Daniela Cabral ainda se encanta quando escuta a história dos pais, Raimundo e Marlene Cabral. O amor à primeira vista teve aprovação do avô, Raimundo Alves, que além de abençoar a união, deu uma dica para o casal: por que não montar uma loja de materiais de construção? Assim a dupla o fez.
O negócio, que então se chamava Araújo Cabral & Alves LTDA e ocupava um imóvel de 1,5 metro de largura e 2,5 metros de comprimento nos anos 1950, começou como uma loja de venda de tintas, se transformou no Grupo Acal e deu origem a dez lojas.
Daniela, hoje CEO, viu e participou de cada concepção e inauguração. Ainda criança, gostava de brincar como caixa e de embalar as mercadorias dos clientes, mas se identificava mesmo com a função de secretária, de ter acesso e “tomar conta” de tudo.
A brincadeira de infância foi interrompida no início da vida adulta, quando mudou-se com o marido Gilberto Costa para o Piauí. O tino empresarial a fez propor ao pai a abertura de uma Acal em Teresina. Mas foi rebatida com a ideia do casal retornar a Fortaleza e liderar os negócios ao lado do pai.
E foi assim por 15 anos. A despedida do patriarca, em 2009, não significou o fim de um legado. Pelo contrário. Hoje, o Grupo Acal segue em expansão, abrindo lojas e definindo novos sistemas para conhecer e atuar em mercados até então não explorados pelo grupo.
Na diretoria, membros da segunda e terceira gerações atuam juntos, tendo o suporte profissional de dois conselhos, o consultivo e o de sócios. Além de “participações especiais” da matriarca e fundadora, Marlene Cabral.
Em nome da família, Daniela afirma o desejo de manter a evolução do negócio ao longo de gerações e compartilha a necessidade de perpetuar a empresa a partir da definição de papéis e do respeito e preservação da essência original.
Conheça a trajetória do Grupo Acal pelo ponto de vista de Daniela Cabral e compartilhada com O POVO.
Sobre a empresa
Fundação
Nome: Grupo Acal - Araújo Cabral & Alves LTDA
Data da fundação: 13/09/1954
Fundadores: Raimundo de Araújo Cabral e Marlene Alves Cabral
Presidentes: Gilberto Costa (conselho consultivo), Ritelza Cabral (conselho de sócios) e Daniela Cabral (CEO)
Produtos e funcionários
Tipos de produtos: Materiais para reforma e construção
Unidades (quantidade e cidades): 10 lojas, sendo duas Conceitos e oito home centers, e um centro de distribuição. Presente em Fortaleza, Caucaia, Eusébio, Maracanaú e Sobral.
Faturamento anual: R$ 133,7 milhões em 2024
Número de funcionários: 373 colaboradores
Principais ações ESG
Doação de materiais de construção para produção de objetos de artesanato e pequenas reformas; carregamento gratuito de carros elétricos; estação de tratamento de efluentes na unidade Washington Soares; trabalho voluntário no projeto Tapera das Artes; Projeto Acal Academia, para colaboradores; Acal Reforma a Minha Casa: para o colaborador reformar seu lar
O POVO - Seus pais começaram a Acal como uma pequena venda de tintas. Como surgiu a ideia do negócio?
Daniela Cabral - Quando meu pai se casou com a minha mãe, ele tinha um sonho. Ele era representante comercial e queria empreender para ter uma condição financeira melhor. E foi meu avô, em um diálogo com ele, quem deu essa ideia e na mesma hora ele sentiu uma simpatia pelo negócio, porque realmente sempre teve um tino muito grande para a construção civil.
Então vender material fazia muito sentido para ele. Foi aí que começou o sonho de ter a sua própria empresa. Começou em uma loja pequena, vendendo apenas tinta, e o negócio foi crescendo.
