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Governo Elmano passará por mudanças com secretários saindo para disputar eleição
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Governo Elmano passará por mudanças com secretários saindo para disputar eleição

Nomes como a vice-governadora, Jade Romero, e o secretário da Casa Civil, Chagas Vieira, já sinalizaram que devem se desincompatibilizar
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GOVERNADOR Elmano fez reunião com secretários (Foto: FERNANDA BARROS)
Foto: FERNANDA BARROS GOVERNADOR Elmano fez reunião com secretários

A equipe de secretários do governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), passará por uma série de mudanças nos próximos meses. A movimentação deve ocorrer entre o fim de março e o começo de abril e tem motivação eleitoral; os secretários precisam se desincompatibilizar seis meses antes das eleições de 2026 - marcadas para outubro - para estarem aptos a concorrer aos cargos eletivos em disputa. Uma parcela relevante do secretariado cearense deve deixar os comandos das respectivas pastas até lá.

Nos bastidores, especula-se que pelo menos uma dúzia de secretários pode estar nesse recorte. Entre os cotados para se desincompatibilizar até abril estão nomes como: Jade Romero (vice-governadora e secretária da Proteção Social); Chagas Vieira (Casa Civil); Zezinho Albuquerque (Cidades); Luísa Cela (Cultura); Domingos Filho (Desenvolvimento Econômico); Lia Gomes (Mulheres); Adelita Monteiro (Juventude), dentre outros.

No sábado, 20, Elmano reuniu secretários no Palácio da Abolição, em Fortaleza, para um balanço anual da gestão. A jornalistas, o governador falou sobre os impactos de eventuais mudanças e de como será o processo de substituição dos titulares das pastas.

“Nós estabelecemos alguns critérios. Vamos conversar com o nosso secretariado, mas a minha opinião é que quanto mais tempo o secretário ficar, melhor. Para que ele possa dar seguimento ao planejado (...) Evidentemente, que o secretário, quanto mais tempo ficar, mais compromisso, mais prazo ele vai ter para colaborar para as metas (de governo)”.

Elmano destacou que os secretários devem continuar nas funções até próximo do prazo determinado pela Justiça Eleitoral. “Está estabelecido que, até o prazo legal para quem vai se afastar para a campanha, fica na secretaria. Portanto, até o começo de abril. E vamos conversar para poder escolher (o substituto), provavelmente, dentro das equipes”.

Apesar de sinalizar que quem já está nas secretarias deve substituir quem sair, o petista indicou que a análise ocorrerá caso a caso. “Essa é a prioridade, mas não necessariamente será assim em todos os casos. Mas aquela pessoa que já conhece o programado, que possa efetivamente dar garantia de seguimento. Então, até final de março ou começo de abril, o secretário deve ficar e vamos ter esse prazo para escolher quem fica no lugar”.

Na reunião do secretariado, Jade Romero e Chagas Vieira sinalizaram que devem deixar os cargos no período. Jade confirmou que irá se desincompatibilizar. Apesar disso, não está certo se ela seguirá como vice na chapa de Elmano ou se disputará outro cargo.

“Independentemente do cargo que vá concorrer, tenho que me desincompatibilizar em abril, seja para me manter na chapa como vice, seja para concorrer a cargo proporcional. Isso só vai ser definido em junho ou julho (...) Vamos deixar a eleição para depois, mas obviamente a legislação pede que quem vai ser candidato se desincompatibilize antes. Então, com certeza, vou me desincompatibilizar para estar à disposição”, confirmou.

A vice-governadora também é cotada para concorrer a deputada federal. Em julho, ela falou sobre a possibilidade: "Estou muito feliz onde estou, mas quando começaram a levantar a possibilidade de ser deputada federal, isso começou também a me brilhar os olhos”.

Chagas, que já foi cotado como nome para o Senado ou para a vice de Elmano, sinalizou que deve deixar o posto na Casa Civil para estar disponível. “Há uma possibilidade boa de eu me desincompatibilizar também”, disse ao ser questionado pelo O POVO.

Indagado sobre pesquisas em que aparece entre possíveis candidatos, Chagas reforçou que estará à disposição. “Fico feliz de ser citado, mas essa discussão eleitoral vai ser feita no ano que vem. Mas devo estar me desincompatibilizando no início de abril”.

