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O Brasil que o vencedor de hoje vai encontrar em 2023
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O Brasil que o vencedor de hoje vai encontrar em 2023

|ECONOMIA| Previsão de baixo crescimento do PIB, Selic ainda em patamar elevado e alta dívida pública são apenas alguns dos desafios para o presidente a ser eleito nas próximas horas
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Para economistas ouvidos por O POVO, panorama atual da economia brasileira é preocupante, seja qual for o presidente a ser eleito (Foto: FERNANDA BARROS)
Foto: FERNANDA BARROS Para economistas ouvidos por O POVO, panorama atual da economia brasileira é preocupante, seja qual for o presidente a ser eleito

Seja quem for eleito presidente da República na noite de hoje, passada a euforia da vitória, precisará se debruçar sobre um cenário econômico conturbado. O atual panorama da economia brasileira é afetado por pelo menos três conjuntos de fenômenos.

O primeiro decorre ainda dos efeitos da pandemia de Covid-19, que tirou a vida de quase 690 mil brasileiros e levou a ciclos de restrições das atividades econômicas, mais ou menos intensos a depender do momento epidemiológico e das particularidades regionais de cada município ou Estado brasileiro.

O segundo tem relação com medidas adotadas pelo próprio Governo Federal nos últimos anos, especialmente na tentativa de conter a alta inflacionária verificada mais fortemente entre o segundo semestre de 2021 e o primeiro semestre de 2022, bem como para a implantação do Auxílio Brasil (substituto do programa Bolsa-Família), em meio às limitações do teto de gastos.

Por fim, um cenário internacional com uma guerra entre Rússia e Ucrânia sem previsão para acabar e com possibilidade de agravamento, tendo consequências imediatas e de longo prazo para o conjunto da economia global. A propósito, grandes potências como Estados Unidos, Reino Unido, União Europeia e China enfrentam dificuldades como baixo crescimento, inflação e risco de entrar em recessão, tudo isso com potencial para atingir o Brasil.

Pegando uma fotografia do momento, a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2022 é de 2,76% e em 2023 de 0,65%. O País também voltou ao Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU) em 2022 e o indicador mais recente de pobreza, que é do ano passado, aponta para 29,62% da população brasileira vivendo nessas condições, quase cinco pontos percentuais acima do registrado em 2020.

Para a presidente do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE), Silvana Parente, “o panorama atual da economia brasileira é preocupante, seja qual for o presidente. É preciso um conjunto de políticas econômicas para superá-lo”.

Entre as quais destaca: reforma tributária, revisão do teto de gastos, administração da relação dívida-PIB e retomada da capacidade do Estado de investir em inovação, inclusão social e transição para uma economia de baixo carbono.

Cláudio Considera, coordenador de contas nacionais do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV-Ibre), lista como desafio para o presidente a ser eleito os efeitos da guerra russo-ucraniana sobre o País.

O POVO consultou os dois analistas sobre sete temas que estarão entre os principais desafios econômicos: PIB, inflação, juros, dívida pública, endividamento das famílias, pobreza e geração de emprego.

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