Abrimos a primeira loja na Floriano Peixoto, maior, com mais opções de materiais. E, com a graça de Deus, o negócio foi expandido, pela capacidade que ele tinha sempre e com uma sabedoria muito grande de crescer à medida que ele tinha condição.
Papai sempre foi muito pé no chão. E nós continuamos com a mesma conduta que ele tinha.
OP - Como foi a infância de vocês, sempre estiveram dentro da loja ou não participavam tanto?
Daniela - Tanto a minha infância como a dos nossos filhos, e agora dos nossos netos, foram e são dentro da empresa. No meu caso, todas as férias o papai me levava para trabalhar.
Eu trabalhava um expediente e ainda ganhava! Ele brincava comigo, dizia que era a minha mesada. ‘Você vai trabalhar um expediente, no outro você brinca.’ E assim foi, eu realmente ia um expediente para empresa e lá ele sempre me dava atividades.
Ia para (o setor de) cobrança fazer cobrança, eu ia para o caixa fazer venda, adorava empacotar a mercadoria do cliente, me sentia o máximo, pequenininha, com sete, oito anos de idade.
E adorava ser secretária dele. Isso era uma coisa que eu me orgulhava. Ali, ao lado da secretária, tinha essa sensação de estar ali tomando, junto com ele, conta do negócio. Então isso sempre foi uma coisa que me trouxe muito prazer.
E com os nossos filhos também fizemos a mesma coisa. Para que pudessem, desde pequenos, já ter esse amor ao negócio. E eu creio que isso traz uma sensação diferente de quem não tem essa oportunidade, já chega com o negócio pronto.
Ao longo do trabalho, você vai aprendendo. Hoje eu tenho um conhecimento geral de toda a empresa, porque passei por todas as áreas. E isso começou lá atrás. Então é muito importante, eu acredito, para as empresas familiares darem essa oportunidade.
Como também dar oportunidade para que só fique quem tem realmente vontade de ficar. Não dá para desempenhar bem um trabalho se você se sente em outro canto. Importante se sentir no lugar onde você está para produzir bem, fazer a diferença.
É o que a gente quer, que cada um, naquilo que faz, seja protagonista e se sinta dono daquilo para fazer a diferença para o cliente.
OP - O que a senhora recorda em relação aos seus pais? O que aprendeu com eles que não abre mão e também repassou para os seus filhos?
Daniela - Primeiro a honestidade, o espírito de família. Papai tinha isso muito forte, minha mãe também. Eu gosto de cuidar da família. E eu tenho a empresa também como uma grande família.
Uma das coisas que eu sempre penso que a gente nunca pode esquecer é que, para alcançar maiores resultados e para se obter sucesso na vida, precisamos de determinação, de força de vontade e acreditar.
Nunca desistir, não achar que as coisas são impossíveis. Isso está em mim e vem um pouco deles também. Essa força de querer alcançar algo, desejar algo, a gente não desiste fácil.
OP - Há 25 anos, a Acal precisou passar por uma adaptação com o início das obras do Metrofor, na Tristão Gonçalves, no Centro de Fortaleza. Qual foi o impacto dessa mudança para vocês?
Daniela - O papai dizia que todo grande momento difícil traz um momento bom, posteriormente. Porque ele nos faz vencer o impossível. Naquele momento, pensar que a sua principal loja ia ser fechada e não saber por quanto tempo ia ser aquilo... Poderia parecer até uma situação crítica.
Mas, muito pelo contrário, fechamos a loja, reformamos e a tornamos o primeiro home center de Fortaleza. Então, após a passagem do metrô, estávamos com uma loja extremamente moderna, atualizada, bem localizada.
Para a época, o Centro era o espaço onde todos iam fazer compras. E tinha ali à disposição uma grande loja, com tudo para sua casa, para construir e reformar.
OP - Em que momento perceberam que era possível e necessário expandir, criar uma loja conceito e estar em outros bairros da Cidade?