A secretária da Juventude, Adelita Monteiro (Psol), também informou que "há possibilidade" de se desincompatibilizar para concorrer no pleito. “A orientação do governador é que continuemos focados em trabalhar para entregar as políticas públicas, mesmo no ano eleitoral. A desincompatibilização, se ocorrer, será após o mês de abril”, reforçou.

Outros nomes que podem se desincompatibilizar por motivações eleitorais são: Eduardo Bismarck (Turismo); Fernando Santana (Recursos Hídricos); Moisés Braz (Des. Agrário) Oriel Nunes (Pesca e Aquicultura); Erich Douglas (Proteção Animal) e Vladyson Viana (Trabalho).

Domingos Filho destaca PSD como terceira força e diz que partido quer ser ouvido para 2026

O secretário do Desenvolvimento Econômico e presidente do PSD Ceará, Domingos Filho, destacou os feitos do partido no Estado e afirmou que a sigla quer ser ouvida nas articulações para as eleições de 2026. O PSD integra a base do governador Elmano de Freitas (PT) e já sinalizou, anteriormente,o interesse integrar a chapa majoritária no ano que vem. 

Ao O POVO, Domingos Filho não ofereceu muitos detalhes sobre as movimentações do partido e disse que o assunto será discutido apenas durante as convenções, em julho de 2026. O secretário afirmou que a sigla considera “desnecessário” definir candidaturas antes desse período. 

“Respeito a todos os demais partidos e a todos os demais postulantes, que cada qual estabeleça a sua estratégia. O PSD acha que momentos como esse são momentos desnecessários para deflagrar um processo de definição de candidatura. Até porque ela só ocorre nas convenções que iniciam a partir do dia 15 de julho. Então, a circunstâncias políticas do momento, circunstâncias nacionais, as circunstâncias estaduais é que estabelecem como é que se dá essa composição”, avaliou.

Domingos também falou sobre a força do PSD no Ceará, mencionando os resultados obtidos nas últimas eleições, e indicou que o partido quer ser ouvido no ano que vem, mas no “momento certo”.

“É natural que, se o nosso partido é a terceira força consolidada, acabou de sair das eleições com esse resultado, em número de prefeitos, em número de pessoas representadas, em número de bancadas, que o partido queira ser ouvido para isso, mas vai ser no momento certo, no momento adequado, sem nenhum estresse”, disse.

No final de 2023, a sigla deu os primeiros passos na base governista quando anunciou a saída da Prefeitura de Fortaleza, deixando a aliança com o ex-prefeito José Sarto (PSDB). Em 2024, o partido chegou a cogitar o nome do deputado federal Célio Studart (PSD), o segundo mais votado em Fortaleza, para o cargo de prefeito.

Porém, a aliança com o PT resultou na indicação do nome de Gabriella Aguiar (PSD) para disputar como vice na chapa de Evandro Leitão (PT). Gabriella é filha de Domingos Filho e da prefeita de Tauá, Patricia Aguiar (PSD). 

Além da vice-prefeitura em Fortaleza, o PSD garantiu 16 prefeituras em todo o Estado, incluindo Caucaia, com a eleição de Naumi Amorim (PSD), se consolidando como um dos maiores aliados do PT no Ceará ao lado do PSB.

O PSD-CE também é representado na Câmara dos Deputados com os deputados federais Célio Studart, Luiz Gastão e Domingos Neto, filho de Domingos e Patrícia e coordenador da bancada cearense em Brasília.

Com isso, o partido busca espaços na chapa governista em 2026, seja pela posição de vice do governador Elmano, atualmente ocupada por Jade Romero (MDB), ou por uma das vagas ao Senado.

Em setembro, o presidente nacional do partido, Gilberto Kassab, se reuniu com o ministro Camilo Santana, Domingos Filho e com o deputado federal Domingos Neto e pediu para a sigla ocupar espaços majoritários do bloco governista.

Em meio a essa busca, Patrícia Aguiar, esposa de Domingos, é cotada para deixar o comando do município no ano que vem para ser indicada a um dos cargos na chapa. Em 2018, Patrícia foi eleita deputada estadual e, em 2020, deixou o cargo para concorrer à Prefeitura de Tauá. Em 2024, foi reeleita para mais um mandato à frente do município com 70,03% dos votos. 

A chapa majoritária para 2026 terá quatro cargos mais destacados: governador, vice-governador e as duas vagas para o Senado. Haverá ainda quatro vagas de suplente, duas de cada um dos candidatos à Câmara Alta.

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