Negócios de impacto: lucro e questões socioambientais em jogo
Carol Kossling é jornalista e pedagoga. Tem especialização em Assessoria de Comunicação pela Universidade de Fortaleza (Unifor) e MBA em Marketing pela Faculdade CDL. Pautou sua carreira no eixo SP/CE. Fez parte da editoria de Economia e foi editora de Projetos do Grupo de Comunicação O POVO. Atualmente cursa dois MBA em ESG - Trevisan e Faculdade CDL
Negócios de impacto: lucro e questões socioambientais em jogo
Ceará tem avançado na agenda de impacto, impulsionada por iniciativas inovadoras e políticas públicas.O Estado aderiu ao Sistema Nacional de Economia de Impacto (Simpacto) e tem o Comitê Estadual de Negócios de Impacto (Ceni)
O Ceará tem avançado na agenda de impacto, impulsionada por iniciativas inovadoras e políticas públicas. Desde o segundo semestre do ano passado, o Estado aderiu ao Sistema Nacional de Economia de Impacto (Simpacto) e tem o Comitê Estadual de Negócios de Impacto (Ceni).
Ele é vinculado à Secretaria do Desenvolvimento Econômico (SDE) e tem como premissa propor, monitorar, avaliar e articular a implementação da Política Estadual de Investimentos e Negócios de Impacto. Mas o termo ainda é desconhecido por grande parte da população.
A coordenadora da Coalizão pelo Impacto em Fortaleza, Carla Esmeraldo, explica que negócios de impacto são empreendimentos que têm a missão de gerar impacto socioambiental ao mesmo tempo que geram resultado financeiro, garantindo a sua sustentabilidade. Diferentemente das Organizações Não Governamentais (ONGs), entidades privadas sem fins lucrativos.
“É um modelo de negócio que não busca apenas lucro, mas também a criação de um legado positivo para a sociedade e o meio ambiente, equilibrando as necessidades financeiras com a responsabilidade social”, detalha.
O Ceni conta com representantes de várias secretarias e entidades, incluindo a SDE, a Secretaria da Fazenda (Sefaz), a Agência de Desenvolvimento do Estado (Adece) e universidades. Além disso, conta com a participação da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece), Sebrae Ceará e do setor produtivo.
Segue até 31 de janeiro, as inscrições para mapear os negócios de impacto e as empresas dinamizadoras, como por exemplo, aceleradoras, incubadoras, hubs de inovação, organizações de apoio, financiadoras e universidades, do Estado na plataforma Impacta Ceará.
Elas são gratuitas e podem ser feitas por meio de formulários eletrônicos. Os links estão disponíveis no Instagram @coalizaopeloimpacto.
A proposta é que a plataforma seja uma vitrine para os negócios de impacto, além de reunir informações e oportunidades das organizações de apoio e dinamizadoras no Estado.
Entre o conteúdo disponibilizado, além dos contatos dos negócios, estarão eventos, cursos, metodologias abertas e conexões estratégicas, para promover a cultura de negócios socioambientais e impulsionar o desenvolvimento sustentável da região.
COP 30
Definiu-se o nome do presidente da COP 30, importante conferência mundial sobre mudanças climáticas, que acontecerá em Belém, no Pará, em novembro, será o embaixador André Corrêa do Lago, secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações exteriores.
Ele é economista e trabalha com desenvolvimento sustentável. Já foi diretor do Departamento de Energia e do Departamento de Meio Ambiente. E, também, negociador-chefe do Brasil para mudança do clima; para a Rio+20; e embaixador no Japão, na Índia e no Butão.
E a diretoria-executiva será ocupada pela atual secretaria nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Ana Toni.
O RioMar Fortaleza lançou uma campanha nas redes sociais para que a população adote práticas mais sustentáveis em 2025 que colaborem com o meio ambiente.
Entre os temas estão a redução do desperdício alimentar, com dicas para que as pessoas planejem melhor suas refeições e para que doem alimentos que não serão consumidos.
Na parte da mobilidade, sugere o uso de transportes sustentáveis, como caminhadas e bicicletas. E uma reconexão com a natureza por meio do cuidado com as plantas em casa e atividades ao ar livre.
Indústria 4.0
O Instituto Atlântico, em parceria com a Embrapii, desenvolveu uma solução tecnológica focada na Indústria 4.0 para a Sinobras, empresa do Grupo Aço Cearense, nas áreas de eficiência, sustentabilidade e competitividade.
Como o resultado a solução impactou diretamente na margem operacional, com menos desperdícios e maior produtividade do aço.
Selo de certificação
A Cerbras recebeu a certificação, pelo Grupo Cobap, do selo “Nosso Ciclo Recicla”, reconhecimento à adoção de práticas ESG e promoção da economia circular. A Cobap integra processos que vão desde a coleta de materiais junto aos catadores até a produção final de embalagens totalmente recicladas.