Daniela - Nós tínhamos duas lojas quando o papai faleceu. E nesse período, a gente disse: ‘a cidade está crescendo’. Em uma pesquisa que fizemos, observamos que o consumidor não se deslocava mais às lojas de material de construção, eles as buscavam nos próprios bairros.
Então, percebemos que havia necessidade de se aproximar mais do consumidor. Foi quando a gente começou a colocar loja nos bairros que teriam capacidade de absorver a demanda. E assim foi seguindo.
Somos muito pioneiros em abrir em bairros ainda pouco populosos. Não é à toa que a nossa loja de Messejana foi uma das primeiras também naquela região. E daí seguimos: Caucaia, Maracanaú e abrimos a loja conceito no olhar de um público diferenciado.
Hoje temos uma demanda de assistir também ao arquiteto, que tem o desejo de ter uma loja mais aconchegante, mais intimista, que possa dar ao cliente não só o conforto, mas os principais lançamentos, e também a oportunidade de apresentar o seu trabalho dentro da própria loja.
E, mais recente, veio a franquia. Temos uma marca sólida, bem consolidada. Percebemos que as lojas quando seguem para o interior têm muita dificuldade de levar consigo os seus valores, a sua cultura e a se moldar à cultura da região, que também é diferenciada.
Foi nesse pensamento que surgiu a franquia. De termos a nossa loja, com o nosso jeito, mas também com a cultura da região. Buscar esse parceiro para trazer a força da nossa marca juntamente ao jeito que aquelas pessoas gostam de ser tratadas.
E isso deu muito certo. Hoje estamos num processo de expansão mais forte das franquias para chegarmos ainda mais no interior do Estado. Somos nove lojas, temos a primeira franquia e já estamos com outras duas para inaugurar esse ano, se Deus quiser. Serão três, em três regiões diferentes.
OP - Com o crescimento da Acal, como foi a organização da gestão e a divisão de tarefas dentro da empresa?
Daniela - Foi uma coisa muito natural. As filhas foram entrando no negócio e as que foram se adaptando, gostando, foram ficando. Eu fui uma das que, desde o primeiro momento, amei trabalhar na empresa e gostava do que fazia, desde o princípio. Trabalhar em uma operação de caixa, em um secretariado.
Iniciei pela formação em contabilidade e foi muito bom. Depois passei para a área de recursos humanos, onde cuidei e ainda busco cuidar da empresa, porque acredito que são as pessoas quem fazem a empresa. Por isso, é necessário que elas tenham amor ao negócio, ao que fazem, ao que desenvolvem.
Comecei lá atrás, cuidando e trafegando em todas as áreas da organização e hoje estamos aqui. Assim foram os nossos filhos também. A gente tem uma formação em que eles entram como estagiários para aprender o negócio, passam por todas as áreas e depois definem a aptidão que têm.
Vão para fora e voltam, se quiserem. Temos três filhos no negócio, todos eles circularam pela empresa, depois tiveram a oportunidade de trabalhar fora. No momento certo e oportuno, buscamos eles, como a gente também foi convidada a voltar ao negócio.
Estamos muito felizes com a família toda, meu esposo, eu, dando sequência a esse legado tão lindo que foi construído pelos meus pais, e hoje assistindo os nossos filhos também cuidando tão bem e levando os nossos valores, o acolhimento, o conhecimento, a atitude, laços que são muito fortes entre nós, que vieram desde a raiz deles até a data de hoje.
E acima de tudo construindo um propósito que nasceu lá atrás, de uma lojinha pequenininha que era fazer com que as pessoas que reformavam ou construíam, tivessem o prazer de estar nos seus lares, de se sentirem felizes onde estivessem.
OP - Pode falar sobre a perda do seu pai? Como ela impactou a rotina tanto da família quanto da Acal?
Daniela - Eu digo que o papai foi muito sábio, porque ele “resgatou” a gente muito cedo. Eu me casei, fui morar fora, passei sete anos no Piauí e um dia chamei papai para conversar e por uma loja em Teresina. E ele disse que não e que eu voltasse para tomar conta das empresas.
Ou a gente voltava ou ele desistiria do negócio, porque não ia ter sucessão. E aí eu conversei com o Gilberto, ele topou. A gente teve um tempo muito bom com ele, absorveu muito conhecimento, principalmente a seriedade de como levar as dificuldades, os momentos difíceis.
Passamos com o papai praticamente 20 e poucos anos, levando a empresa junto com ele. Então a transição, em termos de negócio, foi muito fluida. A saudade é que ainda hoje a gente tem muito, porque ele é uma figura muito forte.
Em todo canto, em toda loja eu encontro gerações que compram conosco há muito tempo, que falam dele, de como ele era, como ele atendia, contam histórias. Não só dele, mas da mamãe também. São pessoas fortes, muito bem quistas em toda a sociedade.
A gente se orgulha muito disso. Enquanto filha, enquanto família. E hoje o que a gente traz muito disso. Sempre tive muito forte a certeza de que eu não poderia deixá-los morrer nunca dentro da organização.
Conheça o legado familiar: descendentes
Filhos: Cabral Neto, Gilberto Filho, Tiago e Emanuel | Netos: Chloe, Luca, Joaquim, Ravi
Então eu trago a figura deles muito viva sempre, dentro do que é possível ser feito, porque entendo que tudo nasceu com eles, tem uma história e tem valores que precisam ser preservados. E é isso que a gente fez. A gente transforma esses valores para o nosso dia a dia.
A nossa mandala traz a nossa cultura organizacional e todo mundo que a vê, diz: ‘Eu nunca vi uma coisa tão fidedigna’. Porque tem todo o nosso jeito de ser, de atender. É como a gente encanta os nossos clientes.
Acho que a nossa história não está só no que o papai construiu, nem no que a gente construiu, mas sim, também nos nossos filhos, que trazem a tecnologia, a inovação, o olhar para os dias de hoje. Essa multicultura, do passado, do presente e do futuro, forma essa Acal de hoje.
OP - O primeiro processo de sucessão da empresa foi a passagem da presidência da sua mãe para você?
Daniela - Não, o primeiro processo de sucessão aconteceu após o falecimento do meu pai. Aí Gilberto assumiu comigo. Ele à frente da área comercial e de compras e eu assumi a parte administrativa financeira da organização e a área da logística. Depois de 8 anos, tivemos uma empresa que veio e fizemos uma nova reestruturação da organização.
E aí foi onde tivemos a construção do conselho consultivo, Gilberto foi para a presidência do conselho e eu assumi a organização. No momento estamos com os três filhos na diretoria. Eu estou como diretora-executiva.
OP - Hoje vocês possuem conselhos, consultivo e de sócios. Como e por que eles foram idealizados?
Daniela - Todas as decisões que tomamos foram a partir de nossas dores e desejos. Aquilo que a gente percebia que o negócio precisava e que a gente entendia que fazia sentido. Eu percebi que havia uma necessidade no olhar, principalmente da segunda para a terceira geração.
Quando a gente vai passando de uma geração para outra, se torna ainda mais necessário estruturar. Por isso tem um conselho de família e um conselho de sócios, para que as pessoas e os filhos também saibam onde eles se inserem no negócio, os papéis.
Tivemos uma oportunidade muito boa. O Cícero Rocha (do Instituto Empresariar) nos trouxe esse entendimento da gente tanto valorizar a família como o negócio, porque ambos são importantes.
Se eu não cuidar dos dois, eu ponho em risco o negócio. E a gente sempre cuidou, mas realmente nos trouxe um olhar muito mais criterioso, principalmente para quem também está fora dele. E a família que está fora do negócio também tem que ter o entendimento.
Porque como somos uma empresa familiar, os filhos, os netos, também não deixam de ser sócios. Então, a gente precisa cuidar para que essa estrutura nos ajude nas nossas reuniões, nas nossas tomadas de decisões.
