
O tempo é uma convenção. Na Etiópia, por exemplo, o dia começa exatamente ao amanhecer, não à meia-noite. Assim que o Sol nasce (por volta das 5h30min de Fortaleza) o relógio etíope começa a rodar. Às nossas 11h59, para eles é o entardecer, e então começa a noite. Não há conversão que ajude a conciliar o tempo deles com o nosso.
Isso sem contar o ano em que vivem: 2018. Por usarem o calendário Juliano, com 12 meses de 30 dias, o país vive um tempo diferente do resto do mundo. Aliás, ele também comemora o recomeço em outro momento, no dia 11 de setembro. Nosso primeiro de janeiro, tão esperado por nós para transformar nossas vidas, é mais do que nunca um dia comum na Etiópia.
Essas diferenças ocorrem, em parte, por influência religiosa. O calendário Gregoriano foi instituído pelo papa Gregório XIII em 1582 para alinhar a Páscoa com a primavera, substituindo justamente o calendário Juliano, ainda usado no país africano.
Não é de se estranhar, portanto, que outras religiões contem o tempo de forma diferente. É o caso dos muçulmanos, com o calendário Lunar, e para os judeus, com o calendário Lunissolar. Então, como pensar o recomeço para além das datas no papel impresso e dos ponteiros do relógio?
Se o momento de recomeçar é flexível, quando e como defini-lo? O POVO convidou seis religiosos, de diferentes matrizes e vertentes espirituais, para responderem à pergunta.

Em clima de reencontro, atravessamos mais um ano e trazemos histórias de personagens que emocionaram, envolveram e encantaram o público, em reportagens veiculadas nas plataformas do O POVO+. São protagonistas da vida cotidiana que encaram passado, presente e futuro