“Com a logística reversa, os resíduos de embalagens pós-consumo retornam à cadeia produtiva, gerando novos produtos e reduzindo significativamente o impacto ambiental por meio da redução do consumo de recursos naturais. A reciclagem e logística reversa também são formas de gerar valor para os negócios e fortalecer as marcas”, explica Camila Freitas, coordenadora ambiental da Cerbras.
Transformação
A FWK, em parceria com a CanPack, lançou o Impulse, programa que busca transformar a realidade de jovens de 16 a 29 anos em situação de vulnerabilidade socioeconômica nas cidades de Maracanaú, no Ceará, e Itumbiara, em Goiás.
O programa oferece formação em programação e desenvolvimento web, além de habilidades complementares como comunicação, trabalho em equipe e resolução de problemas, fundamentais para o mercado de trabalho.
Tudo alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) para reforçar o compromisso com a inclusão social e o impacto econômico nas comunidades atendidas.
Serão 25 vagas por cidade. As inscrições vão até 26 de janeiro de 2025 pelo site www.programaimpulse.com/.
A FWK estará à frente de todas as ações educacionais, conduzindo as formações e mentorias que transformarão os jovens participantes em desenvolvedores júnior qualificados.
"Já a CanPack, além do apoio financeiro, incentivará seus colaboradores a se envolverem diretamente nas ações do programa por meio de um espaço de voluntariado, permitindo que os profissionais compartilhem seus conhecimentos e experiências e se aproximem ainda mais das comunidades impactadas”, explica Eduardo Freire, fundador e CEO da FWK.
Dia Nacional da Visibilidade Trans
A Gupy está com inscrições abertas para a primeira edição da Gupy Imersão - Certificação Inclusiva para Pessoas Não Binárias, Trans e Travestis, iniciativa realizada em parceria com a CS Academy, EducaTRANSforma e Transcendemos.
A ação, que celebra o Dia da Visibilidade Nacional Trans, dia 29 de janeiro, reforça o compromisso da empresa com a inclusão e com o fortalecimento de um mercado de trabalho mais diverso e equitativo.
Com 150 vagas disponíveis, o programa tem como objetivo oferecer formação de pessoas destes grupos de diversidade na área de Sucesso do Cliente, trazendo uma oportunidade de desenvolvimento de carreira e colocação no mercado de trabalho para quem participar.
Já em alusão a data, a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) promoverá no dia 5 de fevereiro o webinar “Avanços no Uso do Nome Social pelo Setor Segurador”, quando discutirá as ações do mercado segurador relacionadas à inclusão do campo "nome social" em propostas, apólices, certificados, títulos e outros documentos contratuais.
O evento contará com a presença de Júlia Normande Lins, diretora de Infraestrutura de Mercado e Supervisão de Conduta da Susep; Rafaela Learte, presidente da Comissão de Diversidade, Equidade & Inclusão da CNseg; e Alexandre Leal, diretor interino de Sustentabilidade da CNseg.
O nome social é uma parte essencial da identidade de uma pessoa, especialmente para indivíduos transgêneros, transsexuais ou travestis. No Brasil, o Decreto n° 8.727/2016 reconhece a legalidade do uso do nome social no âmbito da administração pública federal, abrangendo órgãos como o INSS, a Receita Federal, hospitais e universidades federais.
Entre 2018 - quando o Supremo Tribunal Federal (STF) validou a medida - e 2023, os cartórios contabilizaram 13 mil alterações de registros civis de pessoas transexuais e transgêneras.
Gás natural
Nos primeiros meses de 2024, as residências no Ceará representaram apenas 1,3% do consumo total de gás natural no estado, mas os condomínios têm se destacado como uma importante tendência na transição do gás liquefeito de petróleo (GLP) para o gás natural encanado.
De acordo com Luciana Lima, CEO da Gestart Condomínios, as adaptações para o gás natural são cada vez mais comuns em projetos novos, onde o uso de botijões de GLP foi praticamente descartado.
"Nos antigos condomínios, era comum o uso de botijões maiores armazenados em áreas específicas. No entanto, a maior segurança proporcionada pela tubulação tem incentivado muitas obras de adaptação", explica.
A Companhia de Gás do Ceará (Cegás) foi responsável pelo aumento da oferta de gás natural, atendendo a 12% mais condomínios em 2023.
A tabela de tarifas da empresa, que varia de R$ 4,339/m³ a R$ 3,9118/m³, reflete uma economia substancial em relação ao GLP. Para os condomínios, a tarifa mínima mensal, que corresponde a um consumo de até 20 m³, é de R$ 86,78.
Ainda que o retorno do investimento nas adaptações necessárias seja de longo prazo e dependa de características específicas de cada condomínio, muitos síndicos já reconhecem o valor dessa mudança.
A instalação de gás natural, que exige contratação de engenheiro e mão de obra especializada, se torna uma escolha não apenas de segurança, mas também uma alternativa inteligente e econômica para os condôminos.
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