E teve um momento na empresa que a gente entendeu que, para o negócio se perpetuar, ele precisava estar melhor estruturado. Facilitar os papéis, a organização das pessoas, a empresa, entender o que cada um fazia.
De certa forma, todo mundo se envolve em tudo. Por mais que tenha uma área responsável, a gente sempre é chamado para opinar sobre outra área.
Então, o conselho veio para nos dar essa estrutura, a gente entender quem traz as diretrizes, quem realmente aconselha o negócio, quem nos ajuda na estratégia, quem executa mesmo a operação e quem está à frente para a operação funcionar.
Daí a gente realizou toda essa reestruturação na organização. Foi muito bom, foi um passo muito importante. A gente trouxe a Fundação Dom Cabral, com quem trabalhamos logo após a morte do nosso pai.
Precisamos construir a holding da família, separar o negócio entre os membros. Não tínhamos feito isso com ele em vida, então a gente, infelizmente, teve que fazer após a saída dele.
Como a gente é uma família muito unida, mesmo tendo as nossas diferenças, a gente encontrou o melhor caminho. Na família e na empresa também. E isso facilitou o pipeline, a organização e o entendimento dos colaboradores do que é o papel de cada um.
OP - Vocês têm um constante cuidado com a marca, seja visualmente, a estética, quanto institucional. Para vocês, o que essa atenção representa?
Daniela - A nossa marca leva a nossa história, então eu acho que ela tem que ser muito cuidada. Meu filho, o Cabral Neto, diretor da área de marketing, é muito criterioso com isso e cuida muito bem dessa área.
Ele busca sempre manter a marca realmente bem posicionada. Recentemente passamos por um
Isso foi muito importante. E a gente vem fazendo isso ao longo desses 70 anos, desde o papai, lá atrás. A gente sempre conservou a marca, criada por ele lá atrás.
Muitas vezes as pessoas perguntam porque ela tem esse formato, o “L” traz uma gota. É porque era a tinta, tudo começou com ela, como se você tivesse desenhando o L e caindo uma gotinha da tinta.
Hoje, é fundamental o olhar para cada nicho de negócio e trazer a modernidade da marca, mas conservando a essência. É isso que a gente faz no dia a dia, para ela se comunicar muito bem com o público.
OP - Nas últimas décadas, vimos a atenção e o respeito da Acal no atendimento ao cliente, tendo a tecnologia como aliada. Vocês sempre estiveram de olho nessas inovações e na forma de aplicá-las ao negócio?
Daniela - Eu digo que nós temos 70 anos, mas somos jovens. Porque a gente tem no DNA a preocupação em manter sempre a atenção no olhar pro cliente, os desejos, os anseios, as necessidades. E como a gente pode transformar a nossa organização, trazer mais agilidade.
A nossa operação é de fácil acesso ao cliente por onde ele vier, seja pelo e-commerce, pela nossa central de vendas, pelo atendimento de pessoa jurídica, em uma loja conceito. A gente quer estar próximo do cliente e poder atendê-lo.
OP - A Acal fez 70 anos. Como a senhora visualiza mais 70 anos de empresa? Quais são as expectativas e como trabalham principalmente as questões ESG?
Daniela - Esses 70 anos já trouxeram um crescimento, mas ninguém pode dizer que não queremos chegar mais longe. Com certeza não conseguirei ver daqui a 70 anos, mas tenho fé que eu vou me orgulhar dos nossos filhos levando a mais e mais pessoas, que elas tenham a oportunidade de serem servidos por nossa empresa.
Construímos a Academia Acal, uma universidade corporativa para que a gente fortaleça os nossos valores, os pilares da organização, no intuito de que, ao crescer a empresa, ela ir mais longe.
E é muito forte em nós esse sentido do serviço, não só do crescimento para dentro da organização, mas também do crescimento das comunidades que estão ao nosso redor.
