$ 1 bilhão será no fim de 2025, R$ 1 bilhão em 2026 e R$ 600 milhões em 2027. Ainda há expectativa de um recurso do Fundo de Investimento do Nordeste (Finor) no primeiro semestre entre R$ 600 milhões a R$ 800 milhões.
Cada lote mobiliza em torno de 600 a 800 pessoas, "dependendo do movimento que a terra vai ter", segundo Tufi. "Aqui no Pecém mesmo, a gente deve mobilizar umas 600 pessoas. Eu espero que, no mês de março, a gente já esteja mobilizado aqui."
Tancagem aumentará oferta de combustível e barateará preços no Ceará, diz secretário
A obra do parque de tancagem no Pecém para armazenar combustíveis trará o aumento da oferta e o barateamento dos produtos para os consumidores cearenses, segundo prospecta Max Quintino, presidente da Companhia do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp S/A).
A análise sobre os impactos do equipamento foi realizada nesta quarta-feira, 19 de fevereiro, no lançamento do início das intervenções para a tancagem no Complexo, que substituirá o atual parque localizado no Porto do Mucuripe (gestão federal), em Fortaleza.
Sobre o quanto deve baratear os preços dos combustíveis no Ceará, Quintino frisa que a responsável pelo projeto, a Dislurb, ainda está em negociação com os fornecedores, e a resposta para isso depende do quanto essas empresas vão agregar à oferta do mercado cearense.
Dentre os projetos que vão se interligar com a tancagem, o presidente da Cipp S/A elenca o terminal de gás da Supergasbras, com previsão dele de começar a ser implantado ainda neste ano.
Além disso, cita a ferrovia Transnordestina, que terá ligação desde Eliseu Martins (Piauí) até o Porto do Pecém, com 1.206 quilômetros de extensão.
"O início das obras do terminal logístico (da Dislurb) fará a ponte entre o porto e a Transnordestina, impulsionando a movimentação do porto e a economia", complementa.
Em relação à transferência da tancagem do Mucuripe para o Pecém, Quintino diz que a Dislurb conversa com todas as seis empresas instaladas em Fortaleza e que as negociações estão adiantadas.
"Tem um TAC (termo de ajustamento de conduta) assinado, que determina a saída da tancagem de lá. Então não sei até que ponto seria viável essa manutenção", diz, referindo-se ao desejo de Lúcio Gomes, presidente da Companhia Docas, que administra o porto federal em Fortaleza, de manter o terminal onde está, fazendo interligação com o novo a ser construído no Pecém.
Sobre ampliação do Porto, o processo de licitação aberto em outubro do ano passado para escolher uma empresa a operar a obra, Quintino explica que a fase atual é de avaliação das propostas recebidas das empresas.
O prazo para avaliar é até segunda quinzena de março, mas ele tem a expectativa de finalização no começo do próximo mês, com "início das obras o mais rápido possível". Acrescenta que há consórcios de empresas estrangeiras e nacionais concorrendo, sem revelar nomes. "Março agora o processo deve retornar para PGE (Procuradoria Geral do Estado) para iniciar as obras."
Outro ponto é a atração de indústrias que a ampliação pode fomentar. O gestor cita que a Cipp S/A mira na infraestrutura necessária para a instalação de novas empresas, incluindo um modelo de condomínio para compartilhamento de água, com reúso do esgoto que vem da Região Metropolitana de Fortaleza, além da partilha de energia e da estrutura de armazenamento de amônia, com dutos interligados aos píeres para exportação.
Ele detalha que há o foco na captação de empresas que possam utilizar a energia produzida a partir de fontes renováveis, como o hidrogênio verde. O objetivo é fomentar uma nova industrialização no Estado, aproveitando a transição energética em curso.
Para se ter ideia, os projetos de hidrogênio verde hoje representam US$ 24 bilhões em pré-contratos assinados para instalação na Zona de Processamento de Exportação do Ceará (ZPE-CE), que fica no complexo.
Com investimento declarado de R$ 430 milhões, sendo destes R$ 343 milhões financiados pelo Banco do Nordeste (BNB), o novo parque de tancagem do Ceará terá capacidade inicial de armazenamento de 130 mil metros cúbicos (m³) com previsão de expansão para 220 mil m³.
No local, o armazenamento vai contemplar os combustíveis gasolina, diesel, etanol, biocombustíveis, querosene de aviação e petróleo bruto, caso haja demanda.
Durante a fase de construção, são estimados 500 empregos diretos, além de 100 vagas permanentes na operação do parque.
A ideia é que o cenário atual, em que hoje 40% dos produtos consumidos no Ceará chegam por outros modais, principalmente o rodoviário, seja transformado em abastecimento integral por meio do novo empreendimento, por navios de grande escala, com potencial ainda de atender os estados vizinhos pelo modal ferroviário, em ligação com a Transnordestina.
A previsão é de que as obras sejam concluídas em agosto de 2027 e nesse período está determinada a transferência das empresas que atuam no Porto do Mucuripe para o Pecém. (Com informações do jornalista Armando de Oliveira Lima)