Hoje temos um trabalho social belíssimo, a Tapera das Artes, que a gente apoia fortemente. É um trabalho voltado para crianças em situação vulnerável. Através da música, a gente consegue transformar o ambiente dessas pessoas.
Além de outros trabalhos que a gente também ampara em nossas comunidades, fazendo com que a empresa não fique fechada em si mesmo. Além de chegarmos aos lares, através da construção, chegando também à comunidade, à sociedade, levando também o nosso calor humano que a gente tem forte dentro de nós.
OP - Na sua avaliação, qual o legado que Acal deixa para a economia cearense?
Daniela - Empresas que trazem muito respeito e muita credibilidade deixam uma força para o mercado, o mercado aguerrido, como é hoje, difícil, a gente consegue mostrar que é possível a gente vencer todas as etapas difíceis que o nosso Brasil nos faz trilhar.
Somos uma família que trabalha muito em prol de manter os nossos negócios sólidos, sustentáveis. E uma empresa que pratica todos os direitos, uma tradição que passa e que não é muito fácil de se ver.
A gente percebe que as empresas que vão avançando nas gerações, elas são mais difíceis de se manter no mercado.
Creio que deixamos essa inspiração para todos, de que é possível vencer todas as etapas que nos são postas na vida com força de vontade e, principalmente, com modernização, não deixando as empresas se perderem.
A gente percebe as tendências e sabemos que o comportamento do consumo vai se modificando, então a gente tem que ir se adequando a esse comportamento e trazendo a inovação a nosso favor.
OP - E o que representa para você construir casas?
Daniela - Se eu dissesse a primeira coisa, é alegria, é prazer, energias positivas, uma sensação indescritível. Você chegar na loja e encontrar alguém que construiu toda a sua casa do zero conosco!
A gente ver a pessoa elogiando o trabalho que a gente executou, os produtos que a gente vende… São, fundamentalmente, o nosso propósito sendo de fato realizado. É indescritível, é uma sensação muito, muito boa.
As pessoas passaram pela pandemia e a gente viu o quanto elas, muitas vezes, não cuidavam dos seus lares, do seu ambiente de trabalho. E a gente percebeu a volta do prazer disso, do cuidar. Você vive muito tempo no seu lar e agora mais do que nunca, porque você trabalha muito de home office.
Linha do tempo: a história da Acal
Ter uma sala bem adaptada que facilite, um piso gostoso de pisar, ter um chuveiro bom para tomar um banho... São pequenas coisas, mas que fazem muita diferença para você se sentir cada vez mais feliz.
O que nos alegra é realmente trazer esse propósito na prática. Não é a venda do material, mas é a alegria das pessoas ao construírem os sonhos de suas casas ou de seu ambiente profissional e se sentir feliz com aquilo que construiu e que tem uma grande durabilidade.
Primamos em vender produtos de qualidade, que possam não só trazer conforto, mas também durabilidade.
Bolo de iogurte
Fomos recebidos com um grande café da manhã, no qual a estrela era o bolo de iogurte, preparado pela própria Daniela. Ela afirma que os amigos sempre pedem que ela o prepare para os encontros.
Amor nas cartas
Enquanto a equipe ajeitava os equipamentos para as gravações, dona Marlene contou como conheceu o sr. Cabral. “Meu xale enroscou-se no botão da camisa dele”, disse. Antes do encontro, uma cartomante havia informado a ele que se apaixonaria por uma mulher que fazia aniversário no mesmo dia que o seu. Ambos são de 12 de julho.
Carros antigos
Entre uma entrevista e outra, Gilberto revelou sua paixão por carros antigos, entre eles fuscas, um Dodge Le Baron, um Corvette C1, um Fórmula V e um Jeep Militar. Além de utilizá-los no dia a dia, ele também troca os automóveis com outros colecionadores.
Uma série de entrevistas especiais com grandes empresários que deixam legados para a sociedade e a economia do